segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Adesão e fruição nos primeiros dias do CineEco



Mais de mil espetadores passaram nos dois primeiros dias no Auditório e Cineteatro da Casa Municipal da Cultura de Seia, no arranca da 20ª edição do CineEco. Adesão maciça e espontânea, para filmes em competição e para sessões especiais, revelando que o festival cria o seu público e faz o seu caminho. Ou seja, no fim-de-semana, quando as pessoas não trabalham, encontram mais disponibilidade para ir ao festival e marcam presença nas várias sessões realizadas. Durante a semana, naturalmente que as escolas marcarão maior presença, o que não quer dizer que os outros públicos não marquem igualmente presença, sobretudo ao fim da tarde e inicio de noite. Na perspetiva de que a comunidade se revê e vai ao CineEco, sempre que pode, usufruindo. Apesar dos recursos limitados, quer pelas iniciativas paralelas, quer pela promoção na imprensa, incluindo a parceria com a SIC Noticias, o festival tem sido falado e tem feito caminho em vários canais de comunicação.
Deste primeiro fim-de-semana, destaca-se o facto de pela primeira vez ter sido exibido na sessão de abertura oficial, um filme em competição e com sala quase cheia. Mais de 300 pessoas viram em estreia mundial Love Thy Nature, de Sylvie Rokab, um filme soberbo do ponto de vista ambiental. Que fala de tudo um pouco – da ligação do homem à natureza, de hábitos de vida saudável, de alimentação, de espiritismo e acima de tudo, da importância de uma boa relação do homem com a natureza, num tempo que corre muito depressa. Uma sessão que contou também com o documentário de Eduardo Amaro, encomendado pelo Município e que assinala a 20ª edição do CineEco.


Outro momento alto do fim-de-semana foi a exibição em sessão especial de Trama, uma curta-metragem de Luísa Soares, que também quase esgotou o Cineteatro, com a presença de muitas pessoas ligadas no passado à indústria têxtil. E este constitui mais um forte contributo do festival para a valorização do património histórico-cultural do concelho de Seia. Um contributo para a evidência criativa dos agentes culturais locais. Um filme da região, assente num aspecto cultural identitário, que diz muito às comunidades locais – a memória dos têxteis – numa abordagem de excelência, fora de hipotéticos amadorismos e com conta, peso e medida, capaz de emocionar.

A presença do Secretário de Estado do Ambiente também chancelou importância e notoriedade ao festival, numa cerimónia onde o Presidente da Câmara reiterou o desejo da autarquia em manter no seu calendário cultural a realização do CineEco. 

O contributo dos parceiros e patrocinadores, que são cada vez mais, revela igualmente o interesse no festival e no seu simbolismo, enquanto espaço de afirmação e de encontro de plataformas criativas e de reflexão.  Assim como a presença de diretores, realizadores, jornalistas e espetadores de outras paragens, que vão despontando e vêm espreitar este pequeno fenómeno na Serra da Estrela.


Um excelente começo de festival, em Seia que faz do CineEco uma imagem de marca e que acrescenta à cidade mais notoriedade e afirmação no plano cultural e ambiental. Que acrescenta um pouco mais ao ego de cada um dos seus habitantes, em tempos difíceis marcados pela dureza das conjunturas e da estigmatizante interioridade alapada a estes territórios ditos de baixa densidade.

MJB

domingo, 5 de outubro de 2014

Seia e o Interior têm de voltar a apostar nas indústrias tradicionais para se salvarem


A minha Crónica de Seia no Jornal Terras da Beira, Guarda


Do que o Concelho de Seia, o Distrito da Guarda e o Interior do país mais precisam para se salvarem, é mesmo de fixação de empresas para criar postos de trabalho. Parece demasiado evidente, mas há evidências que têm de se escrever as vezes que forem necessárias para fazer prevalecer este questão e despertar os atores do desenvolvimento. Como tenho vindo a defender em vários fóruns e ainda na última reunião da Assembleia Municipal de Seia sublinhei, a juntar ao esforço que tem vindo a fazer-se, tem de dar-se mais passos em frente. Particularmente numa altura em que as indústrias de calçado e têxtil voltam a ter grande impacto na economia portuguesa, registando bons níveis de exportação.

É por isso urgente a inventariação de instalações de antigas fábricas desativadas no concelho e ver de quem são e seus custos, para que se junte ao dossier que é entregue a potenciais empresários, para que saibam que neste concelho há vários fatores de atratividade. Instalações baratas, que podem ser adaptadas para se instalarem empresas, sem ter de se construir pavilhões de raiz, caras e com burocracias de licenciamento demoradas. Há um Centro de Formação, há tradição e know-how no têxtil e calçado e há fundos comunitários disponíveis para as empresas.

Várias vezes tenho igualmente usado a velha frase de que – “já foram inventadas todas as frases para salvar o mundo, falta mesmo salvá-lo”. Neste caso, também já todos os projetos e soluções foram e são diariamente invocados por todos nós. Todos sabemos e dizemos como se salva o Interior, mas tarda a sua salvação, acentuando-se a desertificação e abandono. Por isso, precisamos todos de fazer contatos, de estimular eventuais empresários e sobretudo, despertar um governo que só tem ajudado a enterrar o país com o encerramento de serviços públicos e de não ter impulsionado qualquer incentivo. Nem encaminhamento de investimentos, nem baixa de fiscalidade, nem nenhuma descriminação positiva.

Temos de contar com os nossos municípios, as diversas instituições e com cada um de nós e só assim poderemos trilhar novos caminhos de progresso, para salvarmos o Interior. E sem termos de andar permanentemente a lamentar-nos de que somos esquecidos e ostracizados, mas a tomar em mãos iniciativas que levem a resultados práticos.




sábado, 4 de outubro de 2014

Assim vai o país

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Neste país de brandos costumes, sofre-se da asneira, sofre-se do mal e não há consequências.

Há um Ministro da Educação que faz asneira atrás de asneira, pede desculpa, continua a errar e a desrespeitar quem devia estimar – os professores e a chamada culpa, vai morrendo solteira”. E de consequências, nada!

Há uma Ministra da Justiça que parece não andar boa de boa saúde, a fazer asneiras políticas, a pedir desculpa, a bloquear o sistema e a derreter dinheiro, numa trapalhada sem fim, num bloqueio da justiça sem paralelo e nada!

Um Primeiro-Ministro enredado no seu passado duvidoso, muito mal explicado no que recebeu e não recebeu e nada. Que, ainda por cima, jura não baixar impostos, e nada.
Um outro Ministro da coligação, em rota de colisão a dizer que sim, que há margem para compensar o sacrifício dos portugueses e nada!

Há ainda o Presidente da República que não diz nada, nem se está de boa saúde.

Há submarinos a afundar, dinheiro dos contribuintes a ser consumido e derretido em negociatas, sem explicações e nada e nada, mil vezes nada.

Pelos vistos há também empresas do Estado que não servem para nada, a não ser pagar chorudos ordenados a quadros amigos e também nada se faz para cortar tais gorduras.

E um povo que resiste, na tristeza e na miséria, entre dentes cerrados e punhos fechados, à espera de melhores dias e mais nada, a não ser um certo cheiro a fim de ciclo e esgotamento de ideias, com um Secretário de Estado a sair e outros com vontade de ir também embora.

E assim vai o país.