domingo, 20 de setembro de 2020

UM DIA AINDA HAVEMOS DE FALAR DISTO, Diário de quarentena

 

Diário de quarentena 1


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Já lá vai mais de um mês. Confinamento forçado, como quase todo o mundo. Como nunca antes visto ou imaginado. Em casa, dia após dia, em tarefas domésticas, em teletrabalho, a lavar sistematicamente as mãos, refrescando a alma, a lavar loiça, a colocar mascara, a escrever, a ler e a ouvir, a proteger os mais velhos na distância, sem abraços , a tentar perceber, a ver notícias repetitivas, e contabilidade de mortos e feridos e a repetir gestos mínimos por metro quadrado. A pensar se não é tudo ficção, assumindo a constatação de que afinal isto tinha de dar-se.

O mundo estava a ficar perigoso demais, e há muito se pronunciava o velho jargão de que "Isto um dia rebenta"!

O mundo abateu-se sobre as nossas teimosias e por força disso está agora o conta-quilómetros a colocar-se a zero, para começarmos tudo de novo. Ou não, e isso é ainda mais intrigante. Pode tudo não passar de um susto, quando se inventar uma vacina, quando se inventarem desculpas para voltarmos à louca corrida em direção a novo abismo de consumismo desenfreado e outros atentados à nossa casa comum.

Meio alheios ao que nos espera, seguimos, na quietude da casa, entre o quarto, a sala e a cozinha. Um dia de cada vez. Lavamos loiça, limpamos o pó, passeamos o cão, ouvimos as notícias, contamos mortos e ensaiamos o regresso ao trabalho. No pico da saturação, à procura de um planalto para as nossas emoções, não baixamos a guarda. Afastamos euforias, porque o caminho ainda é longo e salvando a pele, queremos salvar o sustento, trabalhando.

Serenos, acendemos a vela da esperança, na certeza de comemorar abril, na estranha liberdade confinada ao tempo que vivemos.

 

Mário Branquinho, 19 de abril 2020

 

Diário de quarentena 2


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Em teletrabalho, ou no regresso ao trabalho efectivo, os dias passam, ora lentos, ora depressa. Afinal isto já leva tempo demais. Começa, no entanto, a levantar-se o cerco, tenuemente, deixando meio mundo, meio confuso, meio intrigado, de como será o regresso à normalidade, se voltar a haver normalidade.

Há mais carros na rua e pessoas a circular e na televisão dizem que a curva continua a baixar. Ergue-se a esperança. O perigo dos Lares de idosos continua a pairar, apesar de não se baixar a guarda.

Há um senhor que diz que o 25 de abril está a dividir os portugueses e isso é mau. É um feriado para celebrar a liberdade recuperada em abril de 1974 com a revolução dos cravos, a agora, caiu o caos da celebração, com tudo preso em casa e meio mundo indignado porque se chegou a isto. Sem necessidade. O melhor é no sábado, combinar-se uma hora e virmos todos à varanda ou à janela e cantarmos o Grândola Vila Morena.

Diz no noticiário que a Espanha é o terceiro país do mundo com mais casos a seguir aos Estados Unidos e Itália. Que no Brasil está um louco no Palácio do Planalto, uma espécie de Manuel Joaquim das Couves a envergonhar o seu povo e a colocar vidas em perigo. E nasce um movimento para o expulsar de lá.

Nas ruas à noite, na minha zona, circulam mais gatos que o habitual. Vai a gente colocar o lixo e alguns felinos mansos e ternos, seguem-nos, como se fossemos os donos. Será do tempo, ou andarão angustiados pelo desânimo dos verdadeiros donos?

Leio no Diário de Noticias que o governo e a Santa Casa vão dar dinheiro para ajudar a manter os jornais do país e que se for à proporção de leitores, o CM será o mais beneficiado. Apesar das mentiras que diz e das perseguições que faz, diz o texto que leio. Não é justo! O responsável das pequenas empresas diz que está a haver demora na libertação de empréstimos e isso pode levar à ruína muito negócio e criar muito desemprego. Continuamos na ponte entre salvar vidas e salvar negócios. Não é fácil, mas sabíamos que isto ia doer. Está a doer e não se sabe quando e como acaba.

Há dias que não se pode sair de casa e eu só tentei ver o que se passa ao redor.

 

Mário Branquinho, 20 de abril de 2020

  

Diário da quarentena 3

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Por estes dias até perdemos a noção dos dias da semana. Mais um dia e muitas historias. A novela da atualidade é a da comemoração do feriado do 25 de abril no “confinaParlamento”. Já vai com muito enredo e no episódio de hoje soube-se que antigos presidentes não vão e que outro vai contrariado, e que o ajuntamento será menor. Não se percebe como aceitam lá pessoas com mais de 70 anos!

Fora disso, ouvimos dizer que quem se safa na pandemia são as grandes superfícies, que não param de vender e de subir. Os pequenitos dos produtores não, afundam-se. Fazem falta campanhas de promoção dos produtos da agricultura familiar. Estará na hora de abrir os Mercados Municipais, para ganharmos todos. E amanhã é o dia da terra.

O que não está certo á a publicidade enganadora do Pingo Doce, que ainda por cima, não tem pingo de vergonha, porque ganha cá e paga impostos na Holanda.

Espantoso é o consumo de combustíveis a cair vertiginosamente. Fechados em casa, deixamos de andar de carro e as fábricas, pouco trabalham. Na América já pagam 37 dólares o barril a quem quiser ir lá carregar. Mas não parece haver interessados. A esmola ´é grande, o pobre desconfia. Não será fácil, difícil será mobilizar cântaros e cisternas.

Na televisão portuguesa, ou melhor, em todas, o ministro da economia, Siza Vieira, diz que estamos perante a mais violenta contracção da história da humanidade. Oxalá das contracturas nasça a Esperança!

Enquanto isso, o presidente brasileiro decidiu juntar-se a uma manifestação que pedia uma intervenção militar para derrubar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal Brasileiro. No mesmo dia especula-se que o líder da Coreia do Norte estará muito mal de saúde, e que um controverso virologista francês, premiado pela pesquisa sobre o HIV, acredita que o vírus saiu de laboratório em Wuhan, na China.

Que diremos nós, no meio deste caldo caótico?

Lavamos mãos, colocamos máscaras, coçamo-nos com os cotovelos, fazemos ginástica em casa, inventamos ocupações e dormimos mais que o costume na intranquilidade e na engorda dos dias. E fazemos por esquecer que o mundo é cada vez mais um lugar estranho, que até Edgar Morin diz que as certezas são uma ilusão! Serão?

 

Seia, 21 de abril 2020, Mário Branquinho

  

Diário da quarentena 4


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Continua o estado de alerta e o confinamento.

Muitos de nós trabalham, outros teletrabalham e outros não. A vida fica difícil, entre angústia e esperança, até que isto passe.

Nas televisões debitam incessantemente números de mortos e feridos, por países e por comparação. Em Portugal fala-se de alivio, que só pode ser perigoso se baixarmos... a guarda. Para já há restrições no feriado prolongado do 1º de maio. Não se pode ir onde se quer. O 25 de abril vai ser à varanda e o resto logo se vê.

Um senhor que falou agora na televisão é apologista da abertura progressiva do setor económico, para isto não morrer tudo. É preciso começar a desenhar o regresso a uma vida mais "normal", com abertura de cabeleireiros, cinemas, ginásios, hotéis, restaurantes, faculdades e creches, pelo menos.

Na televisão o Presidente da América acaba de dizer que se as pessoas injetarem um liquido nas veias, limpam os pulmões e manda-os apanhar sol. No Brasil o Presidente diz que não é coveiro e o seu ministro da Justiça Moro, anuncia demissão e diz que Bolsonaro queria mexer na Polícia Federal para ter acesso a relatórios de inteligência. Já se fala em Petistas aplaudindo o juiz golpista.

Segundo os jornais, a Alemanha prepara-se para uma segunda vaga do coronavírus que pode ser "mais dura que a primeira".

Magia é acreditar num mundo melhor, mesmo que ele piore a cada dia, como dizia o Outro. Isto não está fácil, em tudo que é grande e no muito que é pequeno ou invisível. Anda tudo misturado, nesta crise sanitária, económica e de petróleo. Só o ambiente melhorou. O céu ficou mais azul, a água mais limpa e o ar mais respirável. Vamos ver onde isto nos vai levar, mesmo parados em casa, ou no trajeto casa- trabalho, trabalho – casa. E não está certo haver tanto cócó de cão nas ruas de certas zonas residenciais ou o Zé Malhôa ver a GNR à porta, por dar música aos moradores da zona.

 

Seia, 24 de abril 2020, Mário Branquinho

 

 Diário de quarentena 5



Prossegue este tempo historicamente bíblico. E com ele assinalamos palavras novas e outras repetidas até à exaustão. Coronária vírus, quarentena, pandemia, confinamento, isolamento, contingência, calamidade, fadiga, covid, vírus , dgs, sms, oms, máscaras, viseiras, ventiladores, luvas, álcool, desinfectantes, lares, velhos, idosos, curvas, picos, planaltos, infectados, testes, testados, mortos, vacinas, matemáticos, epidemologistas, videoconferências, teletrabalho, moratórias, lay off, take away, encerramentos, cancelamentos, adiamentos, Trump, Bolsonaro, gatos, caezinhos e por aí fora.

As redes sociais e as televisões animam-nos e desanimam-nos, proliferam eventos virtuais, seguem iniciativas de todos e cada um de sua casa e assim nos ocupamos. Falta-nos sol e sobra-nos tempo.

As ruas continuam desertas, os comércios, escolas e outros serviços fechados. Cresce-nos o cabelo, sobra-nos tempo, falta paciência, falta negócio e dinheiro e adiam-se eventos. Aumentam incertezas, espreitam esperanças, vive-se um dia de cada vez.

Não saímos à rua de cravo na mão, mas saímos de máscara e estranhamente até entramos mascarados nos bancos e não assaltamos. E num dia como hoje, vêm-nos à memória uma frase batida, como se fosse o primeiro dia do resto das nossas vidas, por evocarmos a liberdade em tempo de reclusão. Com canções de abril, do Zeca, do Godinho e tantos outros que fizeram da canção uma arma e nós quase sem fazer nada.

Cresce o cabelo e cresce a ilusão de ficarmos bem, apesar do medo, apesar do vírus, apesar dos chineses, apesar de tantas palavras, apesar de tudo e até dos presidentes da América e do Brasil.

 

25 de abril 2020, Mário Branquinho

segunda-feira, 13 de abril de 2020

O “amigo Zeca de Seia” provoca onda de solidariedade com máscaras e viseiras



Já é conhecido por todo o país como o “Amigo Zeca de Seia”, pela onda de solidariedade que a partir do seu atelier, tem desenvolvido, confecionado máscaras recicláveis e viseiras de acrílico, para distribuir gratuitamente por várias instituições sociais e de saúde.

Em meados de março, com o eclodir explosivo da pandemia, começou por confecionar máscaras de proteção recicláveis para utilização em contexto extra-hospital, fornecendo a instituições, de forma totalmente gratuita.

Associou-se ao jovem empresário de malhas, Filipe Marques, que tinha encerrado a sua empresa por falta de encomendas de cachecóis dos clubes europeus de futebol. A última encomenda seria destinada a um jogo do Bayern de Munique para 20 de abril, ao que se sabe!

Do material dos cachecóis tentaram uma espécie de manga, que não resultou, tendo optado pela confeção de uma bolsa, levando por dentro um elemento filtrante, descartável. Coseram o elástico, testaram e em pouco tempo reuniram com o município de Seia a quem apresentaram o projecto, em forma de oferta. Foi precisamente a 20 de março, no dia de aniversário do Zeca, quando já havia alguns municípios a fazer máscaras, mas com tecido sobre tecido, sem elemento filtrante.

Sem muitas delongas, o município de Seia adquiriu o primeiro lote para distribuir por todas as IPSS do concelho, aproveitando a disponibilidade do empresário senense José Rogeira que financiou de imediato, o custo da matéria prima e maquinaria deste primeiro lote, para o qual foi também decisiva a colaboração de vários voluntários na costura final, de Loriga, Vila Cova, Seia, S. Romão, Torrozelo, Paços da Serra e Manteigas.

Por isso, o Zeca realça sempre que tudo isto só é possível graças a uma equipa de pessoas, membros da GNR, farmacêutico, comerciantes locais, estudantes, associados a um saudável espirito de camaradagem e convívio em tempo de pandemia. Aqui o Zeca, é o José Loureiro e toda uma equipa sem a qual não conseguia, e indica os nomes, para que conste: Paulo Brás, Carlos Silva, Tiago Ferreira, Pedro Daniel Conde, Amândio e Marcelo Daniel, Jorge e Pedro Pinto, Afonso Rogeira, João Quaresma, Fábio Fernandes, João Oliveira, António Magina. João Ferreira, Carla Reis e Olga Oliveira.

E em pouco tempo ao atelier chegavam pedidos e colaborações, numa onda conjunta de quem precisa e de que está disponível para colaborar. Tem havido inclusivamente pessoas que levam comida e bebida para quem se envolve neste projeto solidário.

Sempre são vários dias e horas, fechados na faina de fazer, coser, atar e andar!

Exausto em alguns momentos, mas entusiasmado o tempo todo, o nosso Zeca abre, entretanto, uma outra frente solidária, a da conceção de viseiras, desenvolvendo uma ideia a partir de um modelo fornecido por um seu amigo Kika do Minho. E começa outra etapa desta onda solidária, no tal espírito de equipa.


Aproveitando todos os restos de acrílico da sua oficina, recicla-os e quando dá conta, está a distribuir mais de mil viseiras pelo comércio local, GNR e outras instituições de diversos pontos do país. Tudo gratuitamente. E a máquina de corte da sua oficina não para. Tem cortado mais em quinze dias do que nos últimos meses. Já depois de acabar todo o acrílico que havia por ali no pavilhão, foi encomendando mais, até chegarem mais sobras de outras empresas, sensibilizadas pela sua ação, ligando-se a esta rede solidária deveras impressionante. Tão impressionante como a simplicidade do Zeca, dedicado por vezes mais de 16 horas por dia à causa, fazendo e distribuindo, orientando e explicando sempre que “não é nada”, apenas disponibilidade e colaboração. Tem havido pessoas a querer pagar e lá vai explicando, pausadamente, que não, que é gratuito, que é para proteger quem precisa ser protegido, no trabalho, na saúde e na vida confinada que se abateu sobre todos.



Já lá vão mais de 6 mil viseiras, leves, funcionais e práticas, oferecidas para onde são precisas, em toda a região da serra da Estrela, pelo país e por alguns países da europa. E a fama do “Zeca de Seia” alastra, ao ponto de alguém numa vila das proximidades oferecer uma máscara a uma senhora idosa de um pequeno comercio e ela perguntar se era uma “mascara do Zeca”! Ou daquele outro senhor da Guarda, que foi a uma loja perguntar se tinham viseiras para as suas filhas que trabalham no hospital e alguém na fila para atendimento lhe diz que ligue para o “Zeca de Seia” que ele tem e lhe dá o contacto na hora.

Entretanto, há poucos dias começa outra etapa deste storytelling. Uma enfermeira de uma localidade próxima de Seia mostra uma “viseira do Zeca” ao marido, que é um engenheiro a trabalhar na PSA de Mangualde, que por sua vez vê ali uma ideia para levar a quem manda. E não foi preciso esperar muito tempo para que o grupo PSA e a fábrica PSA de Mangualde ficassem sensibilizados com este projeto solidário e com o espírito de entreajuda que está na base da iniciativa. Associaram-se ao projeto e à colaboração do Zeca.

Mário Branquinho


quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Cinema ambiental para despertar consciências

Em Portugal há um festival de cinema único, que se dedica exclusivamente à exibição de filmes de temática ambiental. Organizado pelo município, o CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, decorre em Seia, anualmente em Outubro desde 1995, tendo completado a sua 25ª edição neste ano de 2019. O festival fez o seu percurso ao longo de um quarto de século e hoje constitui uma referência no quadro de festivais internacionais de cinema de ambiente, integrando uma rede de mais 39 certames desta natureza espalhados pelo mundo, o Green Film Network.

Cumpre um serviço público na região de Seia e serra da Estrela, pela realização do festival e mobilização de públicos, mas também no país, como o festival de cinema de ambiente de Portugal, ao dinamizar uma vasta rede de extensões ao longo do ano, em mais de 40 cidades, para o público geral e escolar.

Ao longo desta trajetória de quarto de século, o evento que se assume igualmente como movimento em prol de mudança de hábitos, reafirma a importância do cinema como ferramenta fundamental na promoção dos valores ambientais.

Neste contexto, importa sublinhar a importância do cinema enquanto ferramenta que permite partilha de conhecimento, assim como área de fornecimento de pistas de aprendizagem capazes de abrir portas à reflexão. Que levem a questionar, a inquietar e a operar mudanças de comportamento, sobretudo quando falamos de cinema como recurso educativo. E aqui, entra em linha de conta, a importância de problematizar estratégias de linguagem, operadas em filmes eco-ambientais, de cariz educacional.

Filmes, enquanto objetos artísticos e ferramentas pedagógicas, capazes de demonstrar a importância das artes para mudanças de paradigmas nas sociedades contemporâneas. Neste caso concreto das questões de ambiente e sustentabilidade, o contributo tem sido decisivo, à medida do leque de intervenção. Das inúmeras sessões realizadas e dos públicos mobilizados, seja nos auditórios, nas escolas ou outros espaços alternativos, em reforço constante da ação e missão.

A confirmação de alguns fenómenos como as alterações climáticas, as ameaças à biodiversidade, o esgotamento de recursos, entre outros, colocaram na agenda mundial a tomada de consciência da crise ambiental de carácter global.

Em face destas ameaças cada vez mais presentes, nos atropelos aos valores ambientais e de sustentabilidade, emerge por isso, o imperativo de mudança. De um modo geral e de forma simplista, o foco coloca-se sobretudo na necessidade de redução de uso de plásticos, na redução de consumo de carnes e outros alimentos compostos, e de uma maneira geral na redução da emissão de gases com efeito de estufa provenientes de industrias, transportes, agricultura ou resíduos.Neste contexto, além da difusão do gosto cinematográfico, o cinema ambiental tem sido um instrumento primordial na promoção da educação ambiental junto do universo escolar. Pequenos contributos para a formação de cidadãos mais esclarecidos a nível ambiental, na busca de melhores condições de vida na nossa “casa comum”, a que também chamamos planeta.

A tudo isto, junta-se o “efeito Greta Thunberg”, que tem despertado a opinião pública, os governos e as instituições e sobretudo os jovens à escala mundial, agitando consciências para o imperativo de mudança nos nossos hábitos diários e necessidade de políticas capazes de inverter o flagelo apressado do aquecimento global a que assistimos.

Por tudo isto, tudo é pouco e o cinema é o muito que nas artes se pode dar, numa causa que nos mobiliza a todos.

Seia, 20 de Dezembro 2019
Mário Jorge Branquinho, no Observador