A Assembleia Municipal é um local onde podemos e devemos reflectir sobre as várias questões da governação local e nacional. E nessa perspectiva, importa determo-nos sobre os tempos difíceis que atravessamos e que exigem de nós empenho redobrado. Que exigem mais acção politica e menos tecnocracia. Mais maturidade política, porque a política também alimenta expectativas. E no confronto politico devemos ser fortes, mas com elevação. Cara-a-cara, com coerência.
Este é um tempo de retórica, mas também de acção concreta, porque há mais vida para além dos números.
Temos de introduzir na política, cada vez mais o espírito de missão, de sacrifício.
O concelho, nunca precisou, como agora, de todos, e de esforços sobrehumanos.
A coisa está preta.
Parece que vai tudo ruir, porque a conjuntura nacional e internacional não ajudam.
É a ditadura dos números!
Temos de resistir e dar a volta.
Muito está a ser feito, mas muito mais há para fazer e temos consciência de que falamos de trabalho duro e difícil.
Lá fora, as pessoas pedem-nos soluções.
Temos de reagir, quando vemos que há turbilhão na educação, com fecho de escolas; na saúde com centros médicos a falhar e um hospital a perder serviços e qualidade; nas vias de comunicação que não avançam.
Os partidos em Seia, a assembleia, a Câmara, as juntas e as demais entidades têm de remar para o mesmo lado. Pelo menos por agora, que os tempos estão dificeis e nas questões essenciais. Posteriormente haverá tempo para campanha eleitoral e o povo depois saberá compensar os que foram responsáveis.
O tempo é de compromissos de regime!
É tempo de todos colaborarmos e pedirmos envolvência de todos.
No interior do país, com mais facilidade a população diminui, mais facilmente o desemprego aumenta, mais rápida é a pobreza a alastrar, e nós não podemos baixar os braços. Temos de inventar formulas de nos ajudarmos uns aos outros, para estancarmos esta sangria.
Nunca fez tanto sentido reivindicar descriminações positivas. Nunca fez tanto sentido sermos exigentes e duros para com quem nos governa, seja do nosso ou de outro parido, porque nunca como a gora a coisa ficou tão preta.
Agora já não basta sermos bons no que fazemos, temos de ver se o que fazemos é suficiente para dar um novo impulso á nossa terra.
Nada nos pode fazer pensar que o que fizemos é suficiente. Nunca tudo está feito. Muito menos agora.
Há um ano ou dois, as prioridades e problemas seriam uns e agora são outros. Isto muda a uma velocidade vertiginosa!
Agora há apertos de cabeça que eram impensáveis há uns meses, e o que aí vem não augura nada de bom.
E as câmaras municipais terão de ser sempre o primeiro reduto do combate incansável e o ultimo lugar para lamúrias e desistências.
Nas câmaras municipais a matriz social tem de acentuar-se cada vez mais e o superfluo tem de dar cada vez mais espaço ao essencial.
Vários passos têm sido dados. Vários sinais têm acontecido, mas muitos mais têm de ser dados.
A política não pode ser mais um lugar de vaidades deslumbrantes ou de humildades em excesso.
E as próprias oposições não podem nem devem ser focos de irresponsabilidade, jogando apenas no interesse mesquinho politiqueiro.
Para grandes males, grandes remédios e quem está no palco político das responsabilidades percebe que tudo está mais dificil e que é preciso grandes abanões e grandes energias. Que é preciso ir além do que é razoável.
E quantas vezes é preciso ser desagradável e inconveniente, em nome do interesse público?!
E de tudo o que digo não estou a ser pessimista.
Etou a ser prático e realista. E porque sou optimista por natureza, acredito que, se todos dermos o tal safanão, se houver influência e persistência politica, dia-a-dia, hora-a-hora, teremos mais probabilidades de não sucumbirmos.
Porque o que acontecer agora marcará inevitavelmente as próximas gerações. O que perdermos agora, depois será irreversível. O que fechar agora, dificilmente abrirá!
Por isso, todos temos o dever de fazer alguma coisa, e quando digo TODOS é mesmo todos. De todos os quadrantes e sem medo.
Mas se viermos para aqui dourar a pílula, dizer que está tudo bem, só nos estamos a enganar uns aos outros.
Temos de ser responsáveis e conscientes.
E não precisamos de ficar a mal uns com os outros.
Cada um de nós sabe distinguir amizades de pontos de vista diferentes. Cada um de nós sabe como é ingrato trabalhar na política. Pelo muito que fazemos e pelo pouco reconhecimento que é feito. Mas mesmo assim andamos cá e temos de continuar. Tantas vezes a combater desnecessariamente uns contra os outros, quando os grandes problemas estão lá fora.
Mas enfim, a vida é dura e dura é também a razão que a sustém.
Por agora fico-me por aqui, porque, no interior do meu partido e noutras organizações procuro cada vez mais dar o meu modesto contributo, procurando concretizar muito daquilo que aqui disse. Porque tenho esperança num amanhã melhor!
1 comentário:
Olá Mario. Faz todo o sentido este discurso vindo de quem vem. Quem o conhece, independentemente das opções politicas sabe bem que não é um homem de vinganças mas sim de preocupações, de visão e de perspicácia social. Há muitos anos que o admiro. Faz-me lembrar outro Grande Socialista da região que era o Dr. Manuel Sousa. Acima das opções politicas estão as pessoas e é assim que se deve pensar. Quanto à crise, até agora não tem passado dos jornais e dos telejornais, a partir de Janeiro é que vamos sentir os seus efeitos e Janeiro é já ali. IVA a 23%, aumento do custo da água a mais 18%, baixa de salários, aumento das taxas dos bancos e por aí fora. É já em Janeiro que a crise vai realmente começar. Infelizmente 2011 não vai ser melhor que 2010. Adivinham-se grandes convulsões sociais, aumento da pobreza e do desemprego. Muitas milhares de pessoas vão deixar de ter direito ao subsidio de desemprego. E depois como é que vão viver? Infelizmente ainda há quem ande na politica para tentar deitar abaixo quem tem opções diferentes, mas, felizmente ainda há pessoas e politicos como o Mário que eu sei que o que escreve ou o que fala seja onde for é sentido e de vingativo nada tem. Um grande abraço e Feliz 2011.
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