E pronto, vai começar o Cine’Eco.
As pessoas de Seia que gostam de cinema e ou de questões relacionadas com as preocupações ambientais, têm motivos de sobra para ver bons filmes, todos os dias, de manhã à noite e em várias salas do CISE e da Casa da Cultura.
Para se ter uma ideia geral dos cerca de 83 filmes que vão passar a concurso, de 33 países, deixo aqui uns destaques pessoais, para se ver que tipo de filmes passam na competição.
Desde logo o destaque para o filme “Heavy Metal” do realizador chinês Huaqing Jin. Neste documentário dá-se conta que há mais de 20 anos, os resíduos electrónicos do Japão, EUA, Austrália e outros países foram transportados para uma pequena cidade chamada Fengjiang. Ali, cerca de 50 mil trabalhadores migrantes das partes atingidas pela pobreza do centro-oeste da China formaram um exército de desmantelamento de resíduos electrónicos. Eles decompõem e reciclam cerca de 2 milhões de toneladas de lixo electrónico por ano com os métodos mais primitivos. O filme conta a história da sobrevivência de duas famílias de trabalhadores, Zhang e Qiu-xia’s, escutando os seus gemidos e suspiros.
Outro destaque vai para o filme “100.000 Caixões, o Escândalo do Amianto” do realizador francês José Bourgarel, que nos diz que 100.000 pessoas morreram ou morrerão em França, entre agora e 2025, de uma doença que mata no prazo de 18 meses e causa dor física atroz: mesotélio. Essa forma de cancro de pulmão não é o resultado do acaso ou destino. Infectou esses 100 mil, por causa de um sistema global que prefere há décadas a rentabilidade em detrimento da saúde. Muitos, com pleno conhecimento dos factos, deixaram que homens e mulheres inalassem durante anos o que iria inevitavelmente matá-los: a fibra de amianto.
Da Alemanha, o realizador Bertram Verhaag participa com o filme "Cientistas sob Ataque" que nos remete para dois cientistas que têm duas coisas em comum. São cientistas reconhecidos e as suas carreiras estão em ruínas. Ambos resolveram analisar o fenómeno da engenharia genética. Ambos estão a sofrer o destino daqueles que criticam os poderosos interesses velados que agora dominam as grandes empresas e a investigação científica. Apenas 5% da investigação é independente. Pode o público - todos nós - ainda confiar nos nossos cientistas?
De entre os vários filmes brasileiros, irá passar no Cine’Eco “Efeito Reciclagem” de Sean Walsh, que nos leva ao submundo da reciclagem de São Paulo – a maior metrópole do Brasil – contando a história comovente de Claudines e sua família. Efeito Reciclagem revela o dia-a-dia deste homem, pai de mais de 27 crianças, e de muitos outros que vivem da coleta de material reciclável que deitamos fora.
Por último, destaco um filme português “As Horas do Douro” de Joana Pontes.
A rodagem deste filme durou 50 dias, com início na vindima de 2007, prosseguindo ao longo de 2008 e terminando em Janeiro de 2009, abrangendo todo o ciclo de produção do vinho. Os autores classifi cam o fi lme como “um livro de horas”, que retrata a produção e a cultura do vinho na região duriense, ao longo das diferentes estações do ano, com enfoque para as gentes que as protagonizam. Daí o título do fi lme, “As Horas do Douro”, porque foi concebido como os antigos “Livros das Horas” da Idade Média.
Obviamente que estes destaques apenas têm por objectivo dar uma ideia do que passa a concurso no Cine’Eco.
Fica o convite!
2 comentários:
boa publicidade na televisao....parabens a todos...e um excelentes dias de cinema...abraço a todos...eugenio
boa publicidade na televisao....parabens a todos...e um excelentes dias de cinema...abraço a todos...eugenio
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