quinta-feira, 13 de setembro de 2012

num país de loucos, à beira da explosão social

Começo a acreditar que o governo não se aguenta e vai cair. Não para sair e entrar outro de outro partido, ou para haver de imediato eleições antecipadas. Talvez um governo de salvação nacional indicado pelo Presidente da República, face à onda de indignação e protesto que se instalou e alastra na sociedade portuguesa após a comunicação assassina do Primeiro-ministro e as medidas nela anunciadas.
Por muito mal que esteja o país, nunca um governo foi tão longe em tirar aos pobres para dar aos ricos. Tirar ordenados e contabilizar tudo ao pormenor do que se retira aos trabalhadores, para engordar grandes empresas como a EDP, a Galp e outras.
Medidas que ainda por cima não terão sido comunicadas ao CDS, parceiro de coligação, que terá sido apanhado de surpresa. Com a agravante de haver por parte dos dirigentes sindicais um sentimento de traição, por o governo não ter cumprido o acordo de consertação social que foi assinado, sobretudo pela UGT.
Miguel Torga dizia que “somos uma coletividade pacífica de revoltados” e em Portugal isso tem-se verificado nos últimos tempos, com particular enfoque nos últimos dias, mas desta vez a passividade parece estar a acabar.
Os sinais de contestação e protesto são cada vez mais evidentes. Marcelo Rebelo de Sousa descascou “forte e feio” em PPC, falando em impreparação deste. Medina Carreira fala em “garotada”, Manuela Ferreira Leite desafia os deputados a travarem o Orçamento de Estado, acrescentando que “ninguém consegue engolir a segunda dose de xarope” a propósito das medidas anunciadas. Mira Amaral diz que a descida da TSU não gera emprego e critíca as medidas. Helena Roseta grita a plenos pulmões na SIC que derrubem este governo. Porta Voz do CDS arrasa Ministro das Finanças e este responde-lhe na mesma moeda. Bagão Félix, diz na praça pública o que Paulo Portas, parceiro da coligação não pode dizer em voz alta, atacando o governo. Relvas no Brasil manda indireta ao CDS. Vitor Gaspar reconhece défice superior a 6% e o esforço que portugueses fizeram não serviu para nada. PS diz que os Portugueses cumpriram pelo esforço que lhes foi pedido e o governo falhou em toda a linha. O ex-Presidente da República, Mário Soares diz-se indignado e que é provável que este governo não se aguente. Fernando Ruas, Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, diz que não há mais margem para as autarquias. PCP apela a luta sem tréguas. CGTP convoca manifestação para dia 29 em Lisboa.  UGT admite integrar greve geral em protesto. Homem lança um ovo à Ministra da Agricultura, Assunção Cristas, em Santarém. Numa pequena manifestação de protesto, pessoas chamam “gatuno” a Vitor Gaspar na entrada do Ministro das Finanças para uma entrevista na SIC. RTP promove vigília em Belém e São Bento. Nogueira Leite que foi colocado na Caixa pelo PSD diz que se em 2013 o obrigarem a trabalhar mais de 7 meses só para pagar ao Estado, diz que se pira. Diretor do "Ação Socialista" diz que Nogueira Leite se pode pirar para o raio que o parta".
Anuncio de Menezes para a Câmara do Porto, é manobra de diversão quanto ao que se passa no país, diz o PS/ Porto.
Por tudo isto que por estes dias se lê nos jornais, facilmente percebemos que o país está mesmo complicado. Que estamos à beira de uma explosão social e que só a queda do governo poderá evitar males menores.
 

1 comentário:

M Almeida disse...

Portugal vive num ciclo de corrupção e interesses infernal. Para o liquidar de raíz, os portugueses fora desse ciclo, que são a grande maioria, teriam que fazer essa chatice que é votar e votar bem seria fora dos partidos auto-apelidados de arco governativo, ou seja, PSD/CDS e PS.
Porque grande parte dos deputados e governantes desses partidos, trabalham para as grandes multinacionais que interessa reduzir o custo do trabalho e maximizar o lucro.
Os grandes escritórios de advogados que através dos seus deputados ensarilham como podem a legislação nacional
Na área da construção civil e das obras públicas onde se sucedem obras supérfluas e sem sentido, onde o esbulho do erário público é demasiadamente evidente.
No sector financeiro e na área da saúde privada inter-ligada entre si, destruindo o sector público da saúde e gradualmente transformando o utente para cliente, esta é das mentalidades mais preversas que se estão a instalar.