Um destes dias fui à Escola secundária de Seia para ouvir uma palestra com Gonçalo Cadilhe, no âmbito duma iniciativa dos alunos. E como já esperava, porque tenho acompanhado as crónicas do viajante, dei por muito bem empregue o tempo passado na escola. Simplesmente delicioso. Cadilhe, que é da Figueira da Foz, apresenta-se como viajante, jornalista e cronista português, apesar de ser licenciado em Gestão de Empresas. Viajar sempre foi a sua paixão e nos últimos anos esteve envolvido em vários projectos pessoais em colaboração com o jornal Expresso.
O viajante português contou em Seia várias das suas aventuras pelo mundo, incluindo aquelas no âmbito da volta ao mundo sem andar de avião, durante quase dois anos. E em Seia, contou também que é um homem rico, porque tem muitas casas espalhadas pelo mundo. Casas com vistas maravilhosas e das quais não tem apenas a… escritura de posse! Casas simples de camponeses, umas nas montanhas, nas escarpas ou mesmo a boiar nas águas de um rio qualquer, ou na ironia de dizer as coisas. Ou então aquele hotel que ainda não tinha sido inaugurado, quase sem paredes e janelas, ao relento, no deserto, para ver as estrelas e embrulhado num mosquiteiro.
Sozinho pelo mundo a contemplar o mundo e a fazer novas descobertas. Um viajante com mais de vinte anos de histórias para contar. Uma personagem que veio a Seia, com simplicidade, testemunhar a sua aventura, tantas vezes na rota de Magalhães, como nas outras rotas fora dos circuitos tradicionalmente turísticos.
Mas nesse mesmo dia, a surpresa continuou com mais um convidado admirável e de respeito. Outra palestra, outro grande caminheiro. Paulo Magalhães, autor do livro “Seia, tecto de Portugal”.
Paulo Magalhães, um dos fundadores da Quercus, é um reputado jurista dedicado às questões do ambiente, que aplica o instituto da propriedade horizontal à resolução das questões jurídicas decorrentes dos problemas ambientais comuns a toda a Humanidade, numa tese que tem sido apresentada e discutida nos mais diversos meios nacionais e internacionais e a que chama “Condomínio da Terra”.
Foi mais uma excelente jornada proporcionada pela escola Secundária, pela oportunidade que deu para discussão e análise de problemas ambientais que são comuns a todos.
O documentário “Condomínio da Terra”, com Sílvia Alberto, tinha sido apresentado no Cine’Eco 2009.
1 comentário:
O viajante tem sempre um saber adquirido, que nos atrai na busca do desconhecido...deve ter sido uma bela conversa. A escola precisa destes momentos, vistos em diversas prespectivas.
eugenio
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