Pensamento de Verão

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Agosto é o tradicional mês de férias. Dá para descansar, pensar e reflectir. Dá para tudo. Até dá para repensar. Dos amigos que se têm, dos que se perderam – e partem tantos, ao longo dos anos – e até se pensa e repensa sobre se vale a pena uma pessoa pensar certas coisas e dizê-las. Sempre se ouviu dizer que em certas ocasiões, é melhor a gente fingir-se de morto. Deixar andar e não dizer nada. A Tia Ilda tinha uma máxima que era – Olha filho, o melhor é o que fica por dizer! Daí que dei comigo, neste querido mês de Agosto a pensar nisto tudo. A pensar se vale a pena pensar muito, se vale a pena dizer e neste caso escrever, ou se é melhor fingir que pensamos. E andamos, assim-assim; como que nos intervalos da chuva, à espera que o tempo mude e se faça luz nos pensamentos e nas ideias de quem deve, para ver se uma pessoa se estimula e reage. A bem dizer, isto é complicado, quando sabemos que nem tudo é fácil, nem tudo encaixa numa lógica de padrão uniforme. E nem tudo é previsível. De que adianta a uma pessoa pensar muito, se depois não tem campo para deitar a crescer. Além do mais, sempre se disse que ”pensamento que não age, ou é aborto ou traição”. Por isso, talvez o mais correcto, seja sermos correctos com as pessoas, sorrirmos alinhados, sem pressas e sem stress, percorrendo o caminho da vida, sem sobressaltos e desempenhar a nossa função, sem rasgo nem proa. Porque isto já não é o que era. Tudo mudou. Até o tempo, por exemplo, tem andado imprevisível. Por isso não é de estranhar que a gente se sinta meia tola, meia sem jeito, neste querido mês de Agosto, quanto mais no ano inteiro. Mas nem tudo é mau, porque passado o mês das férias, a gente pode repensar tudo e perceber que afinal, o melhor é ir contra a maré e sacudir e agitar consciências, nesta roda que gira-gira e só serve para entreter, mas que reclama por nós a todo o instante.

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