terça-feira, 28 de outubro de 2008

... Até temos mais uma igreja nova

Agora até temos uma igreja nova. Dizem que é grande demais, que ficou enfiada num buraco e que não se justificava. Que só foi feita por teimosia. Que agora o Estado tem de injectar lá dinheiro, em vez de o aplicar nos projectos para carenciados. Que as igrejas que já havia eram suficientes. Que o problema é o da mobilização das pessoas para as encher. Que afinal isto anda tudo ao contrário – tudo preocupado com obras físicas em vez de empenhamentos redobrados na construção interior do homem.
Mas pronto, é uma obra de regime. A maior do distrito da Guarda! Até faz parar o trânsito em Seia! É verdade, tiveram que ser mudados os semáforos e as passadeiras e isso está a provocar engarrafamentos.
É o progresso na nossa terra!
Ao que parece, terá sido uma obra feita ao arrepeio da maioria, mas pronto, ou prontes! Manda quem pode, obedece quem deve.

Até já tenho ouvido dizer que não vale a pena dizer nada porque está feito – está feito e por isso é melhor não dizer nada, porque podem levar a mal, podem pensar que é má sina, estar sempre contra, ou que nesta terra não se pode fazer nada, enfim...

Os homens passam e a obra fica e pronto! Agora o que é preciso é ampliar o rebanho, levar lá muita gente, porque o betão já lá está. E não é como aquele senhor da minha terra que construiu uma capela e depois da obra, já sem dinheiro para comprar santos, exclamou: “A capela já está feita, agora o santo é que é o diabo”!

2 comentários:

Unknown disse...

Nunca gostei desse "diz que disse". Se temos algo a dizer temos de assumir, para mais quando o que "dizem" é uma perfeita idiotice. A saber:
- O estado não injectou lá um cêntimo.
- Os semáforos e passadeiras estão a provocar engarrafamentos - risível.
- "Obra a arrepio da maioria" - Onde está a sondagem publicada? Só se nos referirmos à maioria da população, porém a quem esta obra importa é aos cristãos praticantes que a construiram e se preocuparam e, pelo que se vê aos Domingos, tal não é verdade.
Aliás o que se verifica é que ao serem criadas boas condições físicas ao par de motivos estéticos inseridos, o número de fiéis aumentou significamente de tal forma que em Domingos não festidos a igreja fica totalmente preenchida, ficando inclusivé pessoas em pé. E já lá vão quatro celebrações. Igualmente nos dias de semana a capela de todos os dias se tem mostrado pequena, tendo que se realizar a celebração na nave principal.
As pessoas que "dizem" fazem-me lembrar o velho do Restelo. O que Seia precisa é de mais iniciativa e a realização concreta de obras de "regime" e de outras. Mas com esta mentalidade...

Pedro Gomes

Anónimo disse...

É verdade. Os padres e seus acólitos deviam era preocupar-se em valorizar a pessoa humana, uma vez que a maior obra deve ser aquilo que não se vê - a orientação na fé.
Seia tem igrejas a mais, mas como diz o Dr. Branquinho, "agora já está, já está" o que é preciso é levar lá muita gente, senão muitos desistem ou vão à misã a S. Romão.