quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ordem para poupar



A Câmara de Seia estima poupar, no próximo ano, mais de 200 mil euros na iluminação pública, através dos ajustamentos que têm vindo a ser realizados na rede, nomeadamente retardando um pouco a ligação à noite e antecipando ligeiramente o seu horário de funcionamento, perto do amanhecer.

O apertar do cinto leva também o Município, pelo segundo ano consecutivo, a abdicar da iluminação de Natal e, pela primeira vez, não será realizado o habitual jantar de Natal dos trabalhadores, à custa do orçamento municipal.
Esta pode parecer uma notícia simples, naída no Jornal Porta da Estrela, mas revela a preocupação e a necessidade da autarquia em poupar. Uma estratégia e uma necessidade que vem detrás mas que terá de prevalecer no futuro. Infelizmente!

Recentemente recebeu o aval do Tribunal de Contas para o empréstimo de 45 milhões de euros. Não que isso seja uma salvação da Câmara, mas é certamente o aliviar de uma situação que começava a ser penosa e que a continuar a arrastar-se, constituiria um sufoco ainda maior para quem governa. Por isso, o Plano de Reequilíbrio financeiro não resolve tudo, mas alivia e dá a possibilidade de algum jogo de cintura, permitindo para já introduzir algum dinheiro na economia local, sobretudo a fornecedores. Obviamente que este plano obriga a Câmara a um controlo mais apertado, daí estas outras medidas de poupança e contenção.
Segundo se sabe, o município tem um défice de exploração de 250 mil euros por mês, ou seja, é como uma empresa que dá prejuízo de 50 mil contos por mês. Um prejuízo que se deve sobretudo aos desequilíbrios nos serviços de águas, saneamento e lixos. Um desequilíbrio que será ainda maior quando entrarem em funcionamento mais 20 Estações de Tratamento. Aí será ainda mais desastroso, com a contagem do litros de água para tratar, onde entram também, imagine-se, as águas da chuva! Por falar nisso, parece que em São Romão, graças à intervenção que tem sido feito, a desviar águas da chuva para fora deste sistema, a Câmara já está a poupar 15 mil euros por mês.

Como se vê a vida não está fácil em matéria de contas. Daí a necessidade de poupança. Já lá vai o tempo que era só mandar fazer!
Agora antes de se fazer o que quer que seja, tem de se ver de onde vem o dinheiro e isso é coisa que não abunda. Porque até nas transferências do Estado, o Município terá no próximo ano, menos 500 mil euros, o que também é muito significativo.

Mas mesmo assim, temos de ser optimistas e lutar. E acreditar!
Estou certo que Seia saberá dar a volta, daí este espírito de poupança na governação e a aposta forte na captação de emprego, onde de forma discreta, mas difícil, o município liderado por Filipe Camelo vai fazendo caminho.
O resto, iniciativas de putativo teor académico, não passam de romantismos desprovidas do pragmatismo que os novos tempos impõem!

Metalurgica Vaz Leal, em Loriga


A empresa Metalúrgica Vaz Leal foi fundada em nome individual pelo empresário Pedro Vaz Leal em 1934. Em 1962, a empresa toma a forma jurídica de sociedade por quotas sob a designação de PedroVaz Leal & Filhos, Lda, sendo que em 1967 transforma-se em sociedade anónima, adoptando a designação Metalúrgica Vaz Leal, SA. que ainda mantém actualmente.

O desenvolvimento inicial desta empresa ocorreu de forma bastante promissora, uma vez que a sua actividade incidia essencialmente ao nível da produção de produtos mecânicos para a indústria têxtil, estando este sector em grande evolução na época.

No entanto, dois grandes períodos marcaram a evolução histórica da Metalúrgica Vaz Leal, SA, sendo um deles o referente à 2ª guerra mundial, no qual surgiu a oportunidade de alargar a sua produção fabricando também componentes mecânicos, especialmente para a indústria mineira da região centro, e em sequência desta aposta, alargou posteriormente a sua intervenção a nível nacional.

O sucesso desta estratégia, fez com que os principais responsáveis apostassem claramente na diversificação de novos produtos, passando então a produzir também material agrícola, peças para fogões e construção de máquinas manuais, como por exemplo máquinas de funileiro, quinadeiras e guilhotinas, vindo a registar um acréscimo muito positivo no volume de negócios.
O outro período que também foi relevante na evolução da actividade da Metalúrgica, coincide com o início da guerra da Coreia, no qual, a crescente procura de volfrâmio, conduziu a uma grande expansão da indústria extractiva, o que se repercutiu nas solicitações à Metalúrgica Vaz Leal, SA, atingindo esta novamente uma posição consistente no mercado.
No entanto, com o término da guerra e consequentemente com uma recessão ao nível do sector mineiro, a Metalúrgica Vaz Leal, SA. ressente uma quebra na sua actividade, pelo que, a acção estratégica passou necessariamente pelo alargamento do seu mercado, passando a fornecer produtos mecânicos para a indústria transformadora nacional.

Actualmente, a sua actividade insere-se ao nível da fabricação de produtos metalomecânicos, segundo especificações dos clientes, utilizando como matéria-prima os produtos laminados, peças fundidas no processo da própria empresa e peças de aço vasado de ferro fundido.
Os clientes da empresa dividem-se entre a indústria “pesada” celulose, papeleira, cimenteira, química, siderúrgica (ex. Portucel SA, Siderurgia Nacional, Solvay Portugal) e inúmeras indústrias “ligeiras” (ex: construção civil). No entanto, a indústria pesada assume o maior
peso no seu volume de negócios.

É de facto abrangente a intervenção da Metalúrgica Vaz Leal, SA quer em termos de produtos fabricados e serviços prestados, quer ao nível de clientes, o que lhe tem permitido a permanência de 40 anos num mercado cada vez mais exigente e competitivo.

De facto, sendo esta uma empresa com bastantes anos de existência e com elevada credibilidade no mercado, associado ao conhecimento e experiência que os principais responsáveis possuem da actividade, ao seu dinamismo e empenho, associado à elevada competência das equipas de trabalho, têm igualmente constituído factores determinantes para o sucesso que a empresa tem apresentado.



Nota:

Foi nesta fábrica que fotografei a convite do meu amigo Carlos Amaro e são essas fotos que estarão patentes na exposição - "Fogo e Ferro Fundido" - no Posto de Turismo de Loriga durante o mês de Dezembro.





sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Seia de coisas



Como vem sendo hábito, vários acontecimentos envolvendo as comunidades locais, marcam mais uma vez a agenda cultural do concelho de Seia, sobretudo neste fim-de-semana.


Assim, no Sábado ao fim da tarde, teremos o XV Festival de Musica Coral em Terras de Sena, organizado pelo Orfeão de Seia, no Auditório da Casa da Cultura, que além do orfeão da terra, conta com o Coro de Leixões e a Tuna da Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia.

Ainda no Sábado, mas à noite, decorrerá no Museu Natural da Electricidade uma passagem de modelos, numa acção de promoção deste espaço cultural da cidade, situado na antiga central hidroeléctrica da senhora do Desterro, na Freguesia de São Romão.

No Domingo à tarde, no Cineteatro da Casa Municipal da Cultura, será a vez do XII Festival Nacional de Orquestras de Música Ligeira, organizado pela Orquestra Juvenil da Serra da Estrela, com a participação desta formação de Seia e ainda com a Orquestra Ligeira de Gouveia e Quarteto Sax 4ever, de Coimbra.

Além de tudo isto, acrescenta-se-lhe a exposição de artes plásticas sobre o Corpo, organizada pelo Município e pela Associação de Arte e Imagem de Seia, com participação de artistas locais e nacionais, e que está patente nas Galerias da Casa da Cultura (além das sessões de cinema comercial, desta vez com “o Regresso de Johnny English”) e temos muitos pretextos para sair de casa e para dizer que Seia é uma cidade animada e rica em projectos da comunidade e para a comunidade. Ou como diria o outro - "Seia de coisas"!

Ainda na semana passada assistimos à exibição de três documentários na Casa da Cultura, realizados por pessoas de Seia.
No Sábado foi exibido “Lanificios.doc”, de Luís Silva e no Domingo o filme “Ouro Verde” de Vitor Brito e “Mais Vale Prevenir” de F. Cunhal Saraiva. Todos eles com muito público e com registos positivos à qualidade das obras apresentadas.
E no próximo dia 3 de Dezembro será a vez do Festival da Canção Jovem organizado pela Casa da Juventude D. Ana Nogueira, de São Romão, que habitualmente conta com um ou outro grupo local e a fechar este ciclo, o concerto, no dia 10 de Dezembro, pelo Ensemble de Guitarras de Paranhos da Beira.
Como se vê, a tal BTL é mesmo uma grande Bolsa de Talentos Locais, que dá frutos.
E como dá para ver também, para além do acesso à cultura, há o espaço de produção cultural, onde se cruzam os espectadores e os produtores, que amiúde trocam de lugar. Ou como diria Jacques Ranciére, no seu “Espectador Emancipado”, - "uma comunidade emancipada é uma comunidade de contadores e tradutores”.

Opinião Livre, na Rádio Cultura de Seia


Agora aos Sábados, a Rádio Cultura de Seia tem uma mesa redonda para o debate de ideias sobre o concelho de Seia. Trata-se de “Opinião Livre”, emitido aos Sábados das 11 às 12 horas, com repetição às 18 horas.
Moderada por Ricardo Alvo, a mesa conta com a participação de Pedro Marques, João Amaral, Manuel Leitão e eu próprio.
No primeiro debate falámos de questões gerais relacionadas com o desenvolvimento do concelho, e para quem quiser pode aceder AQUI


Neste Sábado, 26 de Novembro, o tema é sobre a reforma administrativa das autarquias e em particular sobre a extinção / agregação de freguesias no nosso concelho.

Não perca! A conversa promete aquecer!

Passagem de modelos no Museu da Electricidade




O Museu Natural da Electricidade vai ser palco, neste sábado, dia 26 de Novembro, às 21h, de uma passagem de modelos infanto-juvenil levada a cabo pelo Município de Seia, através do Museu do Brinquedo. O desfile vai ter lugar no interior do espaço museológico, por entre as turbinas centenárias, e será protagonizado por crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos, na qualidade de doadores de brinquedos.A passagem de modelos vai de encontro às anteriores promovidas anualmente pelo Museu do Brinquedo e contará neste evento com a colaboração do Algodão Doce, Lion of Porches, N&N, Melovisão e Cabeleireiro Jardim.



O Museu Natural da Electricidade fica situada na antiga Central da Senhora do Desterro, Freguesia de São Romão e pode ver AQUI


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Seiacup 2012 reune em Seia melhores equipas do mundo


Ainda quase não se falou nada, mas o certo é que no próximo Verão Seia vai acolher um evento desportivo de dimensão Internacional.

Trata-se do Seiacup, que decorrerá nesta cidade serrana de 24 de Junho a 7 de Julho e conta com a presença das melhores equipas do mundo.

É verdade! Está tudo no dite oficial do evento, aqui - http://seiacup.com/pt

E a notícia de hoje em destaque é que o Futebol Clube de Barcelona confirmou, hoje, a sua presença no torneio Internacional SeiaCup 2012. O Barcelona, umas das melhores equipas mundiais, é possuídor das melhores escolas de formação do Mundo. Na equipa principal figuraram jogadores como: Messi, Iniesta, Xavi, Valdés, entre muitos outros, todos eles formados no emblema da Catalunha.


A presença do actual campeão espanhol e europeu no Torneio Internacional SeiaCup concederá uma enorme projecção ao evento e a possibilidade única de os jovens participantes testarem as suas capacidades junto das melhores equipas europeias.


O torneio promete, assim, reunir diversos estilos de jogo, desde o técnico tika-taka do Barcelona ao futebol mais musculado das equipas britânicas. Estão já confirmadas as seguintes equipas: Barcelona; Benfica; Sporting;Glasgow Rangers; Everton; Slávia de Praga; Lech Poznan e Warta Poznan.

Mais uma grande noticia para Seia e sem custos para o município, segundo revelou o Presidente Carlos Filipe Camelo.

Lanificios.doc – Documentário em aberto



Ei o texto que fiz para a apresentação do filme de Luís Silva e que ocorreu no passado Sábado à noite no Cineteatro da Casa da Cultura, perante uma plateia de mais de 300 pessoas.


"Lanificios.doc", de Luís Silva é um documentário de 53 minutos, onde o realizador aborda várias questões relacionadas com a indústria dos lanifícios na região da serra da Estrela.

Mostrar através de depoimentos e imagens actuais e antigas a força que esta industria tinha na região e os motivos pelos quais se instalou aqui. Depoimentos de autarcas e ex-autarcas, sindicalistas e ex-trabalhadores, empresários e ex-empresários, que em diálogo simples e corrente desfiam também, cada um por si, as contas do rosário do declínio desta importante mono-industria na região, nas décadas de 60, 70 e 80.

Lanificios.doc dá-nos conta, pela voz dos intervenientes, de uma visão desse passado, outrora rico, sem que no entanto o documentário assuma uma perspectiva de levantamento histórico, remetendo isso sim, para os tais testemunhos vivos.

Não é um filme da história dos lanifícios da serra da Estrela, é isso sim, uma amostra do muito que há para ver, sobre a riqueza de um sector que marcou uma geração. Uma obra que abre a janela a mais trabalhos sobre o tema, pelo muito que fica por contar.

Como documentário, Lanificios.doc remete para um compromisso de exploração de uma realidade passada, mas, como no cinema de ficção, acaba por ter também laivos de representação parcial e subjectiva da realidade. Mas tanto numa, como noutra perspectiva, o fio condutor leva o espectador a reflectir sobre uma temática importante, que dominou uma região, cumprindo e fazendo cumprir uma função do género documentário. Assim como se inscreve outra missão, que é a de valorização do património histórico e cultural reportada à ancestralidade de uma indústria rica de valores sociais e humanos.

Enquanto pessoa que se dedica à realização de documentários nos tempos livres, Luís Silva, que em 2009 recebeu uma menção honrosa no Cine’Eco pelo seu filme “Os Últimos Moinhos”, surge agora com Lanificios.doc, num registo mais elaborado e cuidado. Mais maduro, numa obra que, enquanto objecto artístico assinala progressos pontuais, ora por planos cuidados, ora por recortes fotográficos ou sonoros, já que desta vez há uma equipa constituída e funções repartidas.

Obviamente que há aqui ou ali pormenores a emendar, mas mesmo assim não esmorecem a intenção e a obra – esse trabalho que fica para registo presente e memória futura no panorama do vídeo amador local, que quer dar o salto. E por assim ser, aqui está, na Casa Municipal da Cultura de Seia, local onde se acede, mas onde também se faz cultura. Num espaço que o Município disponibiliza cada vez mais aos seus cidadãos que no campo artístico se destacam e se dispõem a partilhar com os diversos públicos.

Por isso, o Luís Silva, enquanto realizador, a Marta Correia, que assina o argumento, o Nuno Pinheiro que é fotógrafo, o músico David Fidalgo e o Wilmer da Silva, que fez a montagem, são dos muitos artistas locais que vão deixando marcas performativas nesta casa, que é o palco privilegiado do concelho de Seia e onde está constantemente a acontecer cultura. Agentes que ajudam a cumprirem a missão deste espaço cultural municipal em constante dinamismo.
Parabéns!


Seia, 19 de Novembro de 2011
Mário Jorge Branquinho

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os Correios de São Romão


No post anterior escrevi que os correios de São Romão vão fechar e que a população pouco se importa. A afirmação vem dos rumores que correm, mas assenta sobretudo no facto de que nos dias de hoje, as reacções a este tipo de situações ser diferente de antigamente. Uma curta afirmação para fazer o contra-ponto sobre as manifestações de repúdio à extinção de freguesias.
No entanto, acabo de receber uma mensagem do Presidente da Junta de São Romão, a esclarecer a situação e a luta travada, essa sim pela Junta, e nem tanto pela população, para a manutenção do Posto de Correios local.

É a seguinte, a mensagem que Luciano Ribeiro, um jovem Presidente de Junta dinâmico me dirige:

“De facto o serviço dos Correios está sobre ameaça, como muitos outros no país, dada a pressa da privatização (e não só).

Sobre o assunto em que fomos abordados, de forma ligeira, (o que é que achávamos, o que se estava a passar no país e tal) pelos CTT em julho e depois em setembro de forma mais acutilante, com data de encerramento e tudo!

Em Setembro convocámos uma Assembleia de Freguesia para discutir o possível encerramento e hipóteses em cima da mesa, que foi concorrida.

Dessa reunião do órgão máximo da Freguesia e da participação dos seus elementos e publico, considerou-se conveniente negociar com os CTT a melhor forma de se manter o serviço à população.

O serviço não vai fechar, sendo certo que dentro de alguns meses terão que haver mudanças. A população está informada que de uma maneira ou de outra o serviço vai continuar, dentro do possível, com melhores padrões de qualidade, dado que desde que começou a conversa os CTT não têm primado por melhorar o serviço prestado à população!!

Numa nova solução até poderemos acrescentar alguns serviços à população de São Romão, e outros utilizadores dos CTT que agora não estão disponíveis.

Pela Junta de Freguesia, continuava como estava, mas o essencial é permanecer a oferta de serviços à população (principalmente a empresarial e mais idosa) e se possível melhorar.

Agora, concordo contigo: a reforma administrativa merece outro tipo de luta de todos nós!”

Os ânimos das populações

Parece que tudo mudou. E mudou mesmo!
Parece que vai fechar o serviço de correios em São Romão, mas ninguém se importa muito com isso. Antes, poderia haver tumultos. Hoje não!
A explicação que me assiste (!) tem a ver com o facto de as pessoas hoje terem mais com que se preocupar. Hoje a questão do emprego e da carestia de vida conta mais.
Há questões da vida da comunidade que não suscitam entusiasmo. Que sejam os políticos a tratar disso, parece ser a ideia.
No entanto há excepções. E algumas delas residem nesta questão da reforma administrativa das freguesias. Aí eu penso que pode haver tumultos. Quando se fala em acabar com uma freguesia para se fundir com outras, julgo que as populações não vão aceitar de ânimo leve.
Ainda recentemente houve pelo menos dois casos sintomáticos no concelho de Seia. A Junta de Carragosela convocou uma reunião com o povo, por causa da extinção daquela freguesia e juntaram-se mais de 200 pessoas, numa aldeia com pouco mais de 300!
Outro caso foi na Freguesia da Cabeça, onde se juntaram perto de 100 pessoas, quase metade da população. Assim, de um dia para o outro.
E nesta matéria, ainda a procissão vai no adro.
Sinais dos tempos!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dança Contemporânea, esta sexta-feira na Casa da Cultura de Seia


O Cineteatro da Casa Municipal da Cultura de Seia vai ser palco para apresentação da “Menina de Pedra” do Quorum Ballet, no âmbito da programação do Município local.
O espectáculo, que neste mês de Novembro passa pelo Coliseu do Porto, Cineteatro de Alcobaça e Aula Magna em Lisboa, tem a direcção artística de Daniel Cardoso e interpretação dos bailarinos Theresa da Silva C., Filipe Narciso, Elson Ferreira, Inês Godinho, Inês Pedruco, Matilde Gilhet, Gonçalo Andrade.

Um grupo de amigos passeia numa zona esquecida da cidade. No meio dos arbustos e restos de obras descobrem uma velha estátua. Assustados com a expressão trágica da estátua, os amigos procuram fugir daquele local. São interceptados por um velho sem-abrigo que os avisa que o local é mal frequentado e adverte-os contando-lhes a história daquela estátua. Há muitos anos, uma menina, que tanto gostava de dançar foi transformada em estátua por uma terrível bruxa. A bruxa mantinha as suas ruas em absoluto silêncio, detestava qualquer movimento e todo o som. Ora, a menina, que tanto gostava de dançar, ao chegar àquela praça começou a fazê-lo. Furibunda, a bruxa, apanhou-a com as suas artes mágicas e transformou-a numa estátua. Os amigos decidem então ajudar a estátua. Como? Um deles tem uma ideia: Se a bruxa transformou a menina porque, ao parar o seu pensamento, lhe roubou a capacidade de movimento, talvez o reaprender do movimento lhe ajude a recuperar o pensamento.
E não há movimento mais fascinante, mais capaz de impressionar, do que a dança, de que a menina tanto gostava. É preciso dar lições de dança à estátua. Todos se empenham. A estátua recupera gradualmente os movimentos e acaba por se juntar aos amigos na dança, voltou a ser uma menina, bem viva.

Bilhetes: Normal – 3,5 €; C/ Cartão Municipal – 1,75€


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O meu modesto contributo político



Um destes dias, um amigo, por quem nutro simpatia e estima pessoal, embora com frequentes divergências sobre política local, dizia-me que ultimamente não tenho tido uma análise tão crítica como a que segui ao longo dos últimos anos.


Perante tal afirmação, lá tive que explicar que, desde que assumi a liderança da bancada do PS, apenas me coloquei num outro patamar de intervenção. E que a partir daí me propuz a dar o meu modesto contributo à Câmara na implementação das melhores práticas, com espírito de lealdade e de disciplina que estas posições impõem.


No entanto, isso não tem impedido que esse meu espírito crítico prevaleça, só que, deixou de ser em primeira linha do domínio público, passando primeiro pelos órgãos próprios quer no partido a que pertenço, quer no quadro da Assembleia Municipal e Assembleia Intermunicipal, onde uso as respectivas tribuna e as reuniões a que sou chamado.


Ou seja, primeiro falo dentro dos órgãos a que pertenço, procurando influenciar a Câmara, naquilo que entendo que é o melhor para o concelho, e só depois recorro à “via publica”, ou seja, à comunicação com as pessoas, através dos jornais das rádios, do blogue ou do facebook. O que não invalida que me cale! De resto, têm sido bem visíveis as minhas posições públicas, quer sobre as vias de comunicação e em particular a luta travada pela construção dos Itinerários da Serra da Estrela, quer sobre a nova reforma administrativa, ou na defesa da consolidação do ensino superior em Seia, do Hospital ou do próprio Centro de Emprego.


No quadro da política local há muito trabalho produzido e que nem sempre é visível, porque os tempos mudaram muito e hoje, para se conseguir um objectivo é preciso o dobro do esforço do que era dispensado em anos anteriores, em que o paradigma autárquico assentava em fazer obra, viesse o dinheiro de onde viesse.


Por isso é que os panoramas mudam e as posições também. No entanto, estou em crer que nem tudo é mau, apesar da conjuntura.


Estou também em crer que virão aí novidades no quadro da discussão política autárquica, para se fazer mais e melhor pelo concelho de Seia, que bem merece, a partir da situação em que actualmente se encontra. E os problemas maiores, são sem sombra de dúvida dois: A divida autárquica, que é enorme, como um pouco por todo o lado e o desemprego. No caso da dívida, é preciso dizer que não há dinheiro para nada e que ainda decorre o processo de reequilíbrio financeiro, lançado em momento oportuno pelo município. No que tem a ver com a política de emprego, o que sei é que estão também a ser feitos esforços para captação de investimento, apesar do período negro que atravessamos.


Por mim, e enquanto não desistir de estar na causa pública, de uma forma ou de outra, de modo público ou discreto, continuarei a lutar pelo que acredito e a ajudar quem se dispõem a fazer o que sabe e pode pelo nosso concelho.


O resto é conversa!



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Publico (sinhos) de Seia

Tanto quanto sei, para as Jornadas Históricas que decorrem a partir de quinta-feira na Casa Municipal da Cultura, por iniciativa do município através do Arquivo Municipal, estão inscritas quase duzentas pessoas oriundas de todo o país, das quais 3 ou 4 são do concelho de Seia. E tanto quanto sei também, esta é uma prática habitual.


Ou seja, vem gente de todo o lado, mas os de Seia não aderem, na lógica de que santos da casa não fazem milagres! Por um lado, nem é mau, porque se vem gente de fora, é dinheiro que entra na economia e a iniciativa, de grande valor científico, cumpre um dos seus objectivos fundamentas – o de atractividade da cidade pela via cultural. Mas por outro lado, dá que pensar. Que as pessoas de Seia, sobretudo as chamadas elites (palavra pesada) andam de costas voltadas para o que de bom em termos culturais se faz em Seia. Já às vezes noto isso em grandes espectáculos realizados na Casa da Cultura. Um certo distanciamento algo inexplicável. Ainda há dias um amigo me perguntava – onde andam os professores, os médicos, os advogados de Seia, que não se vêm nestas paradas?

Não sei, só sei que aparecem pouco e desses, os que aparecem são quase sempre os mesmos. Mas mesmo assim, entendo que não se deve desistir, até porque se não aparecem estes, aparecem outros, que lucram com a oferta, e a persistência, a coerência na programação são dados fundamentais na chamada criação de públicos.

E Seia tem percorrido um caminho que tem dado frutos, registando concertos e outros espectáculos com adesões significativas, atendendo à dimensão do concelho e da cidade.

Contingências culturais!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Jornadas históricas, coordenadas por Fernando Catroga na Casa Municipal de Cultura de Seia

“A História e o Corpo” é o tema que, entre 10 e 12 de Novembro, vai estar em debate nas Jornadas Históricas, que terão lugar em Seia, no auditório da Casa Municipal da Cultura. Naquela que é a 14ª edição da iniciativa, o Corpo constituirá o enfoque das intervenções que integram o programa, no qual se destaca a presença de conceituados oradores, como Moita Flores, Jorge Costa Santos, Manuel Lisboa e António Manuel Hespanha. Promovidas pelo Município de Seia, através do Arquivo Municipal, as Jornadas serão coordenadas, à semelhança de anos anteriores, por Fernando Catroga, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
No âmbito das jornadas, decorrerá nas Galerias da Casa Municipal da Cultura uma exposição colectiva de pintura, escultura e fotografia, organizada em parceria com a Associação de Arte e Imagem de Seia, cujo tema central é precisamente o corpo.
O programa contempla ainda um espectáculo de dança contemporânea, MENINA DE PEDRA, pelo Quorum Ballet, na sexta-feira, dia 11-11-2011!

Cerca de 200 pessoas de todo o país estarão inscritas, trazendo à cidade um movimento apreciável, sobretudo ao nível de restauração e hotelaria.