Conversas do Zé e do Vara

Quando o José liga ao Armando, é o Zé a ligar ao camarada Vara. Será por isso uma conversa privada e não uma conversa institucional. Logo, os dois são livres de dizer um ao outro o que pensam e pronto, ninguém tem nada a ver com isso. O que pode acontecer é a gente ter curiosidade e querer espreitar para saber do que falam estes dois amigalhaços.

Nós até imaginamos:

Ó Zé, tas, bom pá. Eu estou e tu? Eu também. Olha lá, então como é que nós calamos aquela gaja das sextas feiras na TVI? Sei lá, só tapando-lhe aquela grande boca. (risos) Não, a sério, já me estou a passar. Mas o que é que eu posso fazer? Sei lá, manda comprar a TV aos espanhóis através da PT. E pá, PT não, que isso dá buraco e confusão. Então pode ser à Oing. Ó quê? Essa coisa aí do Vasconcelos. Aprovas-lhe aí uns empréstimos marados e pronto. OK, logo se vê. Já agora, ouve lá, e massa para o partido? Tá tratado. E o Oliveira? Parece que tem aí os jornais falidos, temos de lhe deitar a mão para ele nos ajudar. Vamos a isso!

Ó Zé, tou-me a lembrar, e se estamos a ser escutados? Quero lá saber pá. Eu sou o Primeiro, estou a cima dessas coisas, pá. Ouve lá, o melhor é falarmos em código. Em código? Sim, por exemplo, quando quiseres massa, pede-me sopa. Sopa? Sim. É que és burro, então não vês que isso não ía adiantar nada, porque se estivéssemos a ser escutados, ficavam a conhecer os códigos. Pois é, tens razão. Mas não te chateies. Pois não. Achas que eu me chateio? Se me chateasse estava tramado, pá. Aquilo que eles me inventam! Primeiro foi a minha licenciatura, e a tua, depois foram os projectos das casas da Guarda, a co-incineração da Cova da Beira, o Freeport e agora esta. Qualquer dia ainda vão dizer que também vendi sucata ao Godinho. Tudo mentiras, pá. O que me conforta são os votos do povão, pá.

Nota:

qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência. Os jornais, o segredo de justiça e a nossa imaginação é que têm a culpa.