Lembrei-me agora que o blogue seiaportugal já tem mais de um ano. Não digo isto para fazer balanços ou vangloriar-me disto ou daquilo, apenas para sublinhar a importância, ou não, de ter um instrumento de comunicação para dizer umas coisas. Qual diário de bordo permanentemente aberto e disponível para todos espreitarem. Qual espaço aberto à informalidade no tratamento de questões locais. Neste caso, de assuntos da casa – este território pequeno, de histórias imensas e peripécias curiosas.
Quem anda nestas coisas do desenvolvimento, necessita de comunicar. Quem não se conforma com o dia-a-dia, precisa de inquietar-se, dizer e fazer de sua justiça, porque, como é voz corrente, “quem cala consente”. E Seia, como qualquer outra terra, país ou empresa, só tem a ganhar se houver estimulo criativo, perspicácia permanente.
Outra coisa bem diferente é o derrotismo constante. A intriga persistente ou, muito pior ainda, a arrogância intelectual de uns quantos auto-propalados iluminados donos de toda a sabedoria. Destes está também o inferno do nosso dia-a-dia cheio, porque sem se aperceberem, são mais prejudiciais do que úteis. Estes, no lugar de propiciarem estimulo, desdenham permanentemente, e em vez de acrescentarem, subtraem ao desenvolvimento.
Lembrei-me agora que, ter um blogue assim, é estar permanentemente na montra, a mostrar virtudes e fraquezas. É não saber se estamos a escrever para grandes ou pequenos, miúdos ou graúdos, para locais, nacionais, emigrantes e outros que tais. Se estamos a falar para o boneco.
Se estamos a ser bem interpretados ou mal aceites. Se a perspectiva opinativa é útil ou simplesmente irrelevante. Mas mesmo assim, com a tal informalidade de quem um dia escreve sobre gatos e outro sobre sapatos, o tal diário de bordo que é o blogue vai engrossando e consentindo a escrita.
Lembrei-me agora que ao longo de um ano criei novos amigos. Não estou seguro de ter criado inimigos. Descontraidamente acabei por iniciar um arco de afectos partilhado e participado por muitos na escala deste território de Seia, de Portugal e da diáspora.
Lembrei-me agora que todos nós gostamos de ter um hobbie ou vários hobbies. Eu tenho vários e um deles é escrever neste blogue quando não tenho mais nada para fazer. Descontraidamente. E sem querer, ou talvez não, junto o útil ao agradável, vertendo para este espaço a promoção do que faço; não por vaidade mas por imperativo. Ou seja, se a minha actividade profissional é programação cultural, porque não utilizar este canal para difundir as acções para que um maior número possível de pessoas usufrua. Se criei um projecto social comunitário, num contexto de cidadania, porque não partilhar o que modestamente considero boas práticas de acção efectiva. Se defendo uma linha política, qual é o mal se a assumo, ancorada em propostas e reflexões válidas?
Lembrei-me agora que somos amigos há muito tempo. Você e eu. O único problema é que eu falo demais, enquanto você só de vez em quando escreve alguns comentários. Mas não faz mal, porque ambos sabemos que estamos à vontade.
Enfim, hoje lembrei-me de várias questões a propósito do blogue e da sua utilidade. Da importância de haver lugar ao debate e á reflexão, mas sobretudo de acção efectiva, porque como dizia o Outro, “pensamento que não age, ou é aborto ou traição”.
Eu procuro pensar e agir e é por aí que vou,… aqui ou noutro lugar qualquer!
3 comentários:
«Quem não se conforma com o dia-a-dia, precisa de inquietar-se, dizer e fazer de sua justiça, porque, como é voz corrente, “quem cala consente”»
Nem mais.
Parabéns ao Seia-Portugal!
Saudações
José Amoreira
Pois é, um ano se passou e esse contato ultrapassou fronteiras.Saiba que seu trabalho vai muito além do que um simples blog no mundo virtual. Parabéns e obrigado. Eduardo Reis.
Parabéns ao Mário Jorge Branquinho por tudo que tem feito em prol do nosso concelho. Continue a divulgar o que vai acontecendo pela Região.
Sou um leitor atento do seu blog e, da imprensa regional.
"Um torroselense".
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