segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estratégia de Desenvolvimento Turístico da Serra da Estrela


Ficámos a saber por estes dias que o trabalho “Estratégia de Desenvolvimento Turístico da Serra da Estrela” dos professores Manuel Salgado e Lúcia Leitão foi premiado no Congresso Internacional de Turismo de Leiria e Oeste.

Desde logo o que sobressai é a boa notícia. Dois professores de Seia que foram premiados pelo trabalho apresentado - o Prof. Doutor Manuel Salgado, da Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia (ESTHS)e a Drª. Lúcia Leitão, que é docente da Escola Secundária de Seia, tendo já dado também aulas na ESTHS, onde curiosamente e em minha opinião devia estar.

Dada a boa notícia, ocorre meditar nela. Ou melhor, no seu conteúdo – na tal estratégia para o desenvolvimento turístico da Serra da Estrela. E o que diz essa estratégia? Onde assenta? Exactamente, naquilo que já há muito se vem falando, no senso comum – na valorização do potencial de vários produtos emergentes nesta região. Desses, destacam-se o turismo de aventura, a gastronomia e vinhos e o turismo de natureza.

Até aqui, parece que não há novidades de maior. Já todos ouvimos falar da importância dos produtos locais – o queijo, o pão, os enchidos, o mel, etc. – e que é preciso apostar noutros, melhorar a nossa gastronomia, apostar na qualidade, criar empresas de animação turística, enveredar pela criação de percursos pedestres, etc. etc.

No seu trabalho, os autores de certeza que apontam caminhos a seguir para se implementar a estratégia, mas aposto que ela assentará em grande medida na vontade e dinamismo das pessoas da comunidade e não apenas na acção pública dos municípios. E é aqui que eu quero chegar. É que me parece haver uma certa ideia de que têm de ser os municípios a fazer tudo. É evidente que o turismo é a área prioritária para o desenvolvimento do concelho de Seia e concelhos limítrofes, mas esse é um desafio de todos. No caso de Seia, o município construiu o CISE, o novo Posto de Turismo, museus, bibliotecas, escolas e outros espaços culturais, fomentou eventos, apostou na divulgação e promoção, estimulou potenciais empresários, etc. mas agora há que esperar mais da chamada sociedade civil. De pessoas que se arrisquem a investir. A criar emprego.

O concelho de Seia tem mais de 100 criadores de gado ovino e caprino, num total de aproximadamente 15 mil cabeças. Num tempo de crise e desemprego, com os campos abandonados, e com a fama que tem o nosso queijo de ovelha e de cabra, e com a existência de várias fábricas que compram leite, porque não apostar na actividade do pastoreio? E porque não dignificar esta actividade. É um exemplo!

Mas de certeza que Manuel Salgado e Lúcia Leitão dão outras pistas mais proveitosas e com base cientifica suficiente para que se criem novas oportunidades de desenvolvimento do concelho.

Nota: Seia já conheceu vários estudos e planos de desenvolvimento, alguns bem caros e que eu saiba, nunca nenhum foi pedido a esta escola. Por isso, e também por este prémio agora alcançado lá fora, seria bom que se encomendassem trabalhos (pesquisas e/ou propostas) à Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia.

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