segunda-feira, 16 de setembro de 2013

CineEco, um festival de Seia com prestígio no mundo




Estamos em contagem decrescente para a realização da 19ª edição do CineEco, que este ano decorre de 19 a 26 de outubro, na Casa Municipal da Cultura de Seia. No seguimento do desafio que me foi feito pelo Presidente da Câmara, Carlos Filipe Camelo, na edição do ano passado, para que assegurasse a direcção do Festival, tenho procurado, juntamente com Carlos Teófilo e o programador José Vieira Mendes, imprimir uma dinâmica que coloque o festival de Seia no lugar a que ele tem direito.

À semelhança do ano passado, o orçamento voltará a ser reduzidíssimo, contando com vários patrocínios, sobrando para o município pouco mais do que 10 mil euros, o que comparado com orçamentos de outros festivais é insignificante. Basta dizer que o montante do primeiro prémio do FICA, de Goiás, dava para pagar todo o festival de Seia.

No entanto o CineEco fundou uma plataforma internacional de festivais, o Green Film Network, e está por isso, entre 20 festivais de todo o mundo, como um dos mais antigos e prestigiados, sendo o único em Portugal, dedicado a esta temática. É um pequeno festival entre os grandes do mundo, onde também eles não têm impacto de grande expansão nacional por se tratar de cinema de ambiente, que não é necessariamente uma área de multidões, como é o cinema comercial, fantástico ou indie.

Para este ano, pretendemos reforçar o nosso empenhamento em três eixos fundamentais: qualidade, notoriedade e público. Ou seja, apresentar um programa de grande qualidade, o que acontecerá mais uma vez, fruto da fama que o festival tem no mundo, o que é explicado pelo fato de terem concorrido cerca de 400 filmes de 40 países. Por isso, em Seia vão estar os melhores filmes de ambiente da actualidade, para o público local e para o público das extensões que realizamos ao longo do ano um pouco por todo o país.

Procurar-se-á também reforçar a componente da notoriedade, através de um amplo programa de divulgação, apesar dos parcos recursos financeiros disponíveis. Para além das estratégias de comunicação que estão a ser negociadas com um canal de televisão nacional e rádio, estamos a pedir ajuda ao grande número de “amigos do CineEco” espalhados pelo país e pelo mundo, para que nos ajudem a criar redes de comunicação e assim dar a maior visibilidade ao CineEco, um festival que, às vezes, parece ter mais fama externa que interna. E muito gostaríamos que as pessoas de Seia partilhassem o festival nas redes sociais e falassem com pessoas amigas ligadas a órgãos de comunicação, para ajudarem a divulgar a existência do festival. Reforçando a notoriedade, estamos certos que estamos a promover Seia e toda a região da Serra da Estrela, que é vista lá fora como uma zona turística de montanha que tem um importante festival com preocupações ambientais.

Embora esta não seja uma área que suscite a adesão de multidões, a organização está também empenhada numa nova estratégia de mobilização de público, que passa por um maior envolvimento das escolas, onde teremos interlocutores privilegiados, assim como em várias instituições culturais e sociais. Para tal, contamos igualmente com parcerias de Universidades, entre elas a Universidade da Beira Interior, que tem cursos de Cinema, e que está a mobilizar alunos em várias frentes, quer na elaboração de trabalhos, quer no voluntariado para a organização e concepção de acções pontuais. À semelhança de anos anteriores, teremos também a prestimosa colaboração da Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia (IPG), com a mobilização de alunos voluntários, apoio a confecção de refeições, participação nos júris do festival e outras iniciativas pontuais, numa aproximação da escola à comunidade.

Em poucas linhas é o que apraz dizer, neste momento, sobre o CineEco, que é cada vez mais uma imagem de marca de Seia, que o município não tem deixado cair e que tem de contar cada vez mais com o contributo de todos. Porque este é um festival de Seia, com o qual nos devemos orgulhar e onde cabem os contributos das pessoas – com a presença nas sessões, quase todas livres, com sugestões, patrocínios ou acções de voluntariado. Porque o Festival é do povo, o município conta com o contributo das pessoas.

Mário Jorge Branquinho

Jornal Porta da Estrela, 13 setembro 2013

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