Lá fui ao debate promovido pela Escola Secundária de Seia, com os 3 candidatos à Presidência da Câmara, que por sinal são 3 professores daquele estabelecimento de ensino.
Moderado por Aberto Reis, o referido debate que encheu por completo o auditório do CISE, com pessoas ligadas às 3 candidaturas, acabou por se revelar algo frustante para quem ia ali para ouvir propostas concretas para o concelho, num debate aceso e fresco.
Moderado por Aberto Reis, o referido debate que encheu por completo o auditório do CISE, com pessoas ligadas às 3 candidaturas, acabou por se revelar algo frustante para quem ia ali para ouvir propostas concretas para o concelho, num debate aceso e fresco.
Mas não, assistiu-se a uma coisa morna, frouxa e sem chama.
O formato não foi o melhor, o tom monocórdico e apressado por causa dos tempos e dos temas apoderou-se da conversa e a dada altura parecia que estávamos num cerimonial qualquer e não num debate político que deve empolgar a plateia.
Um político deve semear entusiasmo, galvanizar as pessoas em geral e os munícipes em particular, porque a política também é a arte de fazer acreditar, sobretudo em tempos de crise. Há desemprego, as finanças da Câmara não estão tão bem como desejávamos, mas há saídas!
É evidente que nenhum dos candidatos é um orador nato. É evidente que todos eles se respeitam mutuamente e têm alguns pruridos, aqui ou ali do confronto, ou sequer de magoar o outro, mas qualquer um deles tem de saber que está numa corrida e que tem de esgrimir argumentos de forma contundente e sem pejo.
A democracia a isso apelo. Ao debate civilizado, sim senhor, mas forte e contundente.
A sensação com que se ficou é a de que depois de tudo espremido não ficou quase nada. Só a certeza de que Filipe Camelo é muito mais do que aquilo que demonstra no debate político me leva a apontá-lo como o melhor candidato para presidir aos destinos da autarquia. O seu conhecimento e a sua experiência, a par da sua serenidade, me garante que o futuro do concelho fica em boas mãos.
Porque de resto, em termos de rectórica política, e a retórica é importantíssima em política, fui muito fraco e nenhum convenceu.
É certo que o publico que ali estava é esclarecido. Uns são apoiantes de Camelo, outros de Caetano e outros de Abrantes, mas seria salutar ouvir falar claro sobre questões concretas e não meias frases e meios conceitos sobre assuntos que são por natureza incontornáveis.
Todos querem melhor educação, melhores acessibilidades, emprego, ambiente saudável, etc. Mas como chegar lá, que projectos concretos, com que meios, com que força política e com que intervenientes?
Numa Câmara, é sabido, há duas questões essenciais – o que se pode e deve fazer com o orçamento camarário, com os tais 20 milhões de euros ano, grosso modo, e o que se pode reivindicar do poder central e ainda o que se pode candidatar ao tal Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). Um Presidente da Câmara tem de se situar no vértice desta questão, definir rumos e prioridades e entregar depois o resto aos técnicos.
E o que se fez nesta noite foi embalar nas tiradas das palavras, sem grande convicção e sem chama suficiente para entusiasmar as hostes. E nestes casos é normal que haja pessoas que vão para casa ou para o pé do chefe pintar um quadro magnífico da prestação do seu candidato, como se dourando a pílula acrescentasse alguma coisa à candidatura.
E depois, notei falta de conhecimento de várias matérias, sobretudo por parte dos candidatos da CDU e do PSD. Quem se candidata, deve primeiro perder mais tempo a inteirar-se dos chamados dossiers, para poder discutir de igual para igual.
Em suma, a ideia de Alberto Reis foi louvável, mas o debate foi fraco, porque nem o formato foi o mais adequado, nem os candidatos ajudaram, além de terem faltado algumas nuances que dariam outro picante à sessão.
A escola podia ter convidado duas ou três pessoas para colocarem questões concretas em diversas matérias, faltou também a intervenção do público para animar e contradizer muito do que foi dito. Faltou ritmo, faltou chama, faltou entusiasmo, porque a vida política é feita de entusiasmo.
A dada altura parecia uma missa!
No final, à saída, no meio da multidão ainda falei da falta que faz uma rádio para este tipo de debates, mas várias foram as vozes que se levantaram dizendo que neste caso, a rádio não fez falta nenhuma.
Por último, e porque somos todos amigos, quero utilizar as palavras dos intervenientes - respeitamo-nos, não nos levem a mal a opinião que expressamos sobre o que achamos do debate.
Nota:
Dado que o Prof. Abrantes me lançou o desafio público para organizar no futuro debates sobre o desenvolvimento de Seia, quero manifestar total disponibilidade e que terei muito gosto em organizar, quer no quadro das actividades da Casa Municipal da Cultura, quer como cidadão interessado e atento. Sou dos que entende que uma sociedade que debate e reflecte sobre o seu desenvolvimento, é uma cidade mais saudável e com condições de poder saber escolher melhor os caminhos a trilhar. Uma sociedade saudável, é aquela que chama os seus concidadãos a participar na coisa pública. Aquela que apela à cidadania activa e à partilha de opiniões capazes de ancorarem decisões fortes. Porque há momentos para pensar e momentos para decidir e fazer. Da minha parte estou e sempre estive disponível para ajudar a fazer. Só não faço mais por causa de uns aparelhos que às vezes funcionam ao contrário, mas isso é outra história que não é para aqui chamada.
1 comentário:
SR. MÁRIO BRANQUINHO , NA VERDADE O DEBATE ENTRE OS TRES CANDIDATOS FOI MUITO MORNO E POUCO ESCLARECEDOR.APESAR DISSO ,FICOU EVIDENTE QUE O SR. CAMELO ESTÁ MAIS PREPARADO PARA CONDUZIR A CAMARA. O SR. ABRANTES NÃO PASSA DE UM TEÓRICO , BOM COMUNISTA MAS COM IDEIAS QUE QUASE PARECEM DE DIREITA .TEM ALGUNS PRECONCEITOS QUE LHE FICAM PÉSSIMAMENTE. O SR. CAETANO DIGO APENAS QUE CHEGA A SER CONFRANGEDOR A SUA FALTA DE PREPARAÇÃO E CONHECIMENTO DOS ASSUNTOS E É CULTURALMENTE MUITO POBRE. AO SR, CAMELO QUE ESTEVE MELHOR E TUDO INDICA QUE VAI GANHAR , TEM QUE FAZER MAIS DEPOIS DE ELEITO .
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