terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Informação do Presidente da Câmara, sobre o que se faz e o que se propõe fazer para 2014

Realiza-se na próxima segunda-feira, dia 23 de dezembro, a partir das 14:30 horas no Auditório da Casa Municipal da Cultura, a sessão ordinária da Assembleia Municipal de Seia, onde entre outros pontos será discutido e votado o Plano e Orçamento do Município para 2014.

A este propósito e porque entendo que a comunicação é um fator importante na "coisa pública", publico aqui a informação escrita do Presidente da Câmara que nos foi remetida a membros eleitos e Presidentes de Junta. Uma comunicação que reflete, de forma sucinta o que se faz e o que se propõe fazer.
_

É num enquadramento muito difícil, com o País mergulhado na maior crise económica e social da sua história democrática, que definimos as linhas fundamentais de orientação da Câmara Municipal de Seia para o próximo ano.

Com a apresentação das Opções do Plano e Orçamento para o ano de 2014 damos início a uma nova etapa de quatro anos na vida do nosso Concelho, em diversos planos: económico, social, cultural e político.

A clareza manifestada pelos munícipes, através da sua pronúncia no último ato eleitoral autárquico, é reveladora que o caminho que temos vindo a trilhar está certo.

Contudo, temos a perfeita consciência que os resultados eleitorais expressam, igualmente, um desejo de ver fazer mais e melhor, através do lançamento de ações e de políticas que respondam aos desafios e anseios da nossa comunidade.

Os presentes documentos continuam a expressar o esforço que a Câmara Municipal tem feito, ao longo dos últimos anos, para dotar o nosso concelho das infraestruturas necessárias a fim de garantir aos seus concidadãos um nível elevado de qualidade de vida.

Não tenhamos ilusões. As operações da divida autárquica continuam a consumir parte substancial dos nossos recursos, resultado de um ciclo de desenvolvimento sem paralelo, desde a construção de equipamentos culturais
e desportivos, às infraestruturas básicas (saneamento e abastecimento de água), requalificação do parque escolar e rede viária municipal, entre outros.

Ninguém nos perdoaria se esse caminho não tivesse sido feito.

Que não haja qualquer dúvida sobre a utilidade do endividamento municipal. Ele foi contraído em benefício das nossas gentes e é o resultado de opções políticas (obras) que extravasaram, muitas vezes, as maiorias que, em diferentes momentos, governaram a Câmara Municipal.

Vamos continuar a canalizar todos os nossos recursos para a promoção de mais e melhor emprego, apostando na capacidade empresarial e na inovação dos jovens, como fatores importantes de modernização e de consolidação do nosso tecido empresarial.

As Grandes Opções do Plano evidenciam uma forte aposta na prevenção e no combate a todas as formas de exclusão social, com mais apoio para os idosos, crianças e famílias em situação vulnerável.

A cultura, a educação, o desporto e o lazer continuam a ser encarados como fatores decisivos para o desenvolvimento e afirmação da nossa comunidade, pelo que continuaremos a apoiar as Associações Culturais e Recreativas, estabelecendo novas formas de cooperação, sobretudo na organização de eventos culturais e no domínio do ensino das várias expressões artísticas.

Continuar a apostar num ensino de qualidade desde o pré-escolar – adaptar os horários às necessidades das famílias, continuar a consolidar o ensino profissional e superior, são absolutamente fundamentais.

Com o nosso Concelho servido com redes de água e esgotos e respetivas Estações de Tratamento, continuamos a centrar a nossa ação na recuperação dos Centros Históricos e na valorização das Aldeias de Montanha, que começam a ter um impacto muito positivo no âmbito da atratividade turística do Concelho.

Equilíbrio financeiro, rigor e credibilidade, são as notas dominantes da gestão da autarquia, reconhecidas no mais recente relatório de acompanhamento da Direção Geral das Autarquias Locais, no âmbito do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) e Plano de Reequilíbrio Financeiro.

Continuamos a ser ambiciosos e a ter a capacidade de utilizar todos os recursos financeiros para executar as obras e aproveitar, até ao limite, os apoios nacionais e comunitários, assim que os mesmos sejam colocados à nossa disposição.

O presente mandato vai desenvolver-se em torno de uma nova realidade territorial: a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIBSE).

Apesar do Município de Seia possuir ligações primordiais com outros territórios, que não a Beira Interior, entendemos que, face à oportunidade e ao contexto que visa a possibilidade de execução dos Itinerários da Serra da Estrela, o município aceitou a proposta/desafio da CCDRC em integrar esta nova realidade, com base na premissa desta nova sub-região colocar no topo da sua agenda a necessidade da construção da concessão rodoviária da Serra da Estrela (IC 6, 7, 37).

Este tema fará parte, assim, das linhas gerais de negociação do próximo quadro comunitário de apoio, 2014-2020, no qual as áreas de montanha terão, no futuro enquadramento, um tratamento diferenciado.

Ressalvámos, no entanto, a necessidade de manutenção da identidade do território da Serra da Estrela, defendendo a criação de Intervenções Territoriais Integradas concordantes com as estratégias municipais já em curso.

Decorrido o período referente ao processo de eleição, o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, foi eleito para presidir à CIBSE, conduzindo os seus destinos nos próximos dois anos, cabendo os restantes dois anos do mandato à Câmara Municipal do Fundão.

A lógica de rotatividade foi igualmente aplicada à vice-presidência, que será repartida entre Seia e o Sabugal, no primeiro período, e Gouveia e Celorico da Beira, na segunda metade do mandato. A sede da nova comunidade intermunicipal vai ficar na Guarda.

O que Importa destacar, mais do que a liderança, é a estratégia da nova Comunidade Intermunicipal, composta por 15 municípios: Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso.

Seia assume, neste quadro, um papel preponderante. Trata-se do quarto concelho mais populoso da CIBSE, a seguir à Covilhã, Guarda e Fundão, indissociável da marca Serra da Estrela.

Os sinais são muito positivos. Após muito trabalho e determinação da Câmara Municipal, estão reunidas as condições para começar a Barragem de Girabolhos, que terá um impacto muito favorável na nossa economia, quer pelo número de postos de trabalho (diretos e indiretos) que irá criar durante a sua construção, quer no futuro, pelas perspetivas de desenvolvimento que o equipamento irá propiciar, sobretudo na área do Turismo e do Lazer.

Para além do Programa das Aldeias de Montanha, que continua a decorrer com assinalável êxito e uma adesão nunca antes vista dos operadores privados, estamos a trabalhar na adesão do Concelho à Rede de Judiarias, atendendo ao vasto património (vestígios) que possuímos, que podem constituir mais um fator de atração.

Santa Marinha reúne igualmente condições para a sua inclusão na Rede de Aldeias Históricas, na sequência da inventariação e documentação de todo o seu património histórico, de elevado valor.

Não podemos deixar de relevar a grande operação de promoção do nosso Concelho, realizada pelo projeto Cabeça Aldeia Natal, vencedor do Concurso de Ideias, promovido pelo Município no âmbito da Agenda 21 Local.

O Emprego continua a ser nossa principal prioridade, de modo a procurarmos criar riqueza, fixar e atrair populações. Muito temos feito, mas mais iremos fazer neste domínio, captando investimento e projetos diferenciadores e inovadores, capazes de criar riqueza e emprego.

Fruto da experiência e da proximidade com atuais e potenciais investidores, caminharemos no sentido de fortalecer o tecido económico da região, em setores diversificados.

Esta é uma administração municipal simples, eficaz e transparente, feita com e para as pessoas, com as quais vamos continuar a manter uma postura de lealdade e cooperação.

Uma palavra para as Juntas de Freguesia, com quem vamos aprofundar a nossa cooperação, através da revisão das suas competências, conferindo maior eficácia ao serviço público.

Vamos ter de estar muito atentos relativamente à reorganização dos serviços do Estado, com particular destaque para o nosso Hospital, Tribunal e para a Escola Superior de Turismo e Hotelaria, entre outros.

A existência de serviços públicos (saúde, educação, justiça, segurança, finanças, etc.) fazem parte de um conjunto de condições indispensáveis para garantir a fixação e atração de população e o desenvolvimento sustentável de todo o território nacional. Reorganizar e racionalizar não podem depender, apenas de “tempos de distância” ou de “custos per capita”. Devem ter em conta, entre outros, níveis de desemprego local e disponibilidade de emprego por setor de atividade, índices de desenvolvimento socioeconómico, de poder de compra ou indicadores de desenvolvimento da população.

Não é possível o Estado querer atrair mais investimento, empresas e fixar pessoas no interior, quando é o próprio Estado o primeiro a abandonar estes territórios.

A reorganização de serviços do Estado não pode ser apenas uma questão de escala, de número mínimo de utentes. Qualquer reorganização alicerçada em agregações e encerramentos tem efeitos muito negativos sobre a vida das pessoas e consequências nefastas sobre as economias locais que dependem, em muitos casos, por falta de alternativas, do emprego público.

Vamos, pois, todos juntos, dar o nosso melhor, pois essa união é absolutamente decisiva para enfrentarmos e resolvermos os problemas com que nos defrontamos e encarar o futuro com maior confiança.

É, também, este desafio que a todos, sem exceção, hoje aqui vos deixo.


O Presidente da Câmara de Seia, Carlos Filipe Camelo Miranda de Figueiredo


Sem comentários: