Do que o Concelho de Seia, o Distrito da Guarda e o Interior
do país mais precisam para se salvarem, é mesmo de fixação de empresas para
criar postos de trabalho. Parece demasiado evidente, mas há evidências que têm
de se escrever as vezes que forem necessárias para fazer prevalecer este
questão e despertar os atores do desenvolvimento. Como tenho vindo a defender em
vários fóruns e ainda na última reunião da Assembleia Municipal de Seia sublinhei,
a juntar ao esforço que tem vindo a fazer-se, tem de dar-se mais passos em
frente. Particularmente numa altura em que as indústrias de calçado e têxtil
voltam a ter grande impacto na economia portuguesa, registando bons níveis de
exportação.
É por isso urgente a inventariação de instalações de antigas
fábricas desativadas no concelho e ver de quem são e seus custos, para que se
junte ao dossier que é entregue a potenciais empresários, para que saibam que
neste concelho há vários fatores de atratividade. Instalações baratas, que
podem ser adaptadas para se instalarem empresas, sem ter de se construir
pavilhões de raiz, caras e com burocracias de licenciamento demoradas. Há um
Centro de Formação, há tradição e know-how no têxtil e calçado e há fundos
comunitários disponíveis para as empresas.
Várias vezes tenho igualmente usado a velha frase de que –
“já foram inventadas todas as frases para salvar o mundo, falta mesmo salvá-lo”.
Neste caso, também já todos os projetos e soluções foram e são diariamente
invocados por todos nós. Todos sabemos e dizemos como se salva o Interior, mas
tarda a sua salvação, acentuando-se a desertificação e abandono. Por isso,
precisamos todos de fazer contatos, de estimular eventuais empresários e
sobretudo, despertar um governo que só tem ajudado a enterrar o país com o
encerramento de serviços públicos e de não ter impulsionado qualquer incentivo.
Nem encaminhamento de investimentos, nem baixa de fiscalidade, nem nenhuma
descriminação positiva.
Temos de contar com os nossos municípios, as diversas
instituições e com cada um de nós e só assim poderemos trilhar novos caminhos
de progresso, para salvarmos o Interior. E sem termos de andar permanentemente
a lamentar-nos de que somos esquecidos e ostracizados, mas a tomar em mãos
iniciativas que levem a resultados práticos.
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