sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Nos dias que passam

Nos dias que passam,
Passam pensamentos do que somos
Ideias do que queremos
Laivos do que seremos
E vontades do que julgamos querer fazer
E que nunca mais fazemos.

Nos dias que passam,
De tempo frio e cinzento
Atrapalha-se o ser e o pensamento
Mas não se muda o rumo e
Rompe-se na esfera da fúria do tempo
À espera de dias melhores.

Nos dias que passam,
Sem que se dê por isso,
Vai-se de encontro ao mesmo
Sem que se saiba ao certo
Que mundo e desígnio é este.
Mas vai-se andando.

Nos dias que passam,
Nem se sabe, nem se sonha
Que meta nos espera
Nesta correria tipo louca,
De profundeza pouca
À deriva como um barco à vela.

Nos dias que passam
Quase não se sabe o que dizer,
De tudo dito.
Ou o que fazer, de tudo feito
Sem se levar a peito,
Ou porque sim, ou porque dá jeito.

Nos dias que passam
Por não se saber ao certo o rumo que a causa impõe,
Escrevem-se nacos de poesia a correr
Para ver onde vamos
Ou onde nos vai levar,
Nos dias a passar.

Seia, 4 Novembro 2009
MJB

1 comentário:

Cagido disse...

Muito bonito.
Cagido