No Sábado passado, a Avenida da Liberdade, em Lisboa, encheu-se de manifestantes como há muito não se via: milhares de pessoas de todo o País - e todos os partidos, começando pelo PSD - foram à capital protestar contra a proposta do Governo liderado por Passos Coelho que prevê a extinção de mais de um milhar de juntas de freguesias.
A organização (ANAFRE - Associação Macional de Fregueisas) falou em 200 mil pessoas. Eu estive lá e aquilo era um mar de gente. Do concelho de Seia foram 10 autocarros, com aproximadamente 500 pessoas, ou seja, representativo da força do concelho. Só de São Romão foram 3, incluindo um com a Banda da Academia de Santa Cecilia. O Grupo de Cantares “Balancé da Cabeça” também lá esteve com a Junta e o povo, assim como as concertinas da Teixeira, as concertinas de São Martinho, e pessoas e autarcas de Folhadosa, Sazes da Beira, Várzea, Santa Comba, Eulália, Travancinha, Tourais, Paranhos, Santiago, para além da representação da Câmara, os Vereadores Cristina Sousa e Paulo Caetano, de mim próprio da bancada do PS na Assembleia Municipal e dos também deputados na A. M. Manuel Leitão e Joel Ramires da CDU.
Ficou demonstrado que esta matéria não é para desvalorizar, uma vez que o Portugal profundo não concorda com esta reforma absurda e desconforme.
Como se viu e ouviu, se o governo insistir neste tipo de reforma terá o povo em pé de guerra contra si. Tudo isto era escusado, uma vez que a despesa das freguesias é irrelevante. E no Interior do país, o peso de uma Junta de Freguesia ainda é fundamental para o desenvolvimento.
No nosso concelho, os poucos que embandeiraram nesta aventura, estão também eles a recuar, incluindo responsáveis partidários, com responsabilidades acrescidas.
Para resumir, pode o governo avançar com esta reforma, mas dê às Assembleias Municipais o poder de decidir se extingue ou não alguma freguesia, fixando apenas um limite mínimo de habitantes, que não vá além de 150 habitantes, por exemplo.
O resto é conversa e perda de tempo, porque para milhares de portugueses, a Junta de freguesia é o único meio de proximidade ao Estado.
Nota: As Freguesias são livres de fazer o que entendem, mas não deixo de fazer um reparo à Junta de Freguesia de Seia que não se mobilizou para esta causa de Lisboa.
4 comentários:
Mas o que é que lá foram fazer?
Alguns nem sabem o que lá foram defender. Era ver alguns nos cafés a rir e a beber enquanto o circo se passeava em Lisboa.Algumas das pessoas que foram foi a primeira vez que foram a Lisboa. Para esses foi um dia histórico por causa disso e só isso. Os autarcas de Seia foram lá para a fotografia para no dias da proxima campanha eleitoral dizerem que estiveram ao lado das Freguesias e só isso é que os lá levou e os tem levado ás freguesias a falarem contra a extinção. O que vale é que o analfabetismo já não é assim tanto e o povo já sabe ler e interpretar os sinais dos tempos.
Eu estive presente numa manifestação de arrepiar... uma mostra cultural e etnográfica de Portugal... quanto à participação das Freguesias do nosso Concelho fiquei um pouco admirado, pois a mais representativa a nível de população nem sequer se organizou para estar presente... foi pena a junta de Seia não ter estado na capital....mas ouve outras que podiam estar representadas para além dos Srs Presidentes... era uma manifestação para todas as Juntas... mas em Seia parece que só as que estão condenadas se preocuparam em aparecer... caros colegas é preciso solidariedade, pois só todos unidos conseguiremos que esta política que só conjuga o verbo ENCERRAR, não saia vencedora.
Abraço
Senhor Mário Jorge Branquinho,
foi, efectivamente, uma grande jornada de luta esta que se viveu no passado sábado, no entanto queira aceitar o seguinte reparo, para que, a informação fique mais completa e esclarecedora na minha opinião.
Quando começa o seu artigo dizendo: "No Sábado passado, a Avenida da Liberdade, em Lisboa, encheu-se de manifestantes como há muito não se via:..." parece querer fazer passar a ideia (tal como a comunicação social dita de referência) de que, as manifestações que têm vindo a ser realizadas e organizadas pela CGTP-IN, como a de passado dia 11 de fevereiro, que juntou 300MIL no Terreiro do Paço, não tiveram a importância nem a expressão da realizada pela ANAFRE no sábado, dia 31.03.12.
Tal como esta, nos últimos anos as manifestações que se têm realizado, cifram-se sempre nos milhares de pessoas, e as realizadas na Av.da Liberdade têm atingido sempre os 200 mil manifestantes. Basta ter estado presente para saber isso... Quanto às participações, podia ter referido que os Deputados da CDU na Ass. Municipal de Seia também estiveram presentes, seria justo e mostrava a sua imparcialidade, apesar do cargo que desempenha nessa mesma Ass. Municipal. E não ficava a ideia de que só os deputados do PSD e os outros não estiveram presentes.
Cumprimentos,
M. Almeida
Tem razão, caro Almeida
e já foi acrescentado ao texto.
cumprimentos
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