sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fórum Social de Seia

Participei hoje no Fórum Social de Seia, organizado no âmbito da VI Expo Social do Concelho de Seia, organizado pelo Município, sob o tema “Inclusão activa – (Re) Pensar a Cidadania”.
A iniciativa que decorreu no Auditório do CISE, perante assistência interessada e numerosa, revelou-se mais uma vez de grande interesse e profícua em aproveitamento, sobretudo para técnicos, dirigentes, autarcas e demais actores locais.
Da parte da manhã ouvi Henrique Pinto, que é de Seia, e é responsável em Lisboa da CAIS e que tem vindo a ter uma presença e um discurso interessante e firme na defesa dos mais carenciados. Por isso mesmo, hoje voltou a empolgar a plateia com a sua intervenção, centrada no tema “Direitos Humanos e Inclusão Social”.
Para ele, pobre é a terra que obriga a emigrar; a terra que não oferece boas escolas; a terra que se rende á construção desenfreada de lares de idosos.
Mais adiante, no seu discurso inflamado, sem recurso a PowerPoint, porque dá primazia à força das palavras, haveria de dizer, pelo menos estas frases extraordinárias,
- Pobre é aquele que vai direito aos fáceis copos de vinho;
- Educar é cooperar, e não tentar eliminar o outro.
Por isso, disse estar empenhado em criar o “Dia Nacional da Não cobrança”, para ver se conseguimos viver um dia sem cobrarmos nada a ninguém!
Outro desafio, utópico, mas a funcionar como grito de alerta, é a tentativa de tornar a pobreza ilegal em Portugal. E nessa linha, fazer com que o Estado seja penalizado se não reduzir metas impostas para reduzir índices de pobreza.
Mais adiante, Celso Grecco falou da Bolsa de Valores Sociais, uma bolsa á qual podem concorrer projectos de natureza social, através da compra de acções por parte de empresas ou particulares – www.bvs.org.pt

Já na parte da tarde, Edmundo Martinho, Presidente do Instituto de Segurança Social haveria também de dizer que a pobreza se combate com trabalho, uma vez que os subsídios ou os bancos alimentares são mero assistencialismo, que não resolvem o problema da pobreza. São importantes, porque acodem a situações de necessidade, mas não chegam.

Uma vez que se falava de novos desafios à intervenção social, sublinhou-se a importância dos novos negócios, para incremento de pequenas riquezas e no seu efeito multiplicador, ajudando a atenuar o flagelo do desemprego.

No final do Fórum, foi apresentado publicamente o Banco Local de Voluntariado de Seia.
Foi uma jornada de grande alcance social, estando por isso de parabéns o município de Seia e as técnicas e técnicos envolvidos.

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