terça-feira, 13 de setembro de 2011

A ver vamos



Passaram as férias, passou o tempo da chamada silly season e agora regressamos à realidade. À dura realidade!

É assim em Seia, em Portugal e em quase todo o mundo civilizado.

Novos tempos, novas realidades.

No país, um novo governo de direita faz por cumprir o tal “memorando da troika” e faz por ir ainda mais além desse memorando, anunciando sucessivamente aumentos dos preços dos produtos e dos impostos e reduzindo regalias sociais essenciais à sobrevivência decente e digna.

Sabíamos que isto um dia ia acontecer. Que vivíamos acima das possibilidades e que um dia chegaria a factura. Esse momento chegou, mas não podemos querer mudar o rumo de um dia para o outro, à custa de quem trabalha. De quem vive remediado, sem que os chamados grandes contribuam como devem. Por isso, a dura realidade depois das férias poderá ter um sabor muito amargo, que descambará inevitavelmente em contestações sociais. E no dia que a rua se agitar muito, poderá ser o princípio do fim.

Começa a ser insustentável, porque de repente, podemos não morrer do mal, mas da cura. É que não há quem aguente. Porque um dia destes olhamos para o lado, e tombou toda a gente. Fugimos todos!
É óbvio que todos os partidos do arco da governação têm culpas, mas agora o que é preciso é procurar atenuar as dificuldades a quem não tem emprego, a quem tem de pagar livros escolares, consultas, medicamentos, exames, pão, energia, gasolina, e outros bens e serviços fundamentais.
Passaram as férias e há muita gente que não volta ao trabalho.

Nenhuma notícia é animadora. A construção civil baixou aos níveis de antes do 25 de Abril. Não há obras, não há dinheiro. Não há consumo, não circula dinheiro. E sem dinheiro deixa de haver dinamismo económico e qualidade de vida. E tudo se precipita para o abismo. Não se vive do ar. Há empreendedorismo, mas não há quem queira comprar produtos, e se não se vende, não se vive. Há no entanto um momento em que a política terá de sobrepor-se à economia.
Passaram as férias, não há muita notícia animadora, tudo vai mal, tudo é colossal, mas há esperança! Dizem que as exportações estão a subir um pouco. Que exportamos mais sapatos e confecções. Deus queira que aumente mais e mais e que o sector produtivo conheça mais incremento para que se gere riqueza e se dê, afinal, esperança. Para que não tenha que fugir tanta gente para França, para Angola ou outros países onde se acendem pequenas luzes de sobrevivência.
Em Seia em particular e em Portugal em geral, regressamos das férias à dura realidade, onde a palavra de ordem é poupar.
Eu poupo, tu poupas, depois de todos termos andado a desperdiçar e a dizer que Eles é que eram gastadores e Nós poupadinhos.

É complicado mas fingimos que não há-de ser assim tão mau e que temos de ser positivos. Que isto vai melhorar. Por isso, o nosso fado é acreditarmos que temos de levantar-nos do chão, dos escombros e caminhar, na esperança de que cada um de nós dê um contributo para que isto mude para melhor, já que é duro regressar de férias e dar de caras com esta dureza dos dias, de narrativas improváveis, como esta que gira a entreter a esperança, na vã tentativa de dourar a pílula.


A ver vamos!



7 comentários:

Antonio Fernandes Pina disse...

As pessoas em primeiro?! 1461 dias? Caminho longo! E discurso longo! Eu pratico o Socialismo Democrático mas não acredito na boa fé daqueles que diáriamente nos batem com palmadinhas nas costas fazendo-nos crer que temos de ser uma oposição responsável e silenciosa. Estou sempre ao lado do PARTIDO SOCIALISTA mas não vou por esse caminho. Acredito sim que a continuarmos ao ritmo das medidas destes Senhores Ministros amadores além da Troika as pessoas ou deixam o País à procura de melhores dias sob pressão ou correm o risco de deixar de pertencer a este Mundo dos vivos. O periodo de tempo é tão longo que daqui a 1461 dias Portugal deixa de ser um País moderno e passa a ser um amontoado de matéria espalhada pelas cidades, vilas e aldeias de Portugal com comboios, autocarros, táxis, camiões de transporte de mercadorias, carros policiais, carros de bombeiros, equipamentos hospitalares preciosos. etc. encostados às boxes por não terem apoios necessários e precisos para poderem funcionar como devido. As casas e edifícios vão-se degradar e cair e ali fica o entulho que ninguém o conseguirá retirar. A certeza que a ser assim é o caos a curto/médio prazo.
Vamos cumprir o Memorando, mas sem investimento público e privado e sem condutas fiscais apropriadas não é possível cumpri-lo.
Ouço responsáveis políticos a dizer que as crianças "idade escolar" e os mais velhos vão ter menos gaz e luz nas escolas e nas instituições para se aquecerem e verem. A caridade que apregoam por aí é mentira e pura hipocrisia. É um crime de lesa Pátria dessas pessoas assinalarem o dia da CRIANÇA e dos MAIS VELHOS.
"Eu quero ser PM já porque tenho uma experiência de 30 anos no aparelho partidário e também de Governo e estou disponível para ajudar sem excepção todos os Prtugueses. Eu sou capaz e não tenho medo de enfrentar as grandes dificuldades que o País atravessa. Eu ponho, que Deus me perdoe, a corda no pescoço se não conseguir".
O tempo é de agir e decidir políticamente o resto vem a seguir com medidas que sirvam o País e os Portugueses.
Atenção! Muita atenção!. O PSD propôs a revisão da Constituição e agora já não é assim, significa que este Governo já não governa e é preciso alertar o Sr. Presidente da República e a Troika para que estejam atentos a estas manobras. O Sr. PM pouco ou nada diz e quando o faz "cada tiro cada melro", o Alvaro, desculpem o atrevimento, desapareceu, o Sr. Ministro de Estado Paulo Portas esconde-se não sei bem aonde, o Sr Ministro da Administração Interna não o vejo a fazer nada com a criminalidade a aumentar cada vez mais e de origem bastante violenta; o Sr. Ministro Miguel Relvas manda uns bitaites e o Sr. Ministro das Finanças Vitor Gaspar aumenta impostos e já não consegue ouvir os outros colegas amadores. Ora isto já não é governar mas sim "deixar andar".

Assina: António Fernandes Pina.

Anónimo disse...

Caro Máro Branquinho, o seu PS também não assinou o documento da troika...

Que engraçado os socialista virem agora de peito feito, como não houvesse o antes do 5 de Junho...

Tenham vergonha...

seia.portugal disse...

Claro que assinou caro anónimo. Por isso eu falo das responsabilidades “dos partidos do arco da governação”. Quem ajudou a pôr ao país na situação em que está foram os excessos dos sucessivos governos, a começar no professor Cavaco, no Guterres, no Durão, no Santana, no Paulo Portas e no Sócrates.
cumprimentos
MJB

Anónimo disse...

Vamos forçar o Sr. A.F.Pina a ser primeiro ministro para indireitar PORTUGAL, com ajuda Choxialismo...

M. Almeida disse...

O “Tózé” Seguro é o melhor exemplo de que tomar balanço durante demasiado tempo pode não dar grandes resultados. No caso do “Tózé”... é que se vê (quase que rimava...). Seja como for... o “Tózé” é uma figura multifacetada.
Há o “Tózé” que diz não querer fazer política para as televisões... quando a seguir discursa directamente do Congresso para os telejornais, porque Maria de Belém “prescindiu” do seu próprio discurso, para lhe dar o tempo de antena. Um “Tózé” que não faz política de “sound bite”... mas interrompeu uma entrevista de António Costa, em directo para uma televisão, instalando-se a conversar com os jornalistas, com o pretexto de que andava a “criar intimidade com os media”.
Há o “Tózé” que abre o discurso de encerramento do seu Congresso com um mal amanhado e oportunístico paleio de apoio e solidariedade para com as vítimas norte-americanas do 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque. O mesmo “Tózé” a quem nunca ouvi palavras de solidariedade para com as vítimas dos EUA, que são em número infinitamente superior... sendo que, se os atentados dos fanáticos islâmicos são inspirados por uma ideia errada e desviada daquilo que seria a vontade de Deus, os crimes dos EUA são inspirados exclusivamente pela perspectiva de lucro.
Há o “Tózé” que faz um tal discurso sobre os trabalhadores, os idosos, jovens, desempregados, estudantes, pequenas empresas, pescas, agricultura, etc... que me fez descobrir que este PS do “Tózé” não tem passado, não foi o responsável pela tremenda ofensiva contra Abril e as suas conquistas, desde Soares a Sócrates, que nunca esteve no governo e que, afinal, foi fundado na semana passada e este é o seu primeiro Congresso, recheado de figurantes que nunca antes tiveram qualquer contacto com a vida política activa.
Tudo junto, dá este “Tózé” que diz querer governar «apenas para servir Portugal»... mas que dispenso bem como amigo, ou simples conhecido.
Depois, há o “Tózé” que é muito, muito, mas mesmo muito chato, a dizer e a fazer tudo isto. É o “Tózé” que seria quase o último ser humano que escolheria para companhia numa longa viagem de avião em que não tivesse nada para ler. Digo “quase”... porque não esqueço que me poderia bem ver atascado ao lado do “frenético” ministro das Finanças, Vítor Gaspar... e isso sim, é todo um outro patamar de tédio.

TIAGO SANTOS disse...

Informa um relatório da UNICEF que Cuba é o único país da América Latina e Caribe que eliminou a desnutrição infantil.


Eis uma notícia que, se quiséssemos, daria pano para mangas em matéria de ilações e conclusões a tirar, designadamente sobre as diferença existentes entre a Cuba socialista e os países sujeitos à dominação capitalista - para além de tudo o que poderia ser dito sobre as dificuldades e malefícios provocados por meio século de criminoso bloqueio económico, financeiro e político contra Cuba, levado a cabo pelo imperialismo norte-americano.


Mas, palavras para quê?: a informação fornecida pela UNICEF, por si só, diz tudo o que é necessário dizer.


Sublinho apenas: 146 milhões é o número de crianças vítimas de desnutrição nos países do outrora chamado «terceiro mundo» - e nenhuma delas é cubana.

Ass. Tiago Santos

M. Almeida disse...

PS, PSD e CDS chumbaram no passado dia 8 de Setembro, o projecto de Resolução do PCP contra a introdução de protagens na A23, A25 e A24. Mais uma vez os 3 principais responsáveis pela desertificação e abandono, pelo desemprego e a destruição da produção na região voltam a virar costas a estas populações e agentes económicos, contrariando o desenvolvimento e impondo mais dificuldades a quem vive e trabalha na região. O PCP tudo continuará a fazer para impedir esta medida. A população, os agentes económicos e as suas lutas podem continuar a contar com o PCP.

Cumprimentos Sr. Mário Jorge branquinho

M. Almeida