terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

PS contra decisão do governo de encerramento da Empresa Municipal de Seia

A Assembleia Municipal de Seia, de acordo com as imposições legais, aprovou no passado dia 25 de fevereiro a extinção da Empresa Municipal de Cultura e Recreio, na sequência do processo conduzido pelo concelho de administração e do município de Seia.
A bancada do Partido Socialista votou favoravelmente, no entanto, fez saber através de uma declaração de voto conjunta que “apenas votou favoravelmente porque a Lei assim o obriga, manifestando o seu mais veemente pretexto pela forma cega como esta lei foi imposta”.
Na referida declaração, foi reforçado ainda o “claro prejuízo para o desenvolvimento cultural das populações, com este tipo de encerramento a nível do país, quando a cultura é um dos pilares do desenvolvimento das regiões. A Cultura e o desporto em geral são áreas com serviço de interesse público, que não devem ser aferidas estritamente pela sua rentabilidade financeira.”
Por fim, os membros da bancada do PS na Assembleia Municipal solidarizam-se com os trabalhadores da Empresa Municipal de Cultura e Recreio de Seia, que desta forma são atirados para o desemprego pelo governo do país”.
Sobre este propósito, a deputada Municipal do PS, Teresa Fernando proferiu o seguinte discurso:
 
É chegado o momento de tomar decisões, em função da imposição consignada na Lei 50/2012, de 31 de agosto, que aprovou o regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais. De acordo com a referida lei, está a terminar o prazo fixado para as câmaras extinguirem ou fundirem as suas empresas, e alterarem os estatutos das que vão manter.
Da análise efetuada ao enquadramento da nova realidade, facilmente se antevê que a maior parte das Empresas Municipais se encontra ancorada num setor empresarial local muito limitado. E a Empresa Municipal de Cultura e Recreio de Seia não é exceção. O seu desenho empresarial não se enquadra no paradigma de negócio lucrativo que a lei configura. E, deste modo, não cumpre os critérios de sustentabilidade que permitiriam a sua continuidade.
A Lei não tem contemplações. Decide cegamente a racionalização do setor empresarial e impõe a extinção das entidades que não satisfaçam os ditos critérios de sustentabilidade financeira, nomeadamente: que os gastos gerais não ultrapassem 50% do volume de negócios ou receitas, que o peso de subsídios de exploração seja inferior a 50% das receitas e que o resultado operacional seja positivo, isto é, que não se verifiquem prejuízos por mais de três anos consecutivos.
Apesar da celeuma que a discussão da nova lei suscitou na Assembleia da República e do parecer desfavorável da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que chegou a considerar inconstitucionais alguns dos seus preceitos, o que é facto é que a sua aplicação é iminente. Parece que já todos perdemos a esperança de que a lei fosse declarada inconstitucional, como pediu a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Neste contexto, a nova lei, mais uma das atrocidades cometidas pelo atual Governo em obediência ao acordo com a troika, irá abranger também a Empresa Municipal de Cultura e Recreio de Seia, implicando a sua dissolução.
Eu, deixem-me que vos diga, fico verdadeiramente estupefacta com a pretensão de se avaliarem fins lucrativos na gestão de uma empresa que desenvolve a sua ação em torno da cultura, lazer e recreio.
- O lucro será calculado na relação custo benefício?
 - Como se avalia o benefício relativo à dinamização do potencial cultural, que envolve toda a comunidade e promove uma oferta cultural diversificada e o acesso de todos à cultura?
- Como se transforma a 9ª edição do Seia Jazz & Blues, o Festival de Artes Plásticas de Seia – ARTIS, O Cine’Eco, as Marchas Populares, a Exposocial, o Concurso Literário SER, as comemorações do Dia Mundial da Criança, as Jornadas Históricas, a musicoterapia, entre outros, num mercado lucrativo?
- Quanto vale a melhoria da qualidade de vida dos munícipes, potenciada pelo desenvolvimento da prática desportiva? A este propósito vou apenas lembrar-vos os resultados de um estudo científico que indica que o Concelho de Seia tem uma prática de atividade física acima da média nacional. Segundo Fernando 2011, as políticas desportivas municipais obedecendo a um equilíbrio entre o rendimento absoluto e o rendimento relativo, bem como entre o Desporto para todos e o desporto para alguns, consubstanciam na sua essência a promoção de hábitos de vida saudáveis. É o enraizamento de projetos como Footpáscoa, Caminhar Saudável, Saúde em Movimento, a hidroterapia, entre outros, que fazem Seia ter uma participação desportiva acima da média nacional, contribuindo inequivocamente para a melhoria da qualidade de vida dos nossos munícipes, bem como para a dinamização das nossas instalações desportivas a cargo da agora extinta Empresa Municipal.
Bom, provavelmente são factos que não têm nenhum interesse, nos dias de hoje, para o nosso governo e terão ainda menos importância quando chegarmos todos à condição de “sem abrigo”.
Neste contexto, é com pesar que verifico o rumo que toma o nosso país, governado pela absoluta ganância dos governantes, que impedem que os nossos filhos possam continuar a viver neste Portugal cada vez mais desequilibrado, com assimetrias cada vez mais vincadas entre o litoral e o interior, mergulhando-nos numa assustadora desertificação e obrigando o poder local a tomar decisões na mais pura discordância, apenas pela obrigatoriedade cívica do cumprimento da lei.
Eu gostaria muito de saber afinal quanto vamos poupar com isto? Para que vai servir? Quantas fundações ou observatórios vão ser encerradas com o mesmo pressuposto?
Creio que todos sabemos a resposta.
O governo ateia algumas fogachas para manter as pessoas entretidas, até se tornarem incapazes de refletir e tomar decisões quanto ao que pretendem para o futuro do país.  
A nós não nos impedirão de refletir, de criticar e projetar o nosso concelho, ainda que condicionados por leis inadequadas, que não garantem equidade.
É hora de dizer: “basta”, queremos uma política séria, cujas propostas sejam assentes em análises e objetivos claros, que respeitem a especificidade e o potencial de cada região, bem como a vontade expressa de quem nelas habita.
Chega de erros consecutivos!
A deputada municipal da bancada do PS
Teresa Fernando
 
 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Câmara anuncia Seia Jazz & Blues, ARTIS e Cine'Eco, entre outros eventos para 2013


O Presidente da Câmara de Seia apresentou hoje em conferência de Imprensa realizada na Casa Municipal da Cultura, as linhas principais da programação do município para este ano de 2013.

Carlos Filipe Camelo destacou desde logo a realização da 9 edição do Seia Jazz & Blues, nos dias 5, 6 e 7 de abril, com Big Band da EPSE, Cristina Branco e Frankie Chavez, estes dois últimos com financiamento comunitário de 85% através da Cultrede.

Anunciou igualmente o reaparecimento do Festival de Artes Plásticas – ARTIS, cuja 11ª edição se realizará de 4 de maio a 9 de junho e que “constituirá uma forma de promover os artistas locais nas áreas da pintura, escultura, fotografia, música e outras”.

Ainda relativamente a “eventos âncora” da Casa da Cultura, anunciou a realização da 19ª edição do Cine’Eco de 19 a 26 de outubro.

Relativamente a teatro, deu conta da apresentação do espetáculo “Senalonga”, a partir do livro de Avelino Cunhal, pelo Grupo “Senna em Palco”, grupo residente da Casa da Cultura, dia 27 de março.

No último fim-de-semana de julho decorrerá a 2ª edição da BTS, através da parceria do município com as associações locais e no dia 23 de junho as tradicionais Marchas Populares.

Na área da Educação e Ação Social deu conta da realização da Exposocial dias 1 e 2 de outubro; das ações complementares educativas – “Saltaricos”, “Concurso Literário SER”, Motin – Mostra de Teatro Infanto-juvenil interescolar do concelho de Seia, Dia Mundial da Criança e Festival Especial.

Jornadas Históricas, Expedição Cientifica à serra da Estrela, Footpáscoa, Julho em Férias, Passeios Culturais e o Dia dos Avós são outras ações previstas para este ano.

No âmbito do projeto de Dinamização da Rede de Aldeias de Montanha, prossegue a aposta na animação dos chamados “Serões da Aldeia” e “Vivências da Aldeia”, uma estratégia diferenciadora de valorização da identidade das populações, com base na riqueza e autenticidade das suas tradições. Neste sentido, estão previstas 24 ações de promoção e valorização destes territórios e das suas gentes e tradições.

Por último, o Presidente da Câmara referiu-se ao apoio reiterado a muitas outras atividades culturais de interesse municipal, contemplando diversas áreas artísticas, com destaque para exposições, o programa FILARMONIAS, com bandas filarmónicas do concelho e diversos festivais das coletividades locais, “enquanto fatores identitários do nosso território, que a autarquia continua apostada em promover”.

Em resumo, Carlos Filipe Camelo referiu que “o Município procurará manter a aposta na cultura como fator de desenvolvimento, procurando fazê-lo com orçamentos bastante diminutos”.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Grandola Vila Morena

 

Grândola Vila Morena, cada vez mais o hino da revolução ibérica, que se impõe

 
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade


Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena


Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade


Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena


À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade


Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade


Zeca Afonso
 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Exposição de Alexandre Sampaio na Casa da Cultura de Seia




Durante os meses de fevereiro e março, está patente nas Galerias da Casa Municipal da Cultura de Seia a exposição de fotografia “Habitar II”, de Alexandre Sampaio.

Habitar II (2012), que vem na sequência da primeira edição em 2010, é uma colecção fotográfica interpretativa e interpelativa do espaço do Núcleo Museológico do Sal da Figueira da Foz, da salina que este preserva em actividade, da sua envolvência humana e ecológica. Procura uma poética reflexiva sobre o espaço, sobre a forma como o corpo o habita, e as múltiplas sensações que se despertam.

Este trabalho tem interpretação de Margarida Laranjo e colaboração de Abel Santos.

Após abertura no Dia Internacional dos Museus 2012, no Núcleo Museológico do Sal, passou já pela Sala Hélène Beauvoir (Universidade de Aveiro), na Galeria Plaza D’Art (Figueira da Foz) até janeiro de 2013 e chega agora a Seia.

A Exposição, que está patente de segunda a sexta-feira, das 10H às 18 Horas, resulta igualmente das parcerias culturais estabelecidas entre os municípios de Seia e da Figueira da Foz.

Alexandre Sampaio é encenador, performer, animador cultural e formador em expressões artísticas. Em Seia tem orientado vários cursos de iniciação teatral e levado à cena vários espetáculos, no âmbito do Senna em Palco, grupo residente na Casa Municipal da Cultura.

Enquanto criativo multidisciplinar, tem-se dedicado também a projetos literários, de instalação e fotografia.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Abismo criativo

Espécie de criativa
 
 
Para o abismo é o que evitamos ir a todo o custo e embora parecendo tema banal e assaz corriqueiro, é o que nos apraz escrever e desenhar, sem tom moralista, mas assim-assim criativo, neste definhar de palavras e de tons que nos embalam. Não é que não tenhamos forças, esperança ou auto-estima suficientes, ou sequer a ideia do ridículo do que afinal representa escrever ou dizer sobre isto que nos cai em cima e de tão difícil descrição.
Mesmo assim, e no introito, do faz-que-não-faz,  faz-se por trocar as voltas desta quase fatalidade em que afinal vamos caindo, em que os dias parecem noites e as noites se prolongam em fugas tenazes a pesarosos ajustamentos, onde teimosamente espreitam fantasmas de descoloridas façanhas, a querer entrar-nos pelas entranhas e nós impotentes e frágeis a assistir a descalabros tamanhos. E tudo isto é estranho e tremendamente novo, grave e sério, sem respostas e com muitas inquietações e perguntas infundadas.  
Dizem que é o país que se afunda e o mundo vai atrás. E nós incrédulos a perscrutar horizontes, neste tempo estranho.  Tempo cinzento e enigmático, este que vivemos, com “cada vez mais gente sem casa e cada vez mais casas sem gente”, como se lê em murais citadinos de muita moral e pouca margem de manobra. Isso incomoda-nos e quase nos dá pesadelos. Isso e tudo aquilo que está a acontecer, em paulatino desmoronamento, sem sentido e sem dó nem piedade, no dealbar de um ciclo, que é tudo menos promissor e encorajador. É uma fase da vida, afinal sem final feliz, que nos impele para desafios em desequilíbrio e sem muito por onde escolher.
Dizem que é a mudança de paradigmas que se impunha em tempos tão conturbados como este, em que tudo muda e “isto e aquilo, tal e coisa e coisa e tal”, e nós a embrulhar e desembrulhar, perscrutando neste corrupio de inquietações à espera que algo aconteça. Mesmo assim, constata-se uma não abdicação do lado desafiador e inconformado das pessoas, - dos resistentes – dos que não desistem e rilham os dentes e cerram os punhos, e procuram arrepiar caminho na desolação. Dos que saem a terreiro, afoitos e ingénuos, desafiando essa adversidade cruelmente emergente e docilmente convidativa a novas paragens. E não se auguram dias melhores, nem prosas mais escorreitas, neste império meio perdido de heróis resistentes. Mesmo assim, emergem bolsas de resistência, sacos de soluções, celeiros de abastecimento público de moral e boas práticas, onde se inscrevem boas intenções, num inferno cheio de boas maneiras, a assinalar desejos. E nesse biltre de laços afetuosos, surgem medidas, ações, revoltas e partos difíceis, em pactos criativos que uns quantos assinalam, em contra-ciclo, para fazer nascer novas vidas e novos rumos.  Renascendo!

 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Fim de semana de Carnaval em Seia


O Sábado de Carnaval vai ser em grande por estas bandas. O Município de Seia vai promover um conjunto de atividades ligadas à montanha, com enfoque na Gastronomia e nas plantas aromáticas, enquanto ícone do evento denominado “Aromas e Sabores da Montanha”. A iniciativa vai ter lugar na Praça da República, este Sábado, dia 9, das 9 às 17 horas.

Do programa constam o “Mercado da Vila”, um espaço de comercialização de produtos alimentares da região e uma mostra de plantas aromáticas do Centro de Interpretação da Serra da Estrela – CISE. As plantas aromáticas representam igualmente, o mote de uma demonstração de cozinha ao vivo com o Chef Igor Martinho, em parceria com a escola Superior de Turismo e Hotelaria, e da chamada “Conversas com sabor”, com a presença de especialistas ligados à gastronomia e plantas aromáticas.

Ainda durante o dia serão vários os momentos de animação, como o desfile de Carnaval, que decorrerá à tarde, com atuações de bandas filarmónicas, grupos do Conservatório de Música, grupos etnográficos locais, entre outras iniciativas.

Numa abrangência global, será um dia repleto de animação, característico da época que se vive. E como vem sendo hábito, trata-se de iniciativas do município com envolvência das comunidades locais, através de parcerias, de modo mobilizar as pessoas, fazendo e usufruindo.

No dia a seguir, Domingo, será a Feira do Queijo em Fornos de Algodres, para onde todos estão também convidados.