1- Quais as valências da instituição e se pretende ter mais alguma?
A Associação de Beneficência do Sabugueiro presta serviço nas valências de Lar a 32 utentes, Apoio Domiciliário a cerca de 20 pessoas e ainda serviço ATL para mais de 25 crianças. Para além destes, possui também serviço de apoio médico e de farmácia à população, promove actividades culturais na aldeia, das quais se destaca a Mostra Gastronómica e tem em funcionamento os Projetos ALAVANCA e PONTES DO ALVA, com intervenção no concelho de Seia, no apoio a pessoas com problemas de alcoolismo e toxicodependência.
2- Que dificuldades enfrenta?
As dificuldades que enfrenta são sobretudo financeiras. Basta dizer que os projetos ALAVANCA E PONTOS DO ALVA, que eram financiados pelo IDT, através do programa PORI, deixaram de ter apoio à sua continuidade, pese embora o meritório serviço prestado. No entanto, a nossa instituição não deixou terminar estes projectos e desde fevereiro que assegura os custos salariais dos técnicos envolvidos, com algum apoio da Câmara Municipal. No entanto estamos esperançados de que, para o próximo ano, o IDT volte a apoiar estes projectos, já que as pessoas que beneficiam da nossa intervenção não podem ficar sem retaguarda de apoio.
3- Os atuais cortes orçamentais do governo poderão ou não afetar a instituição?
Para já, o que estamos a sentir mais, é o agravamento dos preços dos produtos consumiveis, que até ao momento ainda não fizemos refletir nas mensalidades dos utentes. No entanto, e dado os elevados aumentos da generalidade dos produtos e sobretudo do IVA da energia elétrica, isso pode levar-nos a graves problemas de tesouraria.
4- Este tipo de instituição é ou não importante para ajudar a combater a desertificação do interior?
Este tipo de instituições é fundamental para ajudar a resolver problemas de desertificação do interior, uma vez que são parceiros privilegiados na intervenção local. Conhecem as pessoas, conhecem as realidades e sabem fazer a ponte entre as mais desfavorecidas e as instituições, além de possuirem mecânismos para estimular e alavancar o desenvolvimento. E numa altura em que se fala da redução do número de freguesias, entendo que a figura do Presidente da Junta se pode manter, como uma espécie de "coordenador da aldeia", mas onde as IPSS locais podem intervir em muitas matérias, para não acentuar ainda mais o vazio que uma reforma desta natureza pode acarretar.
Diário As Beiras, 1o de Setembro de 2011
4 comentários:
Quero acreditar que a ASSOCIAÇÃO DE BENEFICÊNCIA do SABUGUEIRO e tantas outras espalhadas pelo País que nasceram do quase nada e com o trabalho árduo dos seus fundadores e populações sejam tratadas com a dignidade que merecem.
Os Senhores Presidentes de Junta do País são o garante das populações na forma de tratar os assuntos que querem ver resolvidos.
É um erro histórico que se acabe com essa figura que pertence por direito próprio às populações.
Vou continuar a escrever aquilo que me vai na alma, quer queiram quer não. Eu não tenho vergonha dado que assino os meus comentários e respeito uns e outros-anónimos e não anónimos.
Assina: António Fernandes Pina.
Bem dito Sr. A.F.Pina é assim que se fala, olhos nos olhos.Eu não assino os comentários por vergonha, sou um analfabeto, mas gosto de lêr os seus comentários, mande sempre.
Sr. Anónimo
Informo-o que a sua humildade é sabedoria. A escolha é sua e só a si diz respeito. Vá em frente desde que tenha a sua consciência tranquila.
Um abraço amigo,
Assina: António Fernandes Pina.
A situação no País é mais ou menos assim: há três partidos que subscrevem a política que o Governo executa, mas só dois deles estão no Governo. O terceiro está na «oposição», por muito que isso possa custar a entender.
O congresso do PS teve, assim, uma função muito importante para a fachada democrática do sistema instalado, mas também bastante complicada: confirmar que o PS seguiu e seguirá as mesmas políticas que o PSD e o CDS – agora configuradas no «memorando» da troika – e ao mesmo tempo afirmar-se «oposição» e «alternativa».
Para o PS a palavra oposição carece de ser bem adjectivada. A oposição do PS não é a do «bota-abaixo, do pessimismo, do protesto», garante António José Seguro. É oposição «firme, responsável, construtiva», o que se traduz em assegurar a fidelidade ao memorando da troika que subscreveu com o PSD e o CDS, em votar favoravelmente o orçamento rectificativo do PSD e do CDS, em acordar com o PSD e o CDS a lei das privatizações, em preparar-se para votar com o PSD uma nova lei eleitoral autárquica. É de facto «firme, responsável, construtiva» para a política de direita. O que não é é oposição.
Nem este PS o poderia ser. Todo o conteúdo político do congresso do PS assenta em contradições das quais é incapaz de sair.
Só dois exemplos: enquanto o «projecto europeu» do grande capital se afunda na crise e os trabalhadores, as economias mais débeis e a soberania dos povos pagam os custos, o que o PS tem a propor é novos avanços na via do federalismo. Outro: assumindo como bandeira o «combate à corrupção», Seguro anuncia no congresso a determinação de aprovar, com o PSD, uma nova lei eleitoral autárquica que teria, entre outras consequências antidemocráticas, a de retirar aos executivos camarários a sua dimensão plural e fiscalizadora, potenciando assim a opacidade, as negociatas privadas e a corrupção.
No discurso de abertura Seguro fez questão de confirmar que o seu PS é o mesmo que, de Soares a Sócrates, tem desempenhado um papel central na política que conduziu o País à desastrosa situação actual.
Confirmou que não é nem oposição nem alternativa. É parte do problema, juntamente com os outros dois - PSD e CDS - pés da troika.
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