segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Empreendedorismo vazio

Parece que o concurso de empreendedorismo lançado pela Caixa Agrícola, Fundação EDP, Câmara de Seia e Associação de Antigos Alunos não teve qualquer concorrente. É sintomático. Mas não admira, pelo menos a mim. Louva-se o esforço dos promotores, mas uma iniciativa desta natureza carece de intervenção no terreno. Digo isto porque eu fui Agente de Desenvolvimento na década de noventa e fiz durante vários anos de elo de ligação entre os potenciais investidores e empreendedores e as instituições públicas e privadas. Porque era um de muitos jovens portugueses que andavam no terreno a servir de ponte e ao mesmo tempo de mola impulsionadora que estimulava, orientava e dava pistas. Que dizia onde havia incentivos, como elaborar candidaturas, mas que também ajudava a ultrapassar barreiras que as burocracias ditavam ou os mangas de alpaca aumentavam. Porque nestas coisas não basta dizer aos jovens que podem concorrer a um prémio de 5 mil euros. Não basta dizer a um potencial empreendedor que tenha coragem e avance, que é preciso arriscar! É preciso haver pessoas no terreno que acompanhem, dêem alento ao outro que quer investir. Àquele que tem uma boa ideia para desenvolver, mas que tem um mundo de dificuldades à frente.

Já uma vez defendi na Assembleia Municipal a criação de um Conselho Económico e Social - que curiosamente o PSD trazia recentemente no seu programa eleitoral - onde se juntassem todas as forças do concelho em matéria económica, social e de emprego para definir orientações e pô-las em prática. Defendi inclusivamente que algumas escolas primárias das aldeias fossem convertidas em PDL’s – Polos de Desenvolvimento Local, onde seriam colocados jovens licenciados a estagiar, para potenciarem e alavancarem estratégias de desenvolvimento.

Enfim, acção prática, diária e persistente. A bem do desenvolvimento concreto e fora da conversa balofa dos arautos do costume que só sabem dar palpites, sem saberem do que custa investir num país ou numa região como esta.

4 comentários:

Anónimo disse...

Lanço um desafio ao Mario Jorge: a semelhança do desafio que Lhe foi lançado para a criação de um forum para discutir Seia e o seu futuro, por que não criar umas jornadas para atrair tantos e tantos reais empreendedores que Seia tem espalhados pelo País e que não investem na Sua terra natal. Pense nisso...

seia.portugal disse...

Eu já me propus uma vez para se juntar os melhores alunos do concelho, que são distinguidos anualmente pela Câmara, e desde o seu inicio. E já são muitos e espalhados pelo país. Formados e em lugares de destaque. Seria interessante reuni-los, e pedir-lhes sugestões. OUVI-LOS.

Antonio Fernandes Pina disse...

Se chamarem o Sr. Engº. Belmiro de Azevedo ele explicará como ninguém o caminho a seguir.
Eu já tive oportunidade de o ouvir em congresso e fiquei encantado com os ensinamentos que foram transmitidos aos jovens. E afirmo que no meio de mais de 300 jovens ninguém ficou indiferente, bem pelo contrário, era vê-los a partir sem demora à procura de mais conhecimento e experiência de vida.

Cumprimentos.

Assina: António Fernandes Pina.

Anónimo disse...

Penso que o fenomeno existente no Concelho de Seia relativamente a esta matéria não será muito diferente do restante do Pais. A minha opinião pessoal é que mesmo com ideias, quem não tem recursos financeiros ou profissionais, não tem oportunidade de arrancar com o projecto, pois solicita-se sempre uma base, por minima que seja. Assim sendo, os recursos e os proprios subsidios somam-se "a quem já nem precisava somar".
Alternativas?...Nova legislação, a começar no Parlamento Europeu ...com equipas de acompanhamento e apoio no inicio e durante o desenvolvimento das iniciativas.
eugenio matos