Fechou
o pano da 19ª edição do CineEco e mais uma vez Seia foi o foco das atenções,
numa demonstração de vitalidade, através deste festival de cinema ambiental,
que é uma imagem de marca do concelho de Seia.
Da
minha parte, como disse na cerimónia de encerramento, agradeço a confiança
depositada em mim pelo Presidente da Câmara, Carlos Filipe Camelo, para assumir
a direção do festival, um trabalho partilhado com Carlos Teófilo, José Vieira
Mendes e uma vasta equipa de profissionais e voluntários.
Também
como disse na sessão de entrega de prémios, o balanço é bastante positivo,
sobretudo porque se deu grande expressão aos três eixos principais que tinham
sido definidos – qualidade, público e notoriedade.
Como
se viu, ouviu e constatou, a qualidade dos filmes a concurso, foi das melhores
de sempre, do conjunto de quase 100 filmes exibidos, do leque de mais de 400
enviados para concurso e oriundos de 40 países.
Relativamente
ao público, o festival registou mais de 6 mil entradas nas duas salas da Casa
Municipal da Cultura, o que representa mais de 1.700 espetadores que no ano
passado e mais de 2.500 que em 2011. Este fato deveu-se sobretudo ao trabalho
de maior proximidade com as escolas, que também prepararam e mobilizaram alunos
para sessões a concurso, mas também o chamado “público espontâneo” aderiu em
maior número, quer às sessões do Panorama, quer às sessões em competição.
A
notoriedade do festival ganhou igualmente maior dimensão, fruto da grande
divulgação feita nos meios de comunicação e redes sociais, reforçando a imagem
de marca do CineEco. Uma afirmação mais projetada a nível nacional e
internacional, ancorada na plataforma Green Film Network constituída por 21
festivais internacionais de cinema ambiental e de que o CineEco é um dos
membros fundadores.
Este
ano também marcaram presença entre nós, os responsáveis das várias extensões do
CineEco no nosso país:
-
Joaquim Ramos Pinto, Presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental,
que promove o CineEco em Monção, Bragança, Porto, Aveiro, Leiria, Lisboa e
Horta;
-
Carla Dâmaso do Observatório do Mar dos Açores e Jorge Bruno, Presidente do
Cineclube da Ilha Terceira, nos Açores;
-
Cristina Ferreira do Departamento de Ambiente da Câmara de Lisboa;
-
Fátima Batista, organizadora da Feira Alternativa de Lisboa;
-
António Tavares, Vereador da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz;
-
Manuela Penafria e Luís Nogueira da Universidade da Beira Interior (UBI);
Para
além destas, registou-se a presença de atores e atrizes, conhecidos do grande
público pela sua participação em trabalhos de cinema, teatro e televisão e que
ajudam a promover o festival e locais de interesse turístico do concelho,
sobretudo através de reportagens fotográficas que vão sendo publicadas em
revistas nacionais.
É
igualmente oportuno dizer-se que o CineEco enquanto pequeno festival de grande
dimensão internacional, se realizou com um orçamento reduzido e com vários
contributos de patrocinadores locais e nacionais, bem como de uma pequena
parcela de fundos comunitários, aliviando os cofres do município. As parcerias
com várias entidades foram alargadas, destacando-se o contributo da Escola
Superior de Turismo e Hotelaria de Seia, uma das grandes alavancas para o
desenvolvimento cultural do concelho de Seia e da região. Assim como o
contributo da Escola Profissional da Serra da Estrela, que mobilizou alunos,
promoveu debates e disponibilizou a sua orquestra de sopros para um grande
concerto de encerramento do festival. Um momento que assinalou o arranque da
comemoração dos 20 anos deste estabelecimento de ensino, que tem cada vez mais
intervenção cultural na cidade.
Foi
igualmente reforçada a característica de festival de afetos, onde se juntam
realizadores, membros do júri, diretores de festivais, jovens atores,
cineastas, pessoas de cá e gente de fora, numa troca saudável de pontos de
vista e novos conhecimentos. No Júri da competição internacional destacou-se a
presença do novo diretor da Cinemateca Brasileira, Lisandro Nogueira, a
diretora do Filmambiente do Rio de Janeiro, Suzana Amado e do músico Luís
Portugal (ex-Jafumega).
Todavia,
merece particular relevo a participação de vários jovens locais no Júri da
Juventude assim como a exibição de 7 curtas-metragens no Panorama Regional, que
este ano reforçou a aposta de aproximação do festival à comunidade. Uma
proximidade verificada igualmente na realização de várias atividades paralelas,
como sejam a exposição de pintura de um dos mais conceituados artistas locais –
Luiz Morgadinho; uma exposição de fotografia de Sérgio Viana; um concerto de
olhos vendados de Luís Antero, entre outros.
Muito
mais há para dizer, mas no rescaldo desta edição é o que sobressai, desta
aposta do município de Seia, que faz deste festival uma “bolsa de resistência”,
nos dias que correm, e não esmorece, antes rejuvenesce!
Mário Jorge Branquinho
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