Leite Derramado, de Chico Buarque

Acabo de ler “Leite Derramado” de Chico Buarque. O tempo quente deste Verão inconstante, levou-me à leitura de mais um livro das prateleiras comerciais das Fnac’s e Cª. Por isso, fui mergulhar na escrita deste autor, conhecidíssimo também como importante compositor da música popular brasileira. Letra e música. Já escreveu outros livros. O mais famoso é “Budapeste”, que chegou a ganhar vários prémios, por ser mesmo bom.
Para mim, que não sou grande especialista, mas porque desfrutei de um produto que comprei, sinto-me no direito de dizer que a dada altura este "Leite Derramado" se torna enfadonho. Até que a ideia de colocar a voz narrativa num moribundo, que jaz doente no hospital e vai desfiando uma saga familiar caracterizada pela decadência social e económica, não é má ideia de todo. Uma forma também hábil de revelar aspectos da história do Brasil dos últimos dois séculos.

Mas quem sou eu para dizer isto.

Quanto ao resto, pode dizer-se que o texto é construído de forma primorosa, embalando-nos na fala do ancião, umas vezes desarticulada, outras acertiva, criando também suspense para nos prender a atenção.

E chega.

Sinopse:

Um homem muito velho está num leito de hospital. Membro de uma tradicional família brasileira, ele desfia, num monólogo dirigido à filha, às enfermeiras e a quem quiser ouvir, a história de sua linhagem desde os ancestrais portugueses, passando por um barão do Império, um senador da Primeira República, até o tataraneto, garotão do Rio de Janeiro actual. Uma saga familiar caracterizada pela decadência social e económica, tendo como pano de fundo a história do Brasil dos últimos dois séculos.