Participei hoje num debate sobre os novos desafios que se
colocam ao setor social no concelho de Seia, e que se inseriu no âmbito da
programação da ExpoSocial, organizada pelo Município de Seia, na Casa da
Cultura.
Dos vários temas em debate sobressaiu desde logo, o peso e a
importância que este setor representa no tecido económico e social do concelho,
que emprega hoje cerca de 600 pessoas, no apoio a segmentos fragilizados da nossa
sociedade. Nesse contexto, foi reforçada a necessidade de incremento de
parcerias entre as instituições, tendo como pólo central o município, através
da Comissão Local de Acompanhamento – CLAS. Ou seja, o município tem tido um
papel preponderante na articulação de mecanismos de intervenção, sendo um dos de
referência no Distrito e deve continuar a reforçar essa articulação. E o
desafio, neste domínio de cooperação institucional, será o de envolver cada vez
mais as instituições, pela via do CLAS, onde têm assento 60 instituições do concelho.
Todavia, este órgão tem tido nos últimos tempos pouco mais de uma dezena de
pessoas. Uma questão pertinente, quando por vezes, ouvimos algumas vozes a
reclamar mais intervenção da comunidade, sem que depois não tenha
expressividade prática na ação, pecando por ausência.
Sob o lema, Intervenção
Social na atualidade - desafios, soluções
e integração, o debate conduzido pela Vereadora Cristina Sousa e Carmo Ambrósio
da ADRUSE, levou ainda os participantes a refletir sobre a necessidade de procurar
novas formas de sustentabilidade para as instituições, tendo em conta as novas
realidades que o setor atravessa. Por um lado, pela existência de uma vasta
rede de Lares de Idosos no Concelho e por outro, pelo crescente aumento de
despesas sem o consequente aumento de receitas. Novos caminhos, novas
valências, numa perspetiva de inovação e qualidade dos serviços prestados, são
igualmente fatores a ter cada vez mais em conta. E sobretudo, quando está cada
vez mais em voga o chamado empreendedorismo
social, um “chavão” tantas vezes repetido, mas que terá inevitavelmente de
estar sempre presente nos processos de crescimento e de sustentabilidade das
nossas instituições.
A articulação de
projetos de intervenção, evitando sobreposições de técnicos e ações e a
delimitação de intervenção territorial, para que as IPSS não se “atropelem” nos
serviços à comunidade, foram igualmente aflorados no debate que contou com
cerca de 20 participantes.
O excesso de burocracia no setor, imposto pela tutela, foi
também trazido à conversa, impondo-se novas formas simplificadas de atuação.
Como se vê, a economia social encara novos desafios no
concelho de Seia, os seus agentes estão atentos e fazem por trazer à praça
pública os assuntos que se entendem cada vez mais como pertinentes. Ou não
fosse o setor social um dos mais importantes no processo de desenvolvimento
económico e social do concelho, com o município a criar condições para o seu fortalecimento,
envolvendo os demais agentes da comunidade. O município que tem apostado no
combate à pobreza, numa perspetiva de inclusão social, bem como na cooperação
institucional, sobretudo com Instituições Particulares de Solidariedade Social.
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