domingo, 11 de maio de 2008

A minha homenagem a Sérgio Reis

O artista plástico Sérgio Reis foi homenageado este Sábado à noite, 10 de Maio na cerimónia de abertura da ARTIS, perante o Cine-Teatro da Casa da Cultura quase cheio, numa noite onde poutuou também a Kumpania Algazarra, que proporcionou um concerto animado e colorido.
Eis a minha comunicação:

Como habitualmente acontece na ARTIS, os artistas Senenses destacam um de entre os seus, numa singela e simples homenagem, como forma de agradecimento e reconhecimento pelo mérito artístico revelado ao longo do tempo.

No ano 2000 o homenageado foi Amilcar Henriques, em 2001 Pinho Dinis, em 2002 Helena Abreu, em 2004 Tavares Correia e em 2005 Xico Melo.

Este ano, a escolha consensual recaiu sobre Sérgio Reis.

E por coincidência, esta homenagem surge 3 dias depois de ter sido submetido a uma pequena intervenção cirúrgica no Hospital de Seia para lhe ser retirado um pequeno quisto na garganta, mas felizmente tudo correu bem. Por isso, e antes de mais, os votos sinceros de rápidas melhoras ao cidadão Sérgio Reis.

Quanto ao resto, o que nos trás aqui, impõe-se-nos falar do homem e sobretudo da sua obra, enquanto agente promotor de cultura, qual operário na construção, neste concelho que procura resistir, persistir e singrar na roda do progresso.

Desmultiplicado nas palavras e nas telas, Sérgio Reis, além de pedagogo - é professor na EB 2,3 Tourais / Paranhos – tem procurado ao longo dos anos contribuir para o enriquecimento cultural do concelho de Seia, sob diversas formas e em diferentes frentes. Na escrita, na poesia, na pintura e na cerâmica.

Quantas vezes enfileirado no afã de contrariar adversidades e ajudando a construir novas frentes de desenvolvimento, abrindo clareiras na multiplicação criativa que sempre se vai impondo e projectando almas novas que foram e vão sempre além da retórica, estendendo-se a nobres e inovadoras acções.

Sérgio Reis nasceu em Lisboa, em 1958 e reside em Seia desde 1988.

É Formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto e é professor na Escola C+S de Tourais / Paranhos.

Possuidor de um vasto currículo artístico e uma obra estética de invulgar qualidade, Sérgio Reis encontra-se representado em várias colecções de arte e espaços públicos.
A Câmara Municipal de Seia tem obras suas incluindo uma serigrafia que foi enviada a todos os jovens portadores do Cartão Municipal da Juventude, num total de 2 mil exemplares.

Durante vários anos, foi Director do Jornal Porta da Estrela e é um dos impulsionadores de várias iniciativas ligadas às artes em Seia e noutras localidades da região Centro e Norte. A ARTIS, que este ano regista a participação de mais de meia centena de artistas, é um desses eventos que tem contado com o apoio e dedicação de Sérgio Reis.

Participou em diversas exposições individuais e colectivas, de pintura, desenho, cerâmica, Arte Postal e “Cartoon”, em Portugal, Espanha, França, Brasil e Canadá e que são enumeradas no catálogo da ARTIS.

Para além do mais, Sérgio Reis organizou duas edições do concurso nacional de pintura Tavares Correia, (Seia, 1993 e 1996).

Promoveu em Seia exposições de artistas nacionais e estrangeiros.

É autor do livro “Os lugares Oscilantes” (Braga, 1990) e já agora, executou a capa de um livro meu – “Sentido Figurado” (Seia, 1996).

Também tem colaborado frequentemente com revistas de poesia, entre as quais: “Cadernos do Tâmega”, “Nós – Revista Galaico – Portuguesa de Cultura”, “Pintado de Verde” (Espanha) e “Kitoko Jungle Magazine” (Bélgica).
E representou Portugal no Projecto “SOS Poesia”, organizado em Veneza por Giancarlo da Lio, em 1993.

Tudo isto e muito mais e no mais cabe a presença afável, o espirito aberto e colaborante, além do desejo de ver melhoradas as coisas à volta da arte e da estética, qual mola que impulsiona um território que se quer afirmar na trilha cultural dos novos tempos.

No fundo, Sérgio Reis tem dado um contributo inestimável à cultura senense e ao panorama de animação que se consolida e se dispõe ao público. E não menos leve tem sido a sua preocupação em despertar consciências artísticas, sobretudo na área da produção, ensino artístico e mesmo na formação de públicos.

Assim como tem sido importante a disponibilidade permanente para criar espaços informais de meditação estética e artística e até mesmo lugares de ponderação e alerta, como foi a Conferência organizada em Seia, na Artis I, em 2002, intitulada “Arte(s) Estética(s)” e que contou com a presença de nomes sonantes do panorama artístico cultural nacional. Aí como em tantas outras ocasiões, ganhou expressão a advertência de Nietzsche – “Resta-nos a Arte para não morrermos de verdade”.

E aí como aqui, então e agora, com um punhado de pessoas e de vontades, onde pontuou e continua a pontuar a acção de Sérgio Reis, se têm criado espaços e trocas de ideias, de experiências, de uns e de outros, para vislumbrar novos valores artísticos.

Por tudo isto e muito mais, OBRIGADO SÉRGIO.

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