Parece que o concurso de empreendedorismo lançado pela Caixa Agrícola, Fundação EDP, Câmara de Seia e Associação de Antigos Alunos não teve qualquer concorrente. É sintomático. Mas não admira, pelo menos a mim. Louva-se o esforço dos promotores, mas uma iniciativa desta natureza carece de intervenção no terreno. Digo isto porque eu fui Agente de Desenvolvimento na década de noventa e fiz durante vários anos de elo de ligação entre os potenciais investidores e empreendedores e as instituições públicas e privadas. Porque era um de muitos jovens portugueses que andavam no terreno a servir de ponte e ao mesmo tempo de mola impulsionadora que estimulava, orientava e dava pistas. Que dizia onde havia incentivos, como elaborar candidaturas, mas que também ajudava a ultrapassar barreiras que as burocracias ditavam ou os mangas de alpaca aumentavam. Porque nestas coisas não basta dizer aos jovens que podem concorrer a um prémio de 5 mil euros. Não basta dizer a um potencial empreendedor que tenha coragem e avance, que é preciso arriscar! É preciso haver pessoas no terreno que acompanhem, dêem alento ao outro que quer investir. Àquele que tem uma boa ideia para desenvolver, mas que tem um mundo de dificuldades à frente.
Já uma vez defendi na Assembleia Municipal a criação de um Conselho Económico e Social - que curiosamente o PSD trazia recentemente no seu programa eleitoral - onde se juntassem todas as forças do concelho em matéria económica, social e de emprego para definir orientações e pô-las em prática. Defendi inclusivamente que algumas escolas primárias das aldeias fossem convertidas em PDL’s – Polos de Desenvolvimento Local, onde seriam colocados jovens licenciados a estagiar, para potenciarem e alavancarem estratégias de desenvolvimento.
Enfim, acção prática, diária e persistente. A bem do desenvolvimento concreto e fora da conversa balofa dos arautos do costume que só sabem dar palpites, sem saberem do que custa investir num país ou numa região como esta.
4 comentários:
Lanço um desafio ao Mario Jorge: a semelhança do desafio que Lhe foi lançado para a criação de um forum para discutir Seia e o seu futuro, por que não criar umas jornadas para atrair tantos e tantos reais empreendedores que Seia tem espalhados pelo País e que não investem na Sua terra natal. Pense nisso...
Eu já me propus uma vez para se juntar os melhores alunos do concelho, que são distinguidos anualmente pela Câmara, e desde o seu inicio. E já são muitos e espalhados pelo país. Formados e em lugares de destaque. Seria interessante reuni-los, e pedir-lhes sugestões. OUVI-LOS.
Se chamarem o Sr. Engº. Belmiro de Azevedo ele explicará como ninguém o caminho a seguir.
Eu já tive oportunidade de o ouvir em congresso e fiquei encantado com os ensinamentos que foram transmitidos aos jovens. E afirmo que no meio de mais de 300 jovens ninguém ficou indiferente, bem pelo contrário, era vê-los a partir sem demora à procura de mais conhecimento e experiência de vida.
Cumprimentos.
Assina: António Fernandes Pina.
Penso que o fenomeno existente no Concelho de Seia relativamente a esta matéria não será muito diferente do restante do Pais. A minha opinião pessoal é que mesmo com ideias, quem não tem recursos financeiros ou profissionais, não tem oportunidade de arrancar com o projecto, pois solicita-se sempre uma base, por minima que seja. Assim sendo, os recursos e os proprios subsidios somam-se "a quem já nem precisava somar".
Alternativas?...Nova legislação, a começar no Parlamento Europeu ...com equipas de acompanhamento e apoio no inicio e durante o desenvolvimento das iniciativas.
eugenio matos
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