Aqui estou eu de regresso ao convívio com os leitores do blogue. Por estes dias fiz a experiência de estar longe de computadores, sem internet, sem telemóvel e quase sem horas. Experiência extraordinária e quase a roçar a ousadia do que pode ser a mania do futuro, para quem quer fugir à rotina. E dependência, ou vício.
Se há uns poucos anos atrás pensássemos nisto, julgaríamos que era mentira. Mesmo no tempo do fax,mesmo assim uma espécie de "Idade da Pedra", já havia progressos, mas como agora não.
E a propósito, lembrei-me de uma crónica publicada no meu livro “O Mundo dos Apartes” (Seia 2002) e que aqui publico, com o titulo:
“No tempo das cabines telefónicas”
Não tenho uma memória de elefante, mas lembro-me de muito que já não consta de qualquer hábito ou agenda de comportamentos. Gestos simples ou atitudes singelas, naturezas diversas, caídas em desuso que até dá que pensar.
Ainda sou do tempo em que se telefonava das cabinas telefónicas – por exemplo - e hoje toda a gente liga para alguém de uma qualquer parte, pegando num aparelho chamado telemóvel. Na mobilidade do dia-a-dia, é hoje banal efectuar ou receber chamadas a meio de qualquer cerimónia, - seja no serviço, no café, no cinema ou num velório!
Uma cabina telefónica é hoje um fantasma, que ainda por cima só é procurada quando não há rede ou bateria que resista, apesar de não haver cartão à mão.
Valerá de alguma coisa lembrar também a idade do Telex, com a fitinha a sair cravada de buracos, qual mensagem bem definida e transmitida! E da idade do Fax? Embora ainda persista, esta fase é já quase ultrapassada pela Net, uma espécie de vida nova na nova era moderna.
Ainda sou do tempo em que se escrevia numa máquina de dactilografia “AZERT” ou “HCESAR”, ao melhor estilo das agências da polícia na hora dos inquéritos aos acusados. Hoje é o teclado do computador a ditar as regras.
Ainda sou do tempo em que se escrevia à mão e hoje já quase não pego numa esferográfica, dando ainda para notar a má caligrafia e ortografia que graça no papel.
Ainda sou do tempo em que as pessoas andavam a pé e hoje constato que queremos entrar com os carros para dentro dos estabelecimentos.
Ainda sou do tempo em que o tempo demorava a passar e agora tudo passa depressa. Ainda ontem era ontem e já amanhã foi há um ano.
Ainda noto a pressa que temos em andar e a falta de tempo e paciência para lidar com contratempos. Tudo tem de andar depressa porque o tempo do andamento a vapor já passou.
Sou do tempo em que os velhos eram velhos e os novos eram novos, mas hoje noto que os novos já são velhos e os velhos já morreram. Como tudo passa e se transforma!
Isto já não é o que era!
Não tenho uma memória de elefante, mas lembro-me de muito que já não consta de qualquer hábito ou agenda de comportamentos. Gestos simples ou atitudes singelas, naturezas diversas, caídas em desuso que até dá que pensar.
Ainda sou do tempo em que se telefonava das cabinas telefónicas – por exemplo - e hoje toda a gente liga para alguém de uma qualquer parte, pegando num aparelho chamado telemóvel. Na mobilidade do dia-a-dia, é hoje banal efectuar ou receber chamadas a meio de qualquer cerimónia, - seja no serviço, no café, no cinema ou num velório!
Uma cabina telefónica é hoje um fantasma, que ainda por cima só é procurada quando não há rede ou bateria que resista, apesar de não haver cartão à mão.
Valerá de alguma coisa lembrar também a idade do Telex, com a fitinha a sair cravada de buracos, qual mensagem bem definida e transmitida! E da idade do Fax? Embora ainda persista, esta fase é já quase ultrapassada pela Net, uma espécie de vida nova na nova era moderna.
Ainda sou do tempo em que se escrevia numa máquina de dactilografia “AZERT” ou “HCESAR”, ao melhor estilo das agências da polícia na hora dos inquéritos aos acusados. Hoje é o teclado do computador a ditar as regras.
Ainda sou do tempo em que se escrevia à mão e hoje já quase não pego numa esferográfica, dando ainda para notar a má caligrafia e ortografia que graça no papel.
Ainda sou do tempo em que as pessoas andavam a pé e hoje constato que queremos entrar com os carros para dentro dos estabelecimentos.
Ainda sou do tempo em que o tempo demorava a passar e agora tudo passa depressa. Ainda ontem era ontem e já amanhã foi há um ano.
Ainda noto a pressa que temos em andar e a falta de tempo e paciência para lidar com contratempos. Tudo tem de andar depressa porque o tempo do andamento a vapor já passou.
Sou do tempo em que os velhos eram velhos e os novos eram novos, mas hoje noto que os novos já são velhos e os velhos já morreram. Como tudo passa e se transforma!
Isto já não é o que era!
2 comentários:
Tudo isto é a Lei da Vida meu Velho!!!
Só para lembrar aos mais distraídos que, o teclado Hcesar foi criado por decreto de 21 de Julho de 1937. Era Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar. O inventor deste teclado foi Francisco Mendes Póvoas, ilustre senense, natural da freguesia de Torroselo. Muito mais havia para falar deste conterrâneo que, em vida, pugnou pelo progresso e bem estar, da nossa região. Fica para uma próxima intervençâo.
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