quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Bom Ano

Votos de bom ano
Que dois mil e dez traga tudo de bom, dizemos uns aos outros por estes dias, seguros e desejosos de que aquilo que dizemos se concretize. Tudo de bom, saúde e sucesso. No plano pessoal e profissional. E o que é que se pode dizer ou desejar mais que não vá neste sentido?
Boas Festas e bom ano! Que mais se pode dizer por estas alturas? É a saudação que há mais à mão nesta ocasião. Para amigos, inimigos e todos quantos se cruzam por estes dias e quase sempre nas compras, ou,… nas compras. Ninguém fica indiferente, ninguém fica de fora, sustentando-se mesmo o desejo naquele chavão batido e repetido, que pede para os nossos inimigos, o dobro daquilo que nos desejam.

Que no próximo ano se concretizem os nossos maiores desejos. Que mais se pode pedir? Está-se mesmo a imaginar desejos aberrantes, do género:

- “Desejo que no próximo ano laves menos loiça e faças mais vezes a cama”;
- “Que aprendas a cantar e não desafines tanto, sempre que vens cá a casa beber uns copos”;
- “Gostaria que te enervasses menos e fizesses mais”;
- “Quero que te pintes de verde e não me chateies”;
- “Que no próximo ano pagues pouco IRS e gastes muito em livros”;
-“Que aprendas a ser político e não te metas nisso”;
- “Que em dois mil e dez aprendas a ter maneiras e deixes de espirrar para cima dos outros”;
- “Que deixes de ser chato e passes a abreviar as conversas”;
- “Que não te deixes ir em cantigas e assumas os compromissos”;
- “Que te habitues a ir mais a concertos e a não fazer tantos desatinos”;
- “Que dois mil e dez te ilumine o espírito e te deixes de mariquices, que a paneleiragem tem limites”;
- Enfim, que te convertas ao Benfica, que faças finalmente um exame de consciência e não chateies a malta, que esta vida são dois dias, e não há muito tempo,… para cantar SLB, SLB, SLB.
Por isso, simplesmente, BOM ANO!

Voto de Louvor a João Orlindo


A Assembleia Municipal de Seia na sua última reunião realizada no passado dia 28 de Dezembro, aprovou um Voto de Louvor a João Orlindo, de Vide, Concelho de Seia. João Orlindo Marques é funcionário do Município de Seia destacado para a Freguesia de Vide e nos últimos anos licenciou-se em História. Mais recentemente tirou um Mestrado de que resultou a publicação do livro “A Casa da Luz”, editado pela Câmara Municipal no âmbito das comemorações dos 100 anos da Empresa Hidroeléctrica da Serra da Estrela (EHESE). Por isso, e pelo percurso deste ilustre Vidense, que é também Presidente da Casa do Povo daquela localidade, a nova Junta de Freguesia propôs este Voto de Louvor que foi aprovado por unanimidade.

Parabéns João Orlindo.

Nota 1: A Assembleia Municipal de Seia aprovou também um voto de Louvor aos trabalhadores da Beira Lã e ao Sindicato Têxtil da Beira Alta, pelo facto de se ter conseguido um processo de viabilização daquela empresa.

Nota 2 : Este órgão autárquico, entre outras propostas, aprovou o Plano e Orçamento do Município para o próximo ano, com os votos favoráveis do PS e a Abstenção do PSD.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Fogueira de Natal



Imagens da Fogueira de Natal no Sabugueiro, uma tradição mantida pela Junta de Freguesia, a que se juntam as pessoas, para conviver na noite fria de Inverno.







quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

DAVID MOURÃO-FERREIRA Natal, e não Dezembro


Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro
,
talvez universal a consoada.
.
(Poema enviado por Lauro António. Abraço, Festas Felizes e SSS*)
*Saúde, Sabedoria e Sucesso

Feliz Natal



Por aqui, através do blogue, venho desejar a todos os amigos, próximos e afastados, leitores e pessoas em geral, um Feliz Natal e Boas Festas.

A todos aqueles que me têm enviado mensagens e continuam a enviar, por SMS ou por mail, agradeço, por aqui e retribuo, dispensando-me por isso de responder por SMS. É que decidi não fazer parte desse imenso caudal de portugueses que neste dia entopem as comunicações e contribuem para os milhões dos lucros das operadoras de telecomunicações.
Aproveito também para formular a todos, votos de 3 esses - Saúde, Sabedoria e Sucesso.

domingo, 20 de dezembro de 2009

A Casa da Luz… Património Industrial da Senhora do Desterro, Serra da Estrela


Na próxima terça-feira, a partir das 16 horas no CISE, vai ser apresentado o livro de João Orlindo - "A Casa da Luz... Património Industrial da Senhora do Desterro, Serra da Estrela.

O livro debruça-se sobre a história, preservação, e futura valorização, da Central Hidroeléctrica da Nossa Senhora do Desterro.

Trata, numa primeira fase, da história da electrificação. Uma abordagem inicial, que espera ser uma achega ao discurso museológico a incrementar no já projectado Museu Natural da Electricidade. Aspira-se, ainda, a uma contribuição para o estudo da história da hidroelectricidade na região da Serra da Estrela.

Referindo os problemas, conjecturas e determinações que rodearam o aproveitamento hídrico da Central, o primeiro do concelho de Seia, são também referidas as grandes figuras impulsionadoras deste projecto com quase um século de história.

Apresentando o seu vasto património e dando a compreender as características técnicas que ajudavam a laborar todo este complexo da EHESE, dá-se a conhecer o pecúlio a ele inerente. Um património industrial, envolto em variadas histórias, que nos estimula para a sua preservação.

Sem esquecer todo o espaço envolvente, propõe-se um programa museológico para um museu, em que se deseja dar a conhecer e a perceber o modo de funcionamento da Central da Senhora do Desterro e das infra-estruturas confinantes. São tidos em conta os serviços a oferecer aos diferentes tipos de público que se ambiciona venha a aceder com regularidade ao espaço do museu.

Para além da exposição permanente, deixa-se em aberto a possibilidade de se realizarem exposições temporárias e propõe-se também a concretização de uma exposição itinerante: levar o museu às populações mais distantes, convertendo-o num dinamizador itinerante da cultura.

É como que a realização de uma jornada a um mundo fantástico, repleto de memória e tecnologia. Singela homenagem aos pioneiros da produção eléctrica na Serra da Estrela. Um património que… nos libertou das trevas, pois que, afinal, “No princípio era o luar”! …

A edição é do Município de Seia e da EDP Produção, contando também com o patrocínio das empresas: Manuel Rodrigues Gouveia, Intermarché de S. Romão-Seia e da Pastelaria Ribeiro, Parede-Cascais.
Parabéns antecipados ao João Orlindo e um pedido de desculpa também antecipado, por não poder estar, já que à mesma hora estarei na festa de Natal da Associação do Sabugueiro.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Onde andam os políticos do regime?

Crónica de Seia
Mário Jorge Branquinho
Jornal Terras da Beira - Guarda - 16/12/2009

O Distrito da Guarda, à semelhança do resto do país e do mundo, atravessa uma grave crise de desemprego, cada vez mais galopante e preocupante. Ultimamente, as maiores fábricas têm fechado e poucas ou quase nenhumas têm surgido.
A vida está difícil, cada vez mais dramática e quase nada ajuda, a não ser o Fundo de Desemprego e o Rendimento Social de Inserção. A desertificação acentua-se, dia-a-dia e por aqui, nos jornais e nos cafés, a cantiga é sempre a mesma – lamúria e mais lamúria. Que o Distrito caminha para o abismo, que as aldeias estão a ficar sem ninguém, que há freguesias que vão deixar de existir, que há concelhos que já quase não se justificam, etc, etc.
E num quadro deveras adverso e amargamente difícil, cabe-nos perguntar por onde andam os responsáveis políticos do partido que governa? Que têm feito os intervenientes que tomaram o poder socialista no Distrito da Guarda com ideias de dar a volta a isto? Que palavras têm dirigido às pessoas, que esforços têm feitos para ajudar os mais desfavorecidos? Que personagem dá a cara quando uma fábrica fecha? Sabemos que não há soluções milagrosas, mas a ausência de presença e omissão de discurso incomoda.
A menos que se pense que vai tudo bem no reino da Guarda e não se passe nada de extraordinário, porque é o que às vezes transparece nalguns discursos de dirigentes nacionais, quando se fala da situação do país. A menos que o mais importante seja safar o Engº Sócrates das embrulhadas e que o resto não conte para o relatório de actividades! A menos que o mais importante seja discutir quem é que vai para este ou para aquele lugar, em detrimento do que é necessário fazer! A menos que as pessoas se acomodem e tenham medo de dizer o que pensam, com receio de represálias ou para não perder um putativo “tacho”.
Este, como qualquer outro partido, tem de colocar cada vez mais em primeiro plano os problemas das pessoas e procurar resolvê-los e não passar o tempo no jogo da intriga e maledicência e ausência dos assuntos sérios.
Fecham fábricas, mas é preciso reagir. E dos políticos espera-se acção em prol das causas e não causas em prol do currículo dos próprios. E se há alturas em que o papel dos políticos é imprescindível, é nos momentos mais difíceis que mais se reivindica acção e presença. E se há coisas que se abominam, é o ar emproado e engravatado de novos ricos da política, desses que um dia tiveram a habilidade aparelhistica suficiente para chegar a um lugar de prestígio. E se há prestigio a bordo, o que se requer é dinamismo e acção e o Distrito da Guarda não pode esperar!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sérgio Reis vence Grande Prémio AGIRARTE


O artista plástico Sérgio Reis, de Seia foi o vencedor do Grande Prémio AGIRARTE – 12º Festival de Artes Plásticas de Oliveira do Hospital. Este é mais um sinal da grandeza da obra do autor que é reconhecida e que passa a constar do seu vasto currículo artístico. De resto, Sérgio Reis, é o expoente máximo das artes plásticas em Seia, que o Município reconheceu com a Medalha de Mérito Cultural atribuída no Feriado Municipal de 2008.


O AGIRARTE, é um Festival que decorre anualmente na cidade vizinha de Oliveira do Hospital, há 12 anos, sensivelmente os mesmos da Exposição de Artistas Senenses e ARTIS / Seia e que assenta no conceito de levar a arte a manifestar-se em vários espaços públicos do quotidiano da cidade – cafés, bares, restaurantes, hospital, bancos, etc.

Organizado pela OH s.21, Associação Cultural e Multimédia de Oliveira do Hospital, com o apoio do Município, este Festival de Artes foi ganhando importância e prestígio na região Centro, com um nível qualitativo elevado e variedade de artistas participantes e obras em exposição, nas áreas da Pintura, Escultura, Gravura, Serigrafia, Desenho, Fotografia e Instalação.
Para ver, até 31 de dezembro.

Estratégia de Desenvolvimento Turístico da Serra da Estrela


Ficámos a saber por estes dias que o trabalho “Estratégia de Desenvolvimento Turístico da Serra da Estrela” dos professores Manuel Salgado e Lúcia Leitão foi premiado no Congresso Internacional de Turismo de Leiria e Oeste.

Desde logo o que sobressai é a boa notícia. Dois professores de Seia que foram premiados pelo trabalho apresentado - o Prof. Doutor Manuel Salgado, da Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia (ESTHS)e a Drª. Lúcia Leitão, que é docente da Escola Secundária de Seia, tendo já dado também aulas na ESTHS, onde curiosamente e em minha opinião devia estar.

Dada a boa notícia, ocorre meditar nela. Ou melhor, no seu conteúdo – na tal estratégia para o desenvolvimento turístico da Serra da Estrela. E o que diz essa estratégia? Onde assenta? Exactamente, naquilo que já há muito se vem falando, no senso comum – na valorização do potencial de vários produtos emergentes nesta região. Desses, destacam-se o turismo de aventura, a gastronomia e vinhos e o turismo de natureza.

Até aqui, parece que não há novidades de maior. Já todos ouvimos falar da importância dos produtos locais – o queijo, o pão, os enchidos, o mel, etc. – e que é preciso apostar noutros, melhorar a nossa gastronomia, apostar na qualidade, criar empresas de animação turística, enveredar pela criação de percursos pedestres, etc. etc.

No seu trabalho, os autores de certeza que apontam caminhos a seguir para se implementar a estratégia, mas aposto que ela assentará em grande medida na vontade e dinamismo das pessoas da comunidade e não apenas na acção pública dos municípios. E é aqui que eu quero chegar. É que me parece haver uma certa ideia de que têm de ser os municípios a fazer tudo. É evidente que o turismo é a área prioritária para o desenvolvimento do concelho de Seia e concelhos limítrofes, mas esse é um desafio de todos. No caso de Seia, o município construiu o CISE, o novo Posto de Turismo, museus, bibliotecas, escolas e outros espaços culturais, fomentou eventos, apostou na divulgação e promoção, estimulou potenciais empresários, etc. mas agora há que esperar mais da chamada sociedade civil. De pessoas que se arrisquem a investir. A criar emprego.

O concelho de Seia tem mais de 100 criadores de gado ovino e caprino, num total de aproximadamente 15 mil cabeças. Num tempo de crise e desemprego, com os campos abandonados, e com a fama que tem o nosso queijo de ovelha e de cabra, e com a existência de várias fábricas que compram leite, porque não apostar na actividade do pastoreio? E porque não dignificar esta actividade. É um exemplo!

Mas de certeza que Manuel Salgado e Lúcia Leitão dão outras pistas mais proveitosas e com base cientifica suficiente para que se criem novas oportunidades de desenvolvimento do concelho.

Nota: Seia já conheceu vários estudos e planos de desenvolvimento, alguns bem caros e que eu saiba, nunca nenhum foi pedido a esta escola. Por isso, e também por este prémio agora alcançado lá fora, seria bom que se encomendassem trabalhos (pesquisas e/ou propostas) à Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia.

Beiralã


O futuro da Beiralã terá sido viabilizado na ultima sessão de credores que decorreu no Tribunal de Seia. Segundo os jornais, o acordo terá sido conseguido por 71,5 % dos votos e prevê o compromisso de Rui Cardoso de continuar a actividade com a criação de 150 postos de trabalho, a criar no prazo de um ano. O plano prevê também o pagamento da totalidade da dívida à Segurança Social e aos trabalhadores e a entrega da secção de fiação da Beiralã a outra empresa, mantendo-se as de tecelagem e tinturaria, o estabelecimento de parcerias em termos de política comercial e de produto.

Formulam-se votos para que o plano dê certo e o futuro dos trabalhadores e da empresa seja proveitoso e não seja um mero balão de oxigénio.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Fernando Pessoa


De Eduardo Reis, do Rio de Janeiro, recebi o poema (que afinal não é ) de Fernando Pessoa que publico:


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.


Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a
pesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
tornar-se num autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.


Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo...


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sábado há dança contemporânea em Seia


Neste Sábado, 12 de Dezembro à noite, a dança contemporânea sobe ao palco da Casa Municipal da Cultura de Seia. “Nocturno” é o trabalho apresentado pelo Ballet Contemporâneo do Norte, no âmbito da programação do município e integrado no programa Território Artes.

A concepção e composição coreográfica são de Luís Carolino e a interpretação e criação de Susana Otero, Rui Marques, Sara Leite e Elisa Worm.


Uma mulher da vida, um homem solitário e uma falsa suicida habitam um espaço vazio.

“Nocturno” assume-se como uma visita à vida destas três personagens guiada pela própria Morte, a quarta personagem em cena, que nos fala a todos na primeira pessoa; fala-nos de si, do seu «trabalho», e de como nos vê. Um olhar muito próprio, implacável, terrível, mas, ao mesmo tempo, quase maternal: uma reflexão sobre esse incrível e improvável grão de tempo que é a nossa vida, o tudo-nada durante o qual somos.

“Nocturno” é uma incursão no nosso lado mais escuro, não necessariamente o nosso lado mais negativo, apenas o mais privado e secreto; o lugar de todos os medos e todas as ternuras, o reino da sensibilidade, da intimidade; o sítio onde nos encontramos com nós próprios.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Seia, compras e Natal

O Natal aproxima-se. As luzes da cidade já se acendem, num azul dominante, para ajudar a tornar a antiga vila de Seia ainda mais bonita, nesta quadra festiva. Para dar mais solenidade e ajudar o comércio local, há também música no ar e fica um ambiente de festa propício à boa impressão.

As lojas facturam um pouco mais, mas não muito. A médias superfícies – Intermarché, Pingo Doce e Lidl – estão quase sempre a abarrotar, como se não houvesse crise, mas para comer, tem de haver!
A romagem até Viseu acentua-se, e basta passar no Forum ou no Palácio do gelo, para se perceber que há muita gente de Seia. Faz lembrar quando uma pessoa vai à praia da Figueira da Foz, e passa o tempo a cumprimentar gente conhecida daqui.
Num dos ultimos estes Domingos fui à Guarda, e nas superfícies comerciais não encontrei ninguém de Seia, um contraste com Viseu. Enfim, fenómenos da Regionalização! Mais depressa vamos para Viseu do que para a Guarda.
Às vezes até se conta aquela história do comerciante de Viseu que vendia muitas camisas a pessoas de Seia. Um dia lembrou-se de vir abrir uma loja de camisas em Seia, mas ao fim de poucos meses fechou, porque as pessoas de Seia continuavam a ir a Viseu comprar-lhe camisas. É o passeio, meu caro. Ir às compras a Viseu é um pretexto para passear!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

CISE ensina a identificar cogumelos




O Diário de notícias traz um trabalho sobre uma saída de campo efectuada pelo CISE de Seia para identificar cogumelos.

Durante saída de campo para observar cogumelos os participantes identificaram 50 espécies, 15 das quais comestíveis. A diversidade é muita e só conhecer características evita que se comam cogumelos venenosos que podem levar à morte. Em caso de dúvida não se devem colher.


http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1440719

domingo, 6 de dezembro de 2009

faleceu ex-director do Parque Natural da Serra da Estrela

Segundo revela uma notícia de ultima hora o Jornal Terras da Beira da Guarda, faleceu o ex-director do Parque Natural da Serra da Estrela.

Faleceu ontem à noite, na ilha da Madeira, Fernando Matos, ex-director do Parque Natural da Serra da Estrela. O antigo responsável pela área protegida deslocou-se à Madeira juntamente com os colegas da equipa de veteranos de futebol. Viria a ficar internado num hospital local depois de se ter sentido mal. Terá entrado em estado de coma, vindo a falecer ontem à noite.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Janela aberta ao mundo


Ontem à noite estive numa sessão de fados que decorreu na Escola EB 2,3 Tourais / Paranhos e vim de lá duplamente satisfeito. Por um lado pela iniciativa da escola, aberta à comunidade e por outro porque houve uma professora que me falou de um texto do meu livro “O mundos dos apartes”. Já mal me lembrava do referido texto (Maio 2002) e hoje fui (re) lê-lo:


Janela aberta ao mundo


A Casa onde se mora é sempre um cantinho do mundo onde se passa o melhor e o pior da vida. Onde se dão os bons e os maus momentos. Ali se constróem sonhos, alicerçados nas forças disponíveis de cada ocasião. Sonhos lindos, feitos do melhor espírito de cada hora e embrulhados no melhor papel que a magia de cada instante disponibiliza. Em tempos bons, os sonhos serão porventura enormes e em tempos maus, provavelmente não haverá lugar para mais nada a não ser simples sensações e sentimentos normalmente frágeis e no limiar da permissibilidade permitida por cada génio.
Cada qual é como cada um, mas na casa, nesse pedaço de lar, é sempre igual a vontade do conforto que se quer, em confronto com a quietude dos gestos e das palavras.
Da janela de qualquer quarto, ressalta normalmente a vontade de olhar em frente, sem retrovisor e descobrir horizontes, através da vidraça escancarada com a morna brisa a passar.
Da janela de qualquer quarto vê-se o mundo. No entanto, foram tantos os escritores a ver tanto mundo, nas voltas que os mesmos dão, que não caberá aqui tamanha descrição. De uma janela, como de qualquer outro miradouro, vêem-se os mundos que se querem, assim como os gestos, as cores e tudo o mais que gira à volta num perfeito movimento e em cada momento. Vêem-se até conversas, que depois de traduzidas poderão ser escutadas por quem de direito, em sentido contrário ou certo e sem erros e omissões. Por todas as razões.
Conversas que se vêem, gestos que se escutam. Será bonito ver como falam homens e mulheres tão diferentes entre si. Ver falar uma peixeira, de salpicos na boca, sem escamas na manga e a dar à dita língua as horas que for preciso. No mar do falatório, acabará por cair na rede todo o peixe que calhar, nos altos e baixos da ondulação consentida.
Que bonito é ver uma peixeira a falar da janela de qualquer quarto! E um padre?! Queridos irmãos, um padre é um padre e quando dá em conversa com um seu paroquiano em plena praça pública, nunca vai além de uns conselhos ditados pelas mãos de santidade, normalmente pousadas na barriga de abade. No perdão resultante e visível da janela do quarto, vê-se o sermão a brotar da esperteza sacerdotal.
Mas se peixeira e padre têm conversas vistosas, ainda que contraditórias, não ficará atrás o padeiro, que não fica a ver navios nem tão pouco deixa de vender o seu peixe com o pão que tem. Da fina conversa que a farinha dita, desdiz o dito homem do pão, que só amassou conversa porque o trigo baixou e a fome se juntou com a vontade de comer. Por isso quem come desta conversa nunca mais terá fome e deste pão que agora se reparte haverá a multiplicação suficiente para ver como é milagrosa a forma de trocar palavras e fazer resultar numa grande complicação que faz franzir o sobrolho a qualquer leitor atento e ... católico.
Seja como for, na casa, na nossa casa, está-se bem, porque além de outros confortos, vêem-se de lá complicadas lidas e sentem-se diversas cenas, permitindo-nos entrar em inebriantes viagens a maravilhosos mundos de profundos apartes e de elevados significados ao ego erguido das pessoas. E quanto mais alta for a janela da casa onde se mora, maior será o horizonte do desfrute.
Experimente desfrutar. Vai ver que vê!...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Feliz… cidade

Uma espécie de criativa

A cidade está feliz, por isso podemos falar em feliz cidade. Mas para que a cidade esteja feliz, eu também tenho de estar. Todos temos de estar, senão não há felicidade geral. Eu, tu, ele, nós, vós e eles; todos temos de estar felizes, para que se possa falar de cidade feliz ou feliz cidade e já agora de felicidade plena. Mas felicidade plena é coisa que não conheço.

Que conceito é esse? Será sinónimo de alegria? De barriga cheia, ou de muito dinheiro em caixa? E será saúde e boa disposição? E se não é nem uma coisa nem a outra? E se é tudo e não é nada? Nesta, como noutra cidade, felicidade é um mundo desconhecido, que nem por quem nela passa, alguma vez a soube definir com sabedoria e visão plena.

Conceito vago, ou um não conceito. Decifração difícil ou impossível.

Se reúno consensos, fico triste por não haver voz crítica. Se não reúno, triste fico na mesma, por não conseguir com que os outros me entendam. E nem uma nem outra questão, no final das contas, pode contribuir para a minha felicidade. Difícil de contentar, não! Não, claro que não. Difícil é decifrar, como difícil é medir a distância que vai entre um contentamento e um grande grau de felicidade.

Se fazemos alguma coisa de útil, podemos estar a contribuir para a nossa felicidade, mas se não a fazemos, também poderemos estar a dar para esse peditório, já que a preguiça pode dar felicidade. Ou evitar que se faça asneira. E fazer por fazer, não vale a pena, a menos que tudo não passe de treinos para alcançar essa meta desconhecida a que chamam felicidade.

Se eu tenho isto, quero ter aquilo. Se estou aqui, quero ir ali. Se faço esta conquista, a seguir quero outra, querendo estar onde não estamos e sentirmo-nos como nunca nos sentimos. A querer chegar ao invisível.

De embriaguez para embriaguez, quase à vez, chegamo-nos à frente desse inverosímil conceito, que de tão improvável se abotoa com a nossa ânsia e nem nos dá troco. Nem nos permite decifrar. É sempre a andar, ou sempre a aviar e pronto, quase nem vemos onde nos metemos. Em frente é que é o caminho, com todos ou sozinho e por aí adiante.
MJB, Seia, 1 de Dezembro de 2009