sábado, 6 de abril de 2013

Edifício dos Paços do Concelho de Seia classificado como monumento de interesse público



O edifício da Câmara de Seia, datado do século XVIII, foi hoje classificado como monumento de interesse público, medida que “representa mais uma valorização do património” concelhio, disse à agência Lusa fonte da autarquia.
 

“Esta classificação vem sublinhar a importância histórica, arquitetónica e urbana do edifício [conhecido como ‘Casa das Obras'], bem como assegurar a proteção do mesmo e da sua envolvente”, disse o presidente da Câmara Municipal de Seia, Carlos Filipe Camelo.
 
O autarca lembra que o imóvel classificado como monumento de interesse público, por portaria assinada pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, hoje publicada em Diário da República, “constitui uma mais-valia patrimonial para o concelho de Seia, para os cidadãos do concelho e para os visitantes que deste modo reforçam o potencial do turismo cultural da cidade”.
 
“Convém saber que a ‘Casa das Obras’ é assim denominada pelas sucessivas intervenções que foram realizadas ao longo da sua existência”, assinala Carlos Filipe Camelo, referindo que a autarquia a que preside, “ciente do valor patrimonial” do imóvel “remodelou recentemente todo o espaço interior, tendo em consideração as funções a que se destinam os seus espaços”.
 
A portaria refere que a classificação teve por base critérios “relativos ao caráter matricial do bem, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco e à sua conceção arquitetónica e urbanística”.

A “Casa das Obras” localiza-se no largo doutor António Borges Pires, no centro da cidade de Seia, e a sua designação ficará a dever-se às diversas intervenções que sofreu ao longo da sua existência, desde a construção original.
 
Situa-se em um planalto “sobranceiro ao vale do Mondego, diante de um recinto pavimentado que confere maior nobreza ao solar onde hoje funcionam os Paços do Concelho de Seia, e cujo projeto, segundo tradição que nenhum documento comprova, terá sido oferecido pelo Marquês de Pombal”, refere a portaria hoje publicada.
 
“O imponente edifício configura um típico exemplar de arquitetura civil barroca de caráter senhorial, com extensa e aparatosa fachada desenvolvida horizontalmente, num movimento compensado pelas pilastras verticais que definem os panos murários”, acrescenta.
 
O interior “conserva um átrio revestido por lajeado de granito e molduras azulejares, bem como algumas paredes e tetos pintados”.
 
A “Casa das Obras” passou por diversas vicissitudes, desde a instalação do quartel-general de Wellington, em 1810, até ao incêndio desencadeado durante a 3.ª Invasão Francesa, lembra.
 
No documento é ainda referido que “as campanhas de obras realizadas ao longo dos séculos XIX e XX alteraram parte da organização interior do edifício, mas não invalidaram o seu valor patrimonial nem o impacto arquitetónico da sua estrutura pombalina, que contribui para a nobilitação desta zona central de Seia, onde em tempos se ergueu o castelo da localidade”.







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