domingo, 5 de outubro de 2014

Seia e o Interior têm de voltar a apostar nas indústrias tradicionais para se salvarem


A minha Crónica de Seia no Jornal Terras da Beira, Guarda


Do que o Concelho de Seia, o Distrito da Guarda e o Interior do país mais precisam para se salvarem, é mesmo de fixação de empresas para criar postos de trabalho. Parece demasiado evidente, mas há evidências que têm de se escrever as vezes que forem necessárias para fazer prevalecer este questão e despertar os atores do desenvolvimento. Como tenho vindo a defender em vários fóruns e ainda na última reunião da Assembleia Municipal de Seia sublinhei, a juntar ao esforço que tem vindo a fazer-se, tem de dar-se mais passos em frente. Particularmente numa altura em que as indústrias de calçado e têxtil voltam a ter grande impacto na economia portuguesa, registando bons níveis de exportação.

É por isso urgente a inventariação de instalações de antigas fábricas desativadas no concelho e ver de quem são e seus custos, para que se junte ao dossier que é entregue a potenciais empresários, para que saibam que neste concelho há vários fatores de atratividade. Instalações baratas, que podem ser adaptadas para se instalarem empresas, sem ter de se construir pavilhões de raiz, caras e com burocracias de licenciamento demoradas. Há um Centro de Formação, há tradição e know-how no têxtil e calçado e há fundos comunitários disponíveis para as empresas.

Várias vezes tenho igualmente usado a velha frase de que – “já foram inventadas todas as frases para salvar o mundo, falta mesmo salvá-lo”. Neste caso, também já todos os projetos e soluções foram e são diariamente invocados por todos nós. Todos sabemos e dizemos como se salva o Interior, mas tarda a sua salvação, acentuando-se a desertificação e abandono. Por isso, precisamos todos de fazer contatos, de estimular eventuais empresários e sobretudo, despertar um governo que só tem ajudado a enterrar o país com o encerramento de serviços públicos e de não ter impulsionado qualquer incentivo. Nem encaminhamento de investimentos, nem baixa de fiscalidade, nem nenhuma descriminação positiva.

Temos de contar com os nossos municípios, as diversas instituições e com cada um de nós e só assim poderemos trilhar novos caminhos de progresso, para salvarmos o Interior. E sem termos de andar permanentemente a lamentar-nos de que somos esquecidos e ostracizados, mas a tomar em mãos iniciativas que levem a resultados práticos.




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