A organização do Cine'Eco - Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, que se realiza em Seia há mais de uma década, considera «uma vergonha» o subsídio atribuído pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) através do Programa de Apoios à Realização de Festivais em Território Nacional de 2007. «Achamos uma injustiça o que o ICA fez ao Cine'Eco, que é não reconhecer o mérito que ele tem, esta é a conclusão que se pode tirar», afirma Mário Jorge Branquinho. «Um festival desta dimensão há 13 anos no Interior do país e continuam a contemplar-se sempre os mesmos, aqueles que exercem todos os lobbys e todas as influências junto do ICA», lamenta aquele elemento da organização do festival», sublinhando que «o argumento que eles utilizam é que este ano há retrocessão de verbas». No entanto, «vemos que até um ou outro festival teve aumento». «Se formos a comparar o nosso festival com outros que estão acima de nós na tabela em termos de financiamento, são muito pobrezinhos.Já os visitei, conheço-os, e aquilo que os diferencia do Cine'Eco é terem gente muito amiga, bem colocada e lobbys influentes. Nós não temos nenhum lobby forte, por isso não é atribuído o que o festival merece», acusa.
O Instituto do Cinema e do Audiovisual, refira-se a propósito, apoia este ano 16 festivais de cinema que se realizam no país com 750 mil euros, 120 mil dos quais para o Fantasporto. No fim da tabela aparece o Cine'Eco e os Caminhos do Cinema Português com 2500 euros cada um.Um valor muito aquém do esperado pela organização. «Não estávamos à espera porque ficámos bem classificados no concurso, nos parâmetros todos, o relatório que nos enviaram referia que estava tudo muito bem. Foi apontada apenas uma pequena fragilidade, que é natural, que nós conhecemos, mas no contexto da avaliação que foi feita, a nossa candidatura estava muito boa», garante. Ao ICA a organização pedia «50 mil euros, que é quanto é atribuído ao Imago, por exemplo». «Isto é brincarem connosco, o esforço que temos andado a fazer é um bocado quase em vão», afirma, adiantando já ter sido apresentada outra candidatura, «no âmbito do turismo». «Estamos a aguardar», conclui.O primeiro balde de água fria veio «em meados de Dezembro», altura em que Mário Jorge Branquinho, o realizador Lauro António, director do Cine'Eco, e uma vereadora da Câmara de Seia, foram chamados a Lisboa para uma reunião no ICA. «Fomos recebidos para nos dizerem que o festival não tinha recebido qualquer apoio, que não tinha sido contemplado, ainda foi mais grave», afirma. «Depois tomámos uma posição de força. O presidente da Empresa Municipal escreve uma carta ao presidente do ICA a lamentar o sucedido, a dizer que não concordávamos e que iríamos até às últimas consequências. Para atenuar a pancada atribuíram 2500 euros a nós e aos Caminhos do Cinema Português, de Coimbra, que também não tinham nada. Isto foi apenas uma forma de dar a volta ao texto», acusa.
Mas nem tudo são más notícias. «O presidente do ICA diz que vai dar mais atenção ao festival, que vem cá no próximo, enfim, vamos aguardar», avança.Questionado sobre a «pequena fragilidade» apontada pelo relatório do ICA, Mário Jorge Branquinho responde tratar-se da «projecção nacional». «Isto é tipo a pescadinha do rabo na boca. Ou seja, nós não temos dinheiro para projectar o festival em grandes campanhas de publicidade como têm outros festivais, e se não temos dinheiro não fazemos a projecção devida, e não fazemos a projecção devida porque não temos dinheiro. Se o ICA, que é a entidade máxima destas coisas, quer que o festival tenha projecção tem que lhe atribuir subsídio, se não o fizer continuamos sempre no mesmo». «O protocolo com a RTP já nos deu essa projecção que faltava, mas que ainda é pouco, precisa de mais», admite aquele responsável, finalizando que «a câmara está praticamente a suportar por inteiro o festival, o que é dramático».
O Instituto do Cinema e do Audiovisual, refira-se a propósito, apoia este ano 16 festivais de cinema que se realizam no país com 750 mil euros, 120 mil dos quais para o Fantasporto. No fim da tabela aparece o Cine'Eco e os Caminhos do Cinema Português com 2500 euros cada um.Um valor muito aquém do esperado pela organização. «Não estávamos à espera porque ficámos bem classificados no concurso, nos parâmetros todos, o relatório que nos enviaram referia que estava tudo muito bem. Foi apontada apenas uma pequena fragilidade, que é natural, que nós conhecemos, mas no contexto da avaliação que foi feita, a nossa candidatura estava muito boa», garante. Ao ICA a organização pedia «50 mil euros, que é quanto é atribuído ao Imago, por exemplo». «Isto é brincarem connosco, o esforço que temos andado a fazer é um bocado quase em vão», afirma, adiantando já ter sido apresentada outra candidatura, «no âmbito do turismo». «Estamos a aguardar», conclui.O primeiro balde de água fria veio «em meados de Dezembro», altura em que Mário Jorge Branquinho, o realizador Lauro António, director do Cine'Eco, e uma vereadora da Câmara de Seia, foram chamados a Lisboa para uma reunião no ICA. «Fomos recebidos para nos dizerem que o festival não tinha recebido qualquer apoio, que não tinha sido contemplado, ainda foi mais grave», afirma. «Depois tomámos uma posição de força. O presidente da Empresa Municipal escreve uma carta ao presidente do ICA a lamentar o sucedido, a dizer que não concordávamos e que iríamos até às últimas consequências. Para atenuar a pancada atribuíram 2500 euros a nós e aos Caminhos do Cinema Português, de Coimbra, que também não tinham nada. Isto foi apenas uma forma de dar a volta ao texto», acusa.
Mas nem tudo são más notícias. «O presidente do ICA diz que vai dar mais atenção ao festival, que vem cá no próximo, enfim, vamos aguardar», avança.Questionado sobre a «pequena fragilidade» apontada pelo relatório do ICA, Mário Jorge Branquinho responde tratar-se da «projecção nacional». «Isto é tipo a pescadinha do rabo na boca. Ou seja, nós não temos dinheiro para projectar o festival em grandes campanhas de publicidade como têm outros festivais, e se não temos dinheiro não fazemos a projecção devida, e não fazemos a projecção devida porque não temos dinheiro. Se o ICA, que é a entidade máxima destas coisas, quer que o festival tenha projecção tem que lhe atribuir subsídio, se não o fizer continuamos sempre no mesmo». «O protocolo com a RTP já nos deu essa projecção que faltava, mas que ainda é pouco, precisa de mais», admite aquele responsável, finalizando que «a câmara está praticamente a suportar por inteiro o festival, o que é dramático».
Gabriela Marujo, in Jornal Terras da Beira - Guarda, 24 de Janeiro de 2008
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