segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Balanço politico em Seia


Durante 2012 tudo o que correu mal a Seia, veio de fora.
Colapso e mais colapso, austeridade e mais austeridade, impostos e mais impostos e decisões erradas, que aos poucos vão esvaziando este interior cada vez mais “esquecido e ostracizado”, como na rábula do Herman José.
Durante o ano que agora termina, o Estado não fez obra nenhuma. Retirou investimentos que estavam assegurados, como sejam a remodelação da Escola Secundária e do Centro de Saúde.
Neste ano o governo lançou povos contra povos, ao querer “casar” freguesias à força, numa putativa reforma administrativa que tem tudo para não dar certo.
Lançou o IMI às cegas, obrigando o cidadão a desembolsar ainda mais do seu bolso, atirando o odioso da questão para cima das Câmaras Municipais, já de si condicionadas pelos sucessivos apertos financeiros. E para cima dos Municípios lançou também o odioso de ter que encerrar Empresas Municipais e lançar assim centenas de trabalhadores no desemprego, sem acautelar os interesses dos trabalhadores e a continuidade das acções que vinham a ser desenvolvidas. E agora, bem mais recentemente, quase na clandestinidade, lança a reforma das Comunidades Intermunicipais (CIM) e “agrega” municípios sem lançar o grande debate junto das forças vivas das comunidades. No caso de Seia, que até aqui integra a CIM da Serra da Estrela, com Gouveia e Fornos, vai juntar-se aos municípios da Comurbeiras, da qual fazem parte mais 13 municípios, entre eles, Covilhã, Guarda e Fundão. Ou seja, uma reforma com implicações tão importantes para a vida das pessoas em matéria de saúde, educação, planeamento, mobilidade de trabalhadores, etc. é feita quase pela calada. Não basta ao Presidente da CCDRC falar com os Presidentes das Câmaras e dar-lhes um prazo de uns dias para se pronunciarem!
Mas nesta senda de atropelos, o governo ainda esvaziou de competências vários serviços da administração central situados em concelhos como o nosso, como é o caso do Centro de Emprego e do Tribunal. Tentou entregar o Hospital à Misericórdia e só o facto da Câmara ter saído a terreiro em tempo oportuno, impediu que tal viesse a acontecer.
Nomeou uma Administração da ULS da Guarda que foi um desastre, não tendo contribuído nada para a dignificação da saúde no distrito e do Hospital de Seia em particular, acabando por ser demitida há pouco tempo. E na sequência da substituição dessa administração desastrada, não foi integrado nenhum quadro de Seia, o que também não augura nada de bom, na perspectiva de acautelar interesses do nosso concelho em matéria de saúde.
Além das extensões de saúde nas freguesias, já encerradas, o governo não avançou com um único km de estrada, nos troços dos IC’s. E se não havia dinheiro do orçamento de Estado, também não aproveitou nada, ou quase nada dos fundos do Quadro Comunitário de Apoio, o chamado QREN, que acabará em 2013. Espera-se no entanto que pelo menos neste ano que agora vai começar, Seia ainda beneficie de algumas verbas deste QREN.  Senão teremos de esperar pelo QEC, que é assim que será designado o próximo Quadro Estratégico Comum, que vai de 2014 a 2020.
Como se constata, 2012 não foi um ano fácil para Seia, uma vez que o governo em vez de ajudar só criou problemas e atirou para cima do município o ónus de muitas das suas decisões.
Mas isso não nos deve esmorecer. Devemos ser positivos e acreditar. E dentro dos poucos recursos que temos, devemos continuar a apostar no incremento de novas actividades produtivas e de serviços. Na valorização dos nossos recursos e na dinamização de actividades culturais e sociais, numa perspectiva integrada, num espirito colectivo e de empenhamento comum. E com uma certeza, de que acima das politiquices, está o interesse do concelho de Seia, porque o que for bom para uns, será bom para todos.
Desiludam-se aqueles que se julgam senhores das verdades e dos desígnios que vão salvar o concelho. É que as realidades de hoje não são iguais às do passado, nem nos meios disponíveis, nem nos propósitos a seguir. Independentemente de alguns “azelhas” que vamos vendo na praça.

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