Está a acabar o tempo da chamada "silly season" e toda a
sociedade vai entrando na chamada “dura realidade”. Na realidade do dia-a-dia,
que, como se constata, é cada vez mais dura e cruelmente comprometedora para
que isto continue sem uma revolução ou convulsões fortes nas ruas.
O país está cada vez mais perigoso e cada vez menos
recomendável. O governo, como se vê, na sua ânsia ideológica, de tirar cada vez
mais aos pobres para dar aos ricos, compromete-nos cada vez mais o futuro. E se
no passado tivemos governos a desgovernar, agora começamos a ver um governo “assassino”,
que faz todas as contas a quanto vai tirar aos trabalhadores, mas não
quantifica quanto vai tirar aos ricos.
Mas isso, deixemos para os próximos dias, para a reacção das
pessoas, porque isto não vai nem pode continuar sereno.
Por aqui, por Seia, como um pouco por todo o lado, a ordem é
resistir. Lutar e contrariar o desânimo, a lamúria e a incompetência de uns e a verborreia de outros, que nos afundaram e agora ainda dão "palpites". A ideia é avançar com
todas as forças, do ponto de vista individual e coletivo, para que o mínimo se
mantenha. Para que os poucos resistentes fiquem e não partam também, desertificando ainda mais este território de forte potencial.
Mas a tarefa não é nada fácil. E de tudo o que se ouve
falar, quase nada traz boas notícias. Nos próximos dias acordaremos para
realidades complicadas. Desde logo, quando nos apercebermos que o Ministério da
Saúde se prepara para entregar o Hospital de Seia à Misericórdia. Quando ainda
há pouco tempo o governo entregou a esta IPSS o Hospital da Folgosa, dentro de pouco
tempo, não duvidem, será tentado a entregar outro Hospital. O “nosso” hospital , de Nª. Srª. Da
Assunção. Mas aí, meus amigos, aí não haverá contemplações e teremos de saltar
todos à rua, de paus e bandeiras e com o que for preciso para impedir tamanha
crueldade. Mas disto se falará nos próximos dias.
Como também se falará da reivindicação que terá de continuar
a existir na luta pelos Itinerários Complementares, que teimosamente continuam
adiados.
A realidade dos próximos dias vai também despertar-nos para
essa crueldade a que chamam vulgarmente de “reavaliação das casas”, que fará
com que muita gente prefira entregá-las a ter de pagar rendas chorudas de IMI.
Acordaremos para a realidade do encerramento de uma Empresa
Municipal que era um instrumento de política cultural e desportiva da Câmara.
Que atirará, irremediavelmente para o desemprego, perto de 100 pessoas. Pessoas
que asseguravam a manutenção de piscinas, museus e outros espaços culturais da
cidade, setores que obviamente não são rentáveis, como não são as escolas, os
tribunais, os hospitais e outros.
Acordaremos para uma outra dura realidade, que é a controversa
Lei da reforma administrativa, inspirada
nesse Relvas que quis ser doutor à força. Uma reforma, que em vez de reformar,
mais não servirá do que virar populações contra populações. Que semeará o ódio
e a divisão entre as pessoas, aniquilando o pouco que ainda vai resistindo.
E tanto mais que veremos afundar, nestes meses que se
seguem, que o melhor é estarmos atentos e procurar resistir, na firmeza dos
nossos ideais e no interesse comum. A bem ou a mal, que isto agora não está
para brincadeiras e já lá não vai com conversa mole, nem com dirigentes “abelhudos”,
armados aos cucos!
Vamos a isto!
Sem comentários:
Enviar um comentário