sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O setor social no concelho de Seia


Participei hoje num debate sobre os novos desafios que se colocam ao setor social no concelho de Seia, e que se inseriu no âmbito da programação da ExpoSocial, organizada pelo Município de Seia, na Casa da Cultura.

Dos vários temas em debate sobressaiu desde logo, o peso e a importância que este setor representa no tecido económico e social do concelho, que emprega hoje cerca de 600 pessoas, no apoio a segmentos fragilizados da nossa sociedade. Nesse contexto, foi reforçada a necessidade de incremento de parcerias entre as instituições, tendo como pólo central o município, através da Comissão Local de Acompanhamento – CLAS. Ou seja, o município tem tido um papel preponderante na articulação de mecanismos de intervenção, sendo um dos de referência no Distrito e deve continuar a reforçar essa articulação. E o desafio, neste domínio de cooperação institucional, será o de envolver cada vez mais as instituições, pela via do CLAS, onde têm assento 60 instituições do concelho. Todavia, este órgão tem tido nos últimos tempos pouco mais de uma dezena de pessoas. Uma questão pertinente, quando por vezes, ouvimos algumas vozes a reclamar mais intervenção da comunidade, sem que depois não tenha expressividade prática na ação, pecando por ausência.

Sob o lema, Intervenção Social na atualidade - desafios, soluções e integração, o debate conduzido pela Vereadora Cristina Sousa e Carmo Ambrósio da ADRUSE, levou ainda os participantes a refletir sobre a necessidade de procurar novas formas de sustentabilidade para as instituições, tendo em conta as novas realidades que o setor atravessa. Por um lado, pela existência de uma vasta rede de Lares de Idosos no Concelho e por outro, pelo crescente aumento de despesas sem o consequente aumento de receitas. Novos caminhos, novas valências, numa perspetiva de inovação e qualidade dos serviços prestados, são igualmente fatores a ter cada vez mais em conta. E sobretudo, quando está cada vez mais em voga o chamado empreendedorismo social, um “chavão” tantas vezes repetido, mas que terá inevitavelmente de estar sempre presente nos processos de crescimento e de sustentabilidade das nossas instituições.

 A articulação de projetos de intervenção, evitando sobreposições de técnicos e ações e a delimitação de intervenção territorial, para que as IPSS não se “atropelem” nos serviços à comunidade, foram igualmente aflorados no debate que contou com cerca de 20 participantes.

O excesso de burocracia no setor, imposto pela tutela, foi também trazido à conversa, impondo-se novas formas simplificadas de atuação.

Como se vê, a economia social encara novos desafios no concelho de Seia, os seus agentes estão atentos e fazem por trazer à praça pública os assuntos que se entendem cada vez mais como pertinentes. Ou não fosse o setor social um dos mais importantes no processo de desenvolvimento económico e social do concelho, com o município a criar condições para o seu fortalecimento, envolvendo os demais agentes da comunidade. O município que tem apostado no combate à pobreza, numa perspetiva de inclusão social, bem como na cooperação institucional, sobretudo com Instituições Particulares de Solidariedade Social.



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