Resposta a questões do desenvolvimento

Bom, correndo todos os riscos de não saber para quem estou a falar, vou então responder ao anónimo, sobre as questões que coloca no post "Declaração de Impacte Ambiental dos IC's é favorável" Aqui:

https://www.blogger.com/comment.g?blogID=4012797848759033588&postID=1105513420543383281




1. Mas alguém dúvida que os IC’s da Serra da Estrela têm mesmo que avançar? Então a região não carece destas vias? A economia para funcionar não tem de ter capital injectado no circuito? Então não terá de haver sempre algum investimento público, ainda que mínimo? Então e esse investimento mínimo tem de ser sempre no Litoral? Então as pessoas desta região são as primeiras a desistir? Então não acreditamos que é possível? Claro que acreditamos. Claro que temos de ser os primeiros a não desistir. Claro que temos de lutar e remar contra essa tendência quase fatalista de que tudo tem de ser feito nos grandes centros em detrimento do Interior. Por isso, os IC’s não são para esquecer.

2. Toda a gente sabe que não houve nenhuma empresa que não se tenha instalado em Seia por falta de empenhamento ou de resposta do município. O que o anónimo se deve querer referir, terá sido uma empresa que se instalou em Tábua, cujo proprietário terá falado com o actual Presidente do PSD e na altura ligado ao CACE e que em vez de se empenhar em apresentá-lo ao Presidente da Câmara e fazer tudo para que se instalasse em Seia, fez gincana política. Apregoou aos sete ventos que havia um empresário que queria investir em Seia mas que a Câmara não aproveitava. E mais não fez. Nem como responsável profissional de uma unidade de apoio ao emprego, nem como político com responsabilidades.
Pelo menos foi o que foi dito e retido, demonstrado e comprovado em reuniões de Câmara e Assembleia Municipal onde o assunto foi abordado. E onde o próprio PSD se rendeu a esta farsa politica. Estou em querer que foi dos episódios mais negros do ponto de vista político a que já assisti. Pungente, mesmo! Só comparável àquele em que o Presidente da Câmara anterior, quando falou de garotice, relativamente a outro acto político do referido Presidente do PSD de Seia.
Qualquer um de nós se fosse presidente de um partido da oposição, faria de tudo para apresentar qualquer empresário à Câmara para investir no concelho. Depois, se quisesse retirar louros políticos, depois da empresa instalada, poderia divulgar e fazer saber que o seu empenhamento teria sido determinante. Os eleitores saberiam distinguir e admirar o gesto. Enfim,…

3. Quando o anónimo diz que – “se nem as empresas queremos em Seia para que é que queremos os IC´s???? - Se quiser poderei desenvolver este tema pessoalmente consigo dado não ser este o local mais conveniente...” – eu respondo simplesmente. Ok. Vamos conversar, porque este tema é saboroso e determinante para o nosso desenvolvimento!

4. O anónimo diz também que Seia não tem infra-estruturas e que por isso os turistas não param. E eu digo, - olhe que não! Pode haver trabalho, muito trabalho, para fazer neste domínio, mas há um longo caminho percorrido. Há muita obra feita e resultados visíveis. Dou apenas como exemplo o CISE, que é uma infra-estrutura das melhores que há no país. O Museu do Pão, que apesar de ser privado é um bom exemplo. O Museu do Brinquedo, a Biblioteca, a Casa da Cultura, os complexos desportivos, as piscinas, as praias fluviais, os court’s de ténis, para além do imenso e riquíssimo património construído e aquilo que a Serra tem de melhor – a paisagem. E temos também o que está previsto para breve, com destaque para o Museu da Electricidade, quase a abrir.
Temos de ser positivos e não derrotistas e pessimistas. Temos de ver aquilo em que nós podemos ajudar e não dizer sistematicamente mal. Porque há sempre muito para fazer. Trabalho e tarefa que é do Município, mas que é também e sobretudo da sociedade, quer no investimento, quer na dinâmica a empreender. Sistemática e permanentemente.
Do ponto de vista turístico, a Seia falta-lhe, isso sim, um ou dois bons hotéis, para juntar á imensa rede de casas de turismo rural, que colocam Seia no rol dos concelhos com mais número de camas neste sector. Sabia?

5. Quanto ao resto, todos sabemos que estas coisas não me irritam. Estimulam-me. E só a paixão que estas questões do desenvolvimento me provocam é que me leva a exprimir e a escrever dessa forma. Mas sempre com educação, respeito mútuo e sentido de maturidade e responsabilidade. Em ambiente saudável, tanto na concordância como nas divergências.

Mário Jorge Branquinho


Nota: O anónimo aqui em causa é provavelmente uma pessoa que estimo e por isso, em nada belisco a sua sensibilidade, quando respondo como respondo. E quando optei por não publicar, apenas o fiz porque entendia e entendo que há questões que devem ser discutidas de “peito aberto”. Só isso.