De Eduardo Reis, do Rio de Janeiro, recebi o poema (que afinal não é ) de Fernando Pessoa que publico:
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
tornar-se num autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo...
4 comentários:
Bom dia Mário Jorge!
Li o poema enviado pelo seu leitor e, fui pesquisar na net se realmente era de autoria de Fernando Pessoa. Encontrei estas informações que, deixo aqui, para eventuais interessados tomarem conhecimento.
Laurinda Alves, em dia de azar, publica um texto supostamente de Fernando Pessoa, apócrifo evidentemente. Está à vista de qualquer um que conheça a obra de Pessoa que aquele poema piroso nunca podia ser dele, e ainda por cima com pronome reflexo colocado à moda brasileira: ‘Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história’. Um idiota qualquer o escreveu, (...)”. (“Fernando Peçonha” in http://doc-log.blogspot.com/2007/04/fernando-peonha.html)
É muito provável que a prosa corresponda a dois textos de autores diferentes. O bloguista brasileiro Nox poderá ser um deles: “No início de 2003, chateado com os obstáculos que encontrava e tentando ser um pouco otimista, escrevi aqui estas três frases: ‘Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo.’ Não pensei mais nisso até que recentemente comecei a receber e-mails pedindo que eu confirmasse ser o autor do trechinho. Aparentemente, o trio de frases tomou vida própria e se espalhou pela internet lusófona com variações na pontuação e na atribuição da autoria. (...) Depois alguém resolveu pegar um poema (possivelmente de Augusto Cury, autor de Dez Leis para Ser Feliz), colar o tal trechinho no fim e distribuir tudo como se fosse obra do Fernando Pessoa. Não demorou muito para que as minhas três frases começassem a pipocar pela rede atribuídas ao poeta português (afinal, é sempre mais bacana citar um famoso escritor luso que um quase desconhecido blogueiro brasileiro). Cheguei eu mesmo a duvidar da minha autoria. Poderia ter cometido um plágio inconsciente, recolhendo da memória alguma coisa lida no passado e achando que se tratava de material original? Revirei os poemas pessoanos em busca de pedras e castelos mas não consegui encontrar qualquer coisa remotamente parecida ao trecho em questão. Vasculhei os heterônimos e tampouco achei o guardador de pedras. (...) Outra coisa engraçada é que nem me sinto orgulhoso de ter escrito isso, parece-me hoje até um pouco piegas, como aqueles cartazes motivacionais com fotos bonitas e frases otimistas.” (in www.nemonox.com/ppp/archives/2006_03.html#008119)
O provedor contactou, portanto, a Casa Fernando Pessoa.
“O poema em questão não é de Fernando Pessoa, coisa que poderia ser garantida à primeira leitura (pelo tema, pela escrita, pela ortografia). No Brasil, tanto na web como em papel impresso, circulam vários «poemas apócrifos» assinados por Fernando Pessoa; muitas vezes, os seus autores pretendem garantir algum reconhecimento anónimo através da utilização do nome do poeta – são, geralmente, textos de má qualidade e que, infelizmente, se multiplicam todos os dias. Qualquer «leitor mediano» da obra de Pessoa ou dos seus heterónimos se dá conta da mistificação e da falsificação. Fernando Pessoa não diz semelhantes patetices”, esclareceu Francisco José Viegas, escritor e director da Casa Fernando Pessoa.
Pedi, por outro lado, um esclarecimento a Laurinda Alves: “Agradeço sinceramente o contributo dos leitores e dos especialistas para desfazer um equívoco que não era só meu e, por isso, podia ser perpetuado.
Aqui ficam os textos e as cartas, escritos em vários tons, a desfazer todas as dúvidas. Verifico, com surpresa, que ainda há pessoas que vivem convencidas de que nunca se enganam nem se deixam enganar.”
Laurinda Alves reconhece o erro.
O provedor considera que os jornalistas devem confirmar a veracidade da informação que divulgam. É uma forma de evitar enganar os outros. O resto é conversa...
Fonte: http://static.publico.clix.pt/homepage/provedor/04.ruiAraujo/textos/2007.05.13.fernandoPessoa.asp
Como Laurinda Alves, também eu digo: “Agradeço sinceramente o contributo dos leitores e dos especialistas para desfazer um equívoco que não era só meu e, por isso, podia ser perpetuado".
MJB
Não foi minha intenção enviar um poema que não tivesse a real autoria de Pessoa. Mas valeu a pena o envio pois despertei o interesse do amigo A. Madeira e,a partir de agora, tomarei mais cuidado com o que recebo.Agradeço
"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido". Acho que agora eu acertei. É por causa disso que fico feliz em ter descobero o blog do amigo Mario. abraços.
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