Diz o Expresso desta semana que há mais de 200 concelhos em
Portugal sem salas de Cinema e que a tendência será para agravar. E que nessa
medida, há 3,8 milhões de portugueses sem acesso a cinema, ou seja, 40% da
população portuguesa não tem acesso a programação cinematográfica comercial
regular.
Felizmente Seia mantém a sua sala, ainda que, com uma média
de 4 ou 5 filmes por mês. E digo felizmente, porque com o final dos filmes em
suporte de 35 mm (a famosa fita), o município soube antecipar-se, com a
aquisição do sistema de projecção digital e 3D. Apesar de vivermos tempos
difíceis, apostou neste sector.
Por um lado, porque em Seia sempre houve grande tradição de
cinema comercial. Chegou a ter quase 30 mil espectadores por ano e fins-de-semana
com mil espectadores. Entretanto, os tempos mudaram, mas mesmo assim, a Casa da
Cultura fechou o ano de 2012, como foi público, com mais de 10 mil espectadores
e com um ligeiro crescimento em relação ao ano anterior.
Por outro lado, fez bem o município porque tem no seu
calendário cultural vai para 19 anos, o Cine’Eco, importante imagem de marca do
concelho, no panorama de festivais internacionais de cinema de ambiente.
Ou seja, se o município não tivesse adquirido este
equipamento, hoje seria mais um concelho sem sala de cinema e naturalmente sem
festival.
Governar é decidir e apostar nesta e noutras áreas da
cultura para manter Seia como um polo de desenvolvimento cultural, é factor
preponderante para que não se dê a imagem de cidade a empobrecer e a definhar.
A existência de boas escolas, onde se inclui a Escola
Superior de Turismo, a Escola Profissional, o Conservatório de Música, e demais
escolas da rede do Ministério da Educação, são factores que complementam e
devem continuar a complementar esta aposta cultural, numa estreita articulação
com a sociedade civil. E nisso, apostando na cultura e no turismo, o município
faz bem, e daí não pode nem deve arredar-se, sob pena de incluir o concelho de
Seia no saco de municípios que não têm sala de cinema, mas sobretudo, no rol
dos concelhos que não têm futuro.
E o tempo passa e a hora de apresentar resultados vai
chegando.
Sem comentários:
Enviar um comentário