sábado, 30 de abril de 2011

A minha intervenção na Assembleia Municipal sobre as contas de Gerência da Câmara de Seia




Por ocasião da apresentação das contas de gerencia do municipio relativamente ao ano de 2010, venho aqui fazer uma apreciação politica às mesmas, que é por aí que nesta Assembleia nos devemos posicionar. FAZER AVALIAÇÃO POLITICA DA GESTÃO DO MUNICÍPIO.


Como se constata, a situação não é fácil, mas hoje nada é fácil.


E o que se verifica, é nada mais nada menos do que um arrumar de contas, dos grandes investimentos que tem sido feitos nos ultimos anos em seia e que são decisivos para o progresso do concelho. Não poderemos invocar a necessidade de progresso sem arcar com os custos desse mesmo progresso.


Nesse contexto, temos reflectidas desde logo nas contas, as contas da construção do museu da electricidade, do centro escolar de são romão, das requalificações urbanas e centros históricos das nossas aldeias, da manutenção da rede viária urbana e muito mais.


Ou seja, se o endividamento cresceu em 2010, foi porque houve investimentos que vinham de trás que importava concretizar.

Tudo isto foi feito, no entanto, debaixo de uma política de contenção orçamental que se regista.


Mas que fazer, quando a factura que se paga pelas águas e pelos lixos é ruinosa para as contas do município? A RESPOSTA É – MUDAR. Por isso, o municipio de Seia está já a tratar do Processo de migração das águas do zezere e coa para as águas do mondego, com a certeza de poder baixar pelo menos 20 % no prejuízo destes serviços.


Como podem constatar, até aqui a factura anual é de 3 milhões de euros e a receita de 1 milhão e meio, ou seja, por ano a água e os lixos custam aos cofres do município 1 milhão e meio. ASSIM, É CASO PARA DIZER, - AONDE É QUE ISTO VAI PARAR. E ainda não começaram a contar as várias ETAR’s que vão arrancar dentro de pouco tempo.


Ainda por cima, houve uma diminuição das transferencias do estado na ordem dos 400 mil euros, que representa cerca de 3,6 %, E EM DOIS ANOS JÁ LÁ VÃO 800 MIL EUROS.


Junta-se a isto, uma quebra de impostos e taxas arrecadadas e temos o cenário de dificuldades traçado.


Por isso, é preciso dar a volta por cima, que é o que o executivo socialista está a fazer, com FIRMEZA MAS TAMBÉM COM VERDADE, sem deixar no entanto de continuar a apostar, por exemplo no trabalho das juntas de freguesia e colectividades, para quem houve um aumento de 428 mil euros, no ano de 2010.


Há também uma aposta muito clara, na captação de investimento para o concelho. Vem aí mais 4 empresas, duas delas de Oliveira do Hospital. Mais postos de trabalho, mais alargamento de empresas já existentes, sobretudo de pequenas empresas, porque essas tem efeito multiplicador e se fechar uma, não tem tanto impacto na economia como as grandes.


A ADRUSE, que faz agora 20 anos e que é presidida pelo Presidente da Camara de Seia, aprovou investimentos no valor de 1 milhão e 700 mil euros a 8 pequenas empresas do concelho, cujo montante a fundo perdido será de 791 mil euros.


Depois está prestes a chegar esse grande investimento que é a CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE GIRABOLHOS – que serão mais de 400 milhões de euros de investimento, beneficiando por uns anos a mão-de-obra local e consequentemente o comércio e os serviços.


Por tudo isto, temos esperança em ultrapassar as dificuldades.


Portudo isto o PS acredita e lança, mesmo assim novas obras – CENTRO MUNICIPAL DE OPERAÇÕES DE SOCORRO, REABILITAÇÃO DA ZONA INDUSTRIAL DE SEIA E ARRUAMENTO DE QUINTELA SANTIAGO, para além de umas pequenas acções de carácter ambiental lançadas, mais pelo simbolismo que representam do que o sumo que deitam – diga-se em abono da verdade.


Porque as populações querem acções concretas, o PS, dentro destas limitações financeiras, vai procurando fazer, sem esquecer que qualquer estrutura que seja feita, tem os seus custos de manutenção. E também por isso, hoje pagamos caro a factura da manutenção de tanto equipamento que fomos exigindo – estádio, cise, museus, biblioteca, arquivo, cinema, piscinas, pavilhões, etc.


Mesmo assim, segue-se o caminho. Modernizaram-se os serviços administrativos, criou-se o balcão único e alargou-se o espectro de actuação dos serviços sociais, para ajudar quem mais precisa.


Na cultura, continou a fazer-se muito mais actividades por menos dinheiro, já que os eventos realizados ao longo do ano, sobretudo na casa da cultura, foram quase todos financiados em 80% pela comunidade europeia, no ambito de uma candidatura feita com mais 17 camaras. Uma política que ainda vai continuar pelo menos mais este e outro ano, num processo que é agora liderado por SEIA.


A fiagris, que era cara, para 3 ou 4 dias, o municipio tomou a decisão de acabar com ela, e em nosso entende bem, por tão dispendiosa que se torna para os cofres do municipio.


Quanto ao resto, esperamos pelo espirito de cooperação por parte do PSD para mobilizar recursos, para estimular as populações, enfim para ajudar a construir um futuro melhor, quando a conjuntura é altamente desfavoravel e quando os interesses do concelho – das pessoas e das instituições estão a cima de querelas partidárias.



A importância do Associativismo no Concelho de Seia abordada na Assembleia Municipal


O grupo do PS com assento na Assembleia Municipal escolheu como tema central do Período antes da ordem do dia - A IMPORTÂNCIA DO ASSOCIATIVISMO NO CONCELHO DE SEIA.

Para além da minha intervenção, que publico neste post, irtervieram os Presidentes de Junta de Teixeira, São Romão e Loriga, dando testemunho dos exemplos verificados nas suas localidades.


Por forma a dar mais vida às sessões plenárias da Assembleia Municipal, entendemos que, para além dos assuntos constantes da Ordem de Trabalhos, devemos falar e reflectir sobre temas que a todos nos dizem respeito.


Por isso, informalmente, a bancada do PS escolherá a partir de agora, para cada sessão e sempre que possível, um tema de destaque e para hoje escolhemos falar DA IMPORTÂNCIA DO ASSOCIATIVISMO NO CONCELHO DE SEIA.

Um concelho que tem mais de 100 colectividades de cultura, Recreio, desporto e da área social. Instituições que acabam por ter também algum peso no sector económico, com destaque para o sector social, onde as nossas 32 IPSS fazem um trabalho relevante no apoio aos mais desfavorecidos.


Mas também as de cultura, recreio e desporto, que movimento milhares de pessoas e dão vida às nossas freguesias.

Com o apoio de várias instituições e da Câmara Municipal, que em 2010, por exemplo, apoiou em 630 mil euros as associações do concelho.

Mas tem de ser assim, com o apoio de todos e o entusiasmo das pessoas das terras em particular, porque o associativismo é uma mais valia para o desenvolvimento da sociedade e do nosso concelho em particular.


E é em tempos de crise que mais ele é importante.

O Associativismo é visto como uma forma de juntar interesses comuns, defendendo pontos de vista de forma global, possibilitando a intervenção dos cidadãos em várias esferas da vida social, constituindo um importante meio de exercer a cidadania. A importância e o valor do associativismo decorre do facto de constituir uma criação e realização viva e independente; uma expressão da acção social das populações nas mais variadas áreas.

É uma escola de vida colectiva, de cooperação, de solidariedade, de generosidade, de independência de humanismo e cidadania. Concilia valor colectivo e individual. Pelo que, defender, reforçar, apoiar e promover o desenvolvimento do movimento associativo é defender e reforçar a democracia e a participação dos cidadãos na vida social.

Por isso o concelho de Seia é mais rico com as associações. Com Bandas Filarmónicas centenárias. A propósito, faz falta a banda de Seia voltar ao activo. Era um ex-libris da cidade e lamentavelmente não tem tido vida. Lançamos por isso um apelo aos senenses para que volta de novo a Banda de Seia á senda das suas actuações.


Temos também Ranchos Folclóricos, grupos corais, grupos de instrumentistas, associações de recreio e lazer e as colectividades desportivas.


O futebol já foi um dos desportos mais em foco no concelho, mas hoje a tarefa é mais difícil, devido aos grandes gastos que envolve. Contudo, o Seia Futebol Clube, a Associação Desportiva de São Romão destacam-se nesse panorama, sobretudo na formação das classes jovens.


No atletismo temos também o Centro de Atletismo de Seia e a Associação da Senhora do Desterro, que consagram muitos campeões.


Mas há muitas mais associações dedicadas ao atletismo e a outras modalidades que contribuem também para dar vida ao concelho e ocupação aos jovens.

Mas estar nas associações não pode nem deve pensar-se que é à Câmara Municipal que tudo se exige. É em todas as áreas mas no associativismo em particular que tem de haver engenho e arte para se fazer cada vez mais, com menos.


E nem tudo se resume a subsídios financeiros. Há tanto apoio material que tem sido dado e tantas vezes não lembrado, como sejam transportes, materiais, etc.

Nesse sentido, com a participação de todos e o apoio possível das autarquias e de outras entidades, é possível continuar a dignificar o Associativismo em geral e no concelho de Seia em particular, lançando-se a sugestão para que no próximo ano se organize um grande encontro das colectividades do concelho de Seia. Fica a sugestão, porque são muitos agentes em jogo e é sempre bom reunir, falar, trocar experiências e combinar estratégias comuns, inclusivamente para se saber onde se pode obter financiamento noutros lados.

Fica a sugestão.

E por fim fica a convicção de que o associativismo, constitui uma exigência histórica para melhorar a qualidade da existência humana, para melhorar as condições de vida dos indivíduos, uma vez que permite a troca de experiências e a convivência entre as pessoas, resultando em oportunidade de crescimento e desenvolvimento.




Mário Jorge Branquinho, PS
Seia, 29 de Abril 2011


segunda-feira, 25 de abril de 2011

o meu discurso do 25 de Abril na Assembleia Municipal de Seia



25 de Abril sempre!

Começo, como acabarei este discurso, com esta frase, que lança o mote do que penso e da disposição que tenho em relação aos ideais de Abril: LIBERDADE, VERDADE e DESENVOLVIMENTO!

E começo por aqui, porque os tempos que atravessamos, são dos mais difíceis da nossa história mais recente, onde liberdade, verdade e desenvolvimento continuam a ser paradoxos que nos fazem pensar, num quadro de preocupações cada vez mais latente.

Liberdade de acção em tempos de novas ditaduras, subjugadas aos interesses económicos, dos mais ricos sobre os mais fracos.

Verdade, que é a verdade que falta, tantas vezes nos actos, nos relatórios e nas palavras das instituições onde se ancora a subsistência das comunidades das nações.

E Desenvolvimento, que é uma permissa que tem de estar permanentemente em vigor, sobretudo em regiões desfavorecidas dos países, seja de que continente for.

Lembrar Abril é lembrar estes conceitos simples e por vezes gastos, mas essenciais às democracias e à sã convivência dos cidadãos.

Evocar Abril é lançar esperança e abrir caminho para novos desígnios, assente nestes três pilares, mas onde o cidadão é, e terá de ser sempre, o centro das preocupações.

Comemorar Abril, significa partilhar ideais de progresso e de modernidade, num tempo que não tem contemplações para atrasos culturais e inércias estruturantes.

Comemorar Abril significa acreditar no futuro e não embandeirar nem em desânimos, nem em laxismos. E se há alturas em que faz mais sentido apelar aos sentimentos que fizeram o 25 de Abril, este é o momento!

Porque é preciso remar contra o desalento e o desânimo, o país precisa de todos e de cada um! E todos não somos muitos.

O país, que não está perdido, mas em situação aflitiva, precisa de pequenas revoluções diárias, que todos nós, quer no nosso dia-a-dia profissional, quer na nossa comunidade, enquanto espaço aberto á cidadania.

Não vou lastimar o momento que vivemos nem enveredar pelo discurso moralista e politicamente correcto, que uma ocasião como esta propícia. Vou antes seguir o caminho da reflexão que leva ao ânimo e ao desejo de lutar por um país que resiste, um país que tem potencialidades e oportunidades suficientes para se afirmar no quadro das nações. E tanto é válido um discurso numa assembleia, como um lamento na rua ou uma observação num qualquer lugar que frequentamos - porque tudo faz corrente e quem governa tem de saber interpretar as correntes e os sinais das populações, independentemente da firmeza e da determinação que se impõe aos governantes.

Neste quadro, muito tem sido feito para o progresso do nosso país, com destaque para o crescente indice de exportações, para a aposta nas novas tecnologias e nas ciências em geral, mas muito mais há para fazer, sobretudo quando a conjuntura internacional desfavorável se abate sobre nós!

E num tempo como o tempo que atravessamos, aos políticos pede-se verdade e trabalho e aos cidadãos, trabalho e … trabalho.

E no quadro da governação, há uma altura em que os partidos em geral terão de colocar os interesses do país, á frente de qualquer interesse eleitoralista e querelas partidárias, particularmente agora, com o Estado num estado preocupante.

A conjuntura não tem sido favorável e os mercados poderosos têm condicionado os países pequenos como Portugal.

No entanto e pese embora todas as vicissitudes, o Partido Socialista, como partido que mais tem contribuído para o progresso do país nestes anos de democracia, continua a ser o melhor posicionado para defender o interesse nacional e negociar medidas difíceis.

Com o devido respeito, não são, em nosso entender, os partidos de extremos ou outros de líderes fracos e inexperientes, que serão capazes de conduzir o país num momento tão difícil. No pouco tempo de serviço, o líder do principal partido da oposição em Portugal já deu mostras preocupantes da sua fragilidade, da sua incoerência e da sua impreparação, para o desempenho de um cargo tão exigênte como o de ser Primeiro-Ministro de um país pequeno territorialmente, mas grande em complexidade.

No entanto, como todos já verificámos, todos os partidos, terão de assumir o seu compromisso e a sua responsabilidade, com sentido de estado e espírito de missão, para que daí resulte uma melhor governação e a salvação do país. Porque o que se fizer nos próximos 3 anos, será determinante para o nosso futuro. Para o bem e para o mal.

Atendendo sempre à necessidade de salvaguarda do Estado Social, como garante da sobrevivência mínima e apoio indispensável a uma melhor qualidade de vida dos cidadãos em geral, importa por isso, aproveitar a actual situação desfavorável que o país atravessa, para que se façam as reformas necessárias ao seu desenvolvimento.

As dificuldades devem ser usadas para nos fazer crescer e não para nos desencorajar. Somos dos que acreditamos que o espírito humano cresce mais forte no conflito, que é quando se faz das fraquezas forças e se vence!

Porque, como sempre ouvimos falar, - a verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.

O país, este país que teimosamente tem vivido acima das suas possibilidades, tem de se levantar, como noutros períodos díficeis da sua história se levantou.

O país, este país, como tantos outros, vítima do capitalismo selvagem, tem de seguir novo rumo.

O país, este país dominado por lobbies, tem de fazer da JUSTIÇA uma bandeira e agitá-la de modo a evitar convulsões sociais e uma maior degradação do sistema político e económico. Ninguém resiste ao sentimento de impunidade de alguns, quando se é forte com os fracos e fraco com os fortes!

Em Abril é tempo de dizer basta a certos desvarios, que não são um exclusivo da classe política, mas de tantas classes que minam e mamam na teta do e Estado!

Em Abril é tempo da união de esforços de todos e de sacríficios repartidos. É tempo de colocar em marcha um desígnio mobilizador, que nos ponha a todas a remar para o mesmo lado, com os partidos á frente, para sairmos da situação em que nos encontramos.

Neste dia em que comemoramos a revolução dos cravos, devemos erguer a nossa voz e juntá-la às demais, e ajudar a fazer a corrente necessária para ajudar o governo a fazer o que é preciso.

A gravidade do momento não nos dá margem para manobras eleitoralistas e apela á intervenção de cada um de nós, a partir do lugar onde nos encontramos, para contribuir para o salto que o país tem de dar.

É num quadro cinzento que a Europa e o mundo tentam ultrapassar novas crises e novas fronteiras, num permanente confronto com os avanços tecnológicos, onde a máquina e o virtual se substituem ao homem.

Onde o global chega ás nossas terras, com o que de bom a ciência proporciona, mas com todos os efeitos colaterais que a mesma produz. Os efeitos colaterais das guerras de mercados financeiros, comandados por homens sem escrúpulos e tudo o mais que escapa tantas vezes ás boas intenções governativas.

E assim se aplica ao nosso concelho a mesma visão do mundo: de problemas, de controvérsias, de dificuldades, mas também de soluções.

E assim se pode dizer com toda a propriedade que, também localmente, aqui em Seia, a melhor alavanca para o progresso é, desde logo, o entusiasmo, a dedicação e o gosto que as pessoas põem naquilo que fazem e o espírito de iniciativa que empreendem.

Na mobilização coletiva que é preciso fazer, deve por isso conjugar-se experiência e juventude, conhecimento técnico e científico com sabedoria popular.

É tempo de todos sabermos separar o essencial do acessório. De todos nos mobilizarmos em torno desse grande desígnio camarário, que é o da criação de postos de trabalho, para o aumento da riqueza no nosso concelho. Sem nos desviarmos um milimetro dessa grande prioridade por demais evidente e por todos reconhecida.

Não é fácil criar empregos, mas o nosso rumo não pode sair dessa linha. Muito tem sido feito neste sector, como se tem verificado na ténue mas crescente criação de postos de trabalho, mas temos de fazer ainda mais e melhor.

Para lançar desafios permanentemente, porque este trabalho nunca está feito.

Para pedir ajuda aos que estão fora e que podem contribuir, e que podem influenciar!

Para dar novas pistas para criação de riqueza.

Lá fora, as populações esperam dos políticos locais, acções e politicas concretas, que dêm frutos e de preferência no imediato, porque o tempo não tem contemplações.

Temos de ser críticos de nós próprios e muito exigentes!

Às Câmaras Municipais pede-se acção. Obra!

Às Assembleias Municipais pede-se fiscalização da actividade dos municípios, mas também se pede debate e reflexão sobre assuntos locais.

Por isso, é essencial trazer para este forum o debate necessário e pertinente sobre as questões do concelho.

Por isso também, devemos fazer desta tribuna um lugar para procurar influenciar o executivo para aquilo que entendemos que é o melhor para o nosso concelho, sem tibiezas ou falsos moralismos, porque todos temos esse dever. Aqui é o lugar da palavra e como em Abril, a palavra é uma arma. Saibamos nós utilizá-la. Saibamos nós interpretar as palavras de cada um, neste quadro complexo em que nos movimentamos.

Não podemos pensar que não adiantamos nada em falar. Temos de falar. Temos de nos entusiasmar, de dar animo uns aos outros, para puxarmos pelo entusiasmo e dinamismo e contagiarmos esse dinamismo lá para fora, para o sector económico, cultural e social da nossa comunidade.

Para criticar, mas também para enaltecer o muito que tem sido feito, nas várias áreas e nas mais diversas frentes e em todas as linhas da governação.

E é essa linha de trabalho e dedicação que o executivo camarário socialista tem seguido, dotando o concelho de uma rede de equipamentos de elevada qualidade e que nos colocam na dianteira dos concelhos de interior mais desenvolvidos.

E é essa linha, que através de um esforço sobrehumano, tantas vezes difícil e incompreendido, o actual presidente da Câmara tem seguido, para dar continuidade a uma obra gigantesca, implementada na cidade e nas actuais 29 freguesias do concelho!
Comemorar Abril é isto mesmo. É ter esperança, é querer mais, mas é também reconhecer o que se tem feito. É saber de onde se parte e para onde se quer seguir. E muito tem sido feito, como daremos conta no próximo dia 29, aquando da discussão das contas de gerência do município.

Mas mesmo com muito trabalho feito, há ainda muito caminho para desbravar!

Um caminho onde todos cabemos, dentro do tal desígnio de desenvolvimento económico que está a ser seguido no concelho, e que nos tem mobilizado. Um caminho e uma estratégia que tem e vai continuar a assentar na reivindicação dos Itinerários Complementares da Serra da Estrela.

Haja o que houver, não podemos desistir. Não podemos parar. Seia e esta região, mesmo em tempo de vacas magras têm de continuar a exigir os IC’s, nem que seja para fazer um de cada vez. Temos de lutar e procurar influenciar, para que tais obras se executem. Repito, nem que seja uma de cada vez!

Por isso, é importante que em tempo de campanha eleitoral, todos os candidatos do distrito, sem excepção, digam claramente se apoiam ou não esta justa aspiração das nossas populações.

Cumprir Abril é também abrir caminhos nas zonas mais flageadas do país e mais afastadas dos grandes centros, combatendo assimetrias.

Cumprir Abril é fazer justiça para com as populações que reclamam há decadas, sem ser ouvidas e atendidas, como acontece em matéria de acessibilidades à região.

Mas porque acreditamos e porque reconhecemos que este governo tem feito muito pela coesão territoral – vamos partir para esta caminhada decisiva com esperança e com determinação, no desejo de ver cumprido um outro designio de Abril.

Neste dia histórico em que assinalamos a revolução que conduziu Portugal à liberdade e ao progresso, quero também lembrar o papel do poder local no desenvolvimento do país em geral e do nosso concelho em particular.

E neste registo, sublinho a confiança que deposito no actual presidente Carlos Filipe Camelo, que mostrou já, saber interpretar as novas realidades e os novos desafios a seguir, no cenário mais negro que alguma vez se espreitou desde 1974.

Contamos consigo, senhor Presidente, para abrir as portas que abril abriu, no arrojo e no afinco que lhe reconhecemos, de modo a conduzir o concelho de Seia a um patamar ainda mais elevado.

Por tudo isto, há uma mensagem clara que queremos transmitir á população do concelho de Seia – o PS está a dar o seu melhor para ultrapassar as dificuldades, para procurar melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e para minorar muitas angústias que inexperadamente se abateram sobre várias famílias. A aposta social da Câmara e o empenhamento efectivo na captação de investimento, são algumas das realidades mais visíveis e determinantes. Porque se tudo está a mudar, o PS não se acomoda e por isso, reforça permanentemente o seu empenhamento e o seu esforço, introduzindo cada vez mais exigência naquilo que faz.
Porque acreditamos e porque temos esperança, assim continuaremos a fazer, dia-a-dia, hora-a-hora!

É tradição, as Assembleias Municipais reunirem em sessão extraordinária para evocar o Dia da Liberdade. É assim desde a implementação do Poder local democrático em Portugal. E desde essa altura que há uma outra sessão ordinária também em Abril, para aprovação das contas de gerência do município. Neste município e nos outros de todo o país.

Por isso e antes de terminar, gostaria de fazer aqui uma referência às criticas naturais que se ouviram sobre a pertinência da realização desta assembleia.

Gostaria de dizer que é nesta actual conjuntura que faz todo o sentido reunirmos e falarmos, porque é nos períodos dificeis que devemos falar mais, para não cairmos no desânimo e procurar alinhar estratégias e definições. Procurar desinquietarmo-nos uns aos outros, sem levarmos a mal, fazendo auto-critica e redobrando forças e empenhamento para os tempos adversos e nada facéis que aí vêm.

Sobre os gastos com a realização da Assembleia, julgo que essa é uma questão que terá de ser remetida para o quadro da reforma do sistema eleitoral autárquico, que os partidos nacionais, de uma vez por todas terão de executar. Há muito para fazer neste domínio, e não é uma reunião isolada em Seia, que faz a diferença!

É o próprio papel da Assembleia que está em jogo e que tem de mudar, como a forma de eleger as Câmaras e as Juntas de Freguesia. Deram-se passos na limitação de mandatos, mas não se fez mais nada e é preciso fazer e mudar nesta matéria.

E sobre os gastos com a realização desta assembleia, o que eu posso dizer é que, da minha parte o que me move aqui não é o valor das senhas, como certamente a vós, mas o desejo de participar na coisa pública, como já o faço nas várias acções de cidadania em que estou envolvido. Por isso, e como gesto simbólico, irei entregar o valor da senha de presença da sessão de hoje à Associação de Beneficência do Sabugueiro, que é uma IPSS a que presido e que muito tem feito pelo desenvolvimento social do concelho. Se mais alguém o quiser fazer, a associação agradece!

E termino, como comecei- 25 DE ABRIL, SEMPRE!

Mário Jorge Branquinho, PS
Seia, 25 de Abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ministra da Cultura atribui Medalha de Mérito Cultural a Américo Rodrigues, director do TMG









Fui convidado pelo Governador Civil da Guarda para uma cerimónia de atribuição de Medalha de Mérito Cultural pela Ministra da Cultura, ao Director do Teatro Municipal da Guarda (TMG), Américo Rodrigues. A cerimónia, justa e merecida, tem lugar dia 25 de Abril no TMG pelas 23 horas. Lá estarei.


E a propósito, deixo aqui excertos de um trabalho que fiz sobre Américo Rodrigues, para a cadeira de Processos de Criação Artistica, no âmbito do Mestrado.



Américo Rodrigues, Perfil
Animador, programador, autor, actor, encenador, formador e performer.

Américo Jorge Monteiro Rodrigues, nasceu em 1961 na cidade da Guarda. Licenciado em Língua e Cultura Portuguesa (ramo científico) pela Universidade da Beira Interior e Mestre em Ciências da Fala pela Universidade de Aveiro. Animador cultural na Casa de Cultura da Juventude da Guarda/FAOJ (desde 1979 até 1989) e na Câmara Municipal da Guarda (desde 1989), onde coordenou o Núcleo de Animação Cultural. É o director do Teatro Municipal da Guarda, desde a sua abertura (2005).

Programou milhares de actividades culturais, que dirigiu, das quais se destacam o Festival de Teatro da Guarda, Ciclo de Jazz da Guarda, Ó da Guarda - Festival de Novas Músicas, Ciclo de Dança da Guarda, Projecto “emergências”, Ciclo “Contaminarte”, Festival de Poesia Sonora “Correntes de ar”, Festival de Música “João José Baldi”, entre muitas outras. Foi o responsável pela coordenação da programação cultural da cidade da Guarda. Foi membro da Comissão Organizadora do 50º aniversário da vida literária de Eduardo Lourenço e coordenou o programa de animação das comemorações do Oitavo centenário da cidade da Guarda.

Tem vindo a desenvolver inúmeras actividades nas áreas da expressão dramática, teatro, cinema, música, mímica, comunicação não verbal, dança e marionetas. Escreveu poesia, crónicas e teatro. Foi colunista de vários jornais e realizador de programas de rádio. Coordenou as revistas Cadernos de Poesia Aquilo, Praça Velha e Boca-de-incêndio. É poeta sonoro e improvisador vocal, sendo autor de três discos de poesia sonora.

Trabalha a nível experimental com a voz desde 1979, altura em que estagiou com a actriz Catherine Dasté em Paris. Poeta sonoro, actor, encenador e programador de eventos culturais. Poeta com vários livros, diversas plaquetas e poemas-objectos publicados. Tem desenvolvido um trabalho contínuo de improvisação vocal para teatro, música, poesia, dança e performance. Para além da voz tem utilizado brinquedos, apitos, silo metálico, buzinas de ar e cornetas de plástico. Participou em vários workshops de improvisação musical e vocal. Tem apresentado o seu trabalho em vários festivais na Europa e América do Sul.

Actualmente dirige o Festival de Novas Músicas “Ó da Guarda”, o Festival de Teatro “Acto Seguinte”, o Festival Dizsonante, o Festival de Jazz nas Alturas, entre outros.

Juntamente com Fernando Mora Ramos, José Luís Ferreira e Manuel Portela, é autor do livro “Quatro ensaios à boca de cena – Para uma política teatral e da programação”.

Américo Rodrigues é director artístico e executivo do TMG – Teatro Municipal da Guarda, um complexo que é muito mais que uma Sala de Espectáculos, uma vez que se pode considerar como um dos maiores projectos culturais concretizado no País nos últimos anos. Sob a sua direcção, o TMG é hoje uma referência na produção cultural da região, comprovado mesmo pelos públicos que a si chama, cativando pessoas de vários pontos do País e até da vizinha Espanha, que aqui vêm assistir ao que de melhor se produz nas artes do espectáculo, nas artes plásticas, e não só.


Inclinação para ser o que é
A inclinação para ser o que é, em termos artísticos, surgiu muito cedo, quando tinha 6 anos. Na aldeia onde nasceu, o seu avô tinha uma casa principal e uma outra anexa, chamada “casita”, que foi tomada de assalto pelas crianças, passando a ser uma espécie de “casa de brincadeiras”. E foi aí que começou a fazer teatro, na sequência daquele jogo espontâneo que é jogado por todas as crianças. Até que um dia, o pequeno grupo passou a fazer algo mais formal, com cortinas que se abriam, apresentando a “Nau Catrineta”. Surgiu por isso, essa inclinação, da necessidade que as crianças têm de jogar, o jogo pelo jogo e a brincadeira. De se imaginarem noutros papéis. Foi um passo que se deu ali, ao fazerem a “Nau Catrineta”, impulsionados por um dos meninos que tinha o livro da escola primária.

Depois pertenceu a um grupo de teatro no Liceu, tendo participado na peça de Virgílio Martim, chamada “O Grande Cidadão”, o que lhe proporcionou contacto com outras pessoas e outras emoções.

O início do processo criativo, onde se pode verificar uma marca mais representativa, verificar-se-á mais tarde com a criação do Grupo de Teatro “Aquilo”, na cidade da Guarda, em 1982. Mas a verdade é que já antes, Américo Rodrigues tinha feito várias tentativas para criar um grupo de teatro, chamado “Labirintoficina”, com jovens da sua idade, no âmbito do qual ainda fizeram o “Saco das Nozes” de Pires Cabral e outros. Mas em 1982, não só pensaram na criação de um grupo de teatro, como criaram mesmo. A primeira encenação foi “Mário, ou eu próprio o Outro” do José Régio, juntamente com o Rui Nuno e o José Neves, tendo sido bem sucedida esta primeira experiência teatral. Actualmente o “Aquilo” ainda existe, Américo Rodrigues já não pertence há cinco anos.

Esta parece ser a base de iniciação do processo criativo de Américo Rodrigues, embora, por essa altura começasse igualmente a fazer recitais de poesia. Houve mesmo uma época em que fazia muitos recitais. No entanto, o teatro e a poesia eram e são, as suas grandes paixões.

Onde nascem as ideias como fonte de inspiração
Desde o início do Grupo “Aquilo”, foi Américo Rodrigues que fez mais encenações, enquanto que o Rui Nuno, quis sempre ser actor. A imaginação surge, por exemplo, a partir de um texto e da necessidade de transpor as palavras para o palco, e nesse processo, ocorrem com frequência, muitas ideias dispersas.

De onde vêem essas ideias? Isso é um grande mistério!

No entanto, Américo Rodrigues diz que isso tem a ver com a maneira como se entende o mundo, com as leituras que se fazem, com a capacidade que se tem, ou não, de visualizar as palavras, e por aí fora. Tem a ver com escolas que se podem seguir, ou não, do ponto de vista da encenação. É no entanto, um trabalho em constante aperfeiçoamento.

Nesse sentido, Américo Rodrigues começa por fazer a análise do texto, por discuti-lo com todos os envolvidos. Primeiro, para se procurar perceber muito bem os textos, para depois se começar a definir uma ideia de transposição, daquelas palavras para o palco. A sua versão, a sua leitura. Entretanto, vai registando ideias dispersas em blocos, tem sempre um bloco de apontamentos associado a cada peça, onde vai anotando pormenores. Às vezes pode ser uma frase de um jornal, outras vezes uma fotografia de uma revista, ou mesmo uma ideia que pode parecer não ter grande interesse. Pode ser um verso de um poeta, que aparentemente não tem nada a ver e a pouco e pouco, procura um sentido para aquele contexto. Para o que anda tão disperso.

Nesta ultima peça que apresentou agora (dia 26 de Maio no TMG), “Simplesmente Complicado” a 9ª produção do Projec~ (estrutura de produção teatral do TMG), em co-produção com o CENDREV (Centro Dramático de Évora), começou por ler o texto e gostou. Fala de um velho actor solitário, que desconfia de tudo e de todos. Um texto que lhe despertou interesse e o levou a partilhar ideias com outras pessoas, surgindo de imediato a ideia de valorização de um elemento que no texto original era secundário. Um homem que tem um gravador de bobines e então, neste processo criativo, optou por centralizar tudo nesse gravador. É ali que está gravada a memória, naquelas bobines de fita magnética, que estão guardadas as memórias daquele homem. E ele age em função de tudo o que tem gravado. Depois construiu um arquivo de bobines e as personagens que ele cria na sua cabeça estão ali também, em forma de voz, nas bobines. É um homem que tem a sua memória guardada naquelas bobines. Ou seja, aquilo que poderia ser de alguma forma um objecto periférico, que não teria grande importância para a peça original, na sua encenação adquire uma função primordial e simbólica. Ora, isso acontece-lhe frequentemente. Tenta olhar para os textos de forma irreverente, que os coloque em causa. Não é completamente respeitador. Tem uma espécie de direito á sua criatividade. Habitualmente não desrespeita o espírito e o sentido do texto, mas procura criar outros sentidos, valorizando ou subestimando um ou outro aspecto. É um trabalho diário de apontamentos, de registos.

Américo Rodrigues que também orientou em diversas partes do país e no Brasil centenas de acções de formação de iniciação ao teatro e sobre “como fazer um espectáculo de teatro” bem como ateliês dedicados ao trabalho com a voz, para actores, professores, cantores e locutores, costuma fazer muitos desenhos, no seu trabalho de encenador, inclusivamente, da movimentação a seguir no palco. De indicações para a cenografia, porque há uma grande preocupação em perceber em que espaço a acção se realiza. Nalgumas peças, começou por definir o próprio espaço, condicionando desde logo a sua encenação. Por vezes, há peças que pedem logo no início do processo criativo, um espaço onde vão acontecer, mas já houve outras experiências em que só pensou no lugar da acção, já depois de o trabalho ir adiantado. Às vezes começa por uma abordagem mais conceptual em relação ao teatro, ou seja, adopta várias abordagens, conforme a peça, mas é uma correcção contínua.

Obstáculos à criação
Américo Rodrigues foi galardoado, entre outros, com os prémios “Melhor actor” e “Melhor Encenador”, na I Mostra Portuguesa de Artes e Ideias (Prémio da Fundação Luso - Americana para o Desenvolvimento) pelo seu trabalho em “Homem & Companhia”. À sua encenação de “Van Gogh” foi atribuído o prémio “Teatro da Década” pelo Clube Português de Artes e Ideias/Secretaria de Estado da Juventude.

Neste contexto, impõe-se a questão relativa aos obstáculos à criação, para quem dá provas de mérito criativo. E aí esbarramos com a dimensão dos meios disponíveis. Às vezes imagina fazer um certo espectáculo, mas precisa de determinado actor, e não há facilidade de ter esse actor, por razões orçamentais. Outra condicionante é o dinheiro disponível para a produção.

Américo Rodrigues, que tem apresentado trabalhos seus em vários festivais de teatro - em Portugal, França (Bienal dos Jovens criadores da Europa do Mediterrâneo, 1990), Espanha, Bélgica, Alemanha, Brasil (1ª Mostra de Teatro Ibérico, 1993), Itália e Dinamarca - trabalha habitualmente com orçamentos muito baratos para a criação. Por vezes é difícil concretizar determinados projectos, porque necessitaria de outros espaços, outros meios, mas isso também faz parte do seu próprio trabalho. Sabe perfeitamente os recursos que tem, e por isso a sua criatividade fica ajustada àquela dimensão concreta. Ele que foi galardoado pela Câmara Municipal da Guarda com a Medalha de Mérito Municipal por relevantes serviços prestados à cultura na Guarda, não tem constrangimentos de liberdade. Faz o que muito bem entende. Não tem obrigação nenhuma de corresponder a esta ou aquela expectativa. Mesmo quando lhe fizeram encomendas, como foi o caso de “Guarda: Memória da Rádio”, uma co-produção TMG e Trigo Limpo Teatro ACERT, para a Câmara Municipal da Guarda que juntou mais de 300 participantes de organizações culturais deste Distrito (actores, músicos, bailarinos), propiciando a exploração do fantástico e do imaginário da história da cidade. Indica-se o tema e a partir daí, faz-se o trabalho criativo. Em suma, os constrangimentos são mais de carácter material do que de imaterial.

Pensar ou não em desistir
Perguntando-lhe se nunca pensou em desistir, em ser outra coisa qualquer, Américo Rodrigues responde peremptório que não. Pelo contrário, acha que devia ser mais radical. Ou seja, já lhe apeteceu deixar de dirigir o TMG – Teatro Municipal da Guarda, do ponto de vista de direcção artística e executiva, para se dedicar apenas ao teatro, á encenação, ou fazer algum trabalho de actor, mas isso significava mudar de vida. Ele que já foi dirigido por encenadores como Oswaldo Maggi, John Beedel, Joke Terpsma, José Wallenstein, Moncho Rodriguez, entre outros.

Diz que gostava de ter coragem e de ter força para desistir, mas não, nunca lhe aconteceu deixar de ter interesse pelo teatro. Acontece isso sim, haver épocas em que se dedica mais á poesia, por exemplo e noutras alturas, mais às questões da gestão cultural, em detrimento do teatro, enquanto arte, mas de alguma forma a ligação está sempre a ser feita, sobretudo há o contacto com os grupos que actuam no TMG.

A criação propriamente dita, é que é irregular. Houve alturas em que convidava mais pessoas do que ele próprio se implicava nos processos.

Já encenou textos da autoria de José Régio, Tomaz de Figueiredo, Almada Negreiros, António José da Silva, Fernando Pessoa, Manuel Grangeio Crespo (estreia absoluta), João Camilo (estreia absoluta), Antonio Tabucchi (estreia nacional) Ionesco, entre muitos outros.

No domínio da escrita, conta com várias publicações. Autor de “Na Nuca” (1982), “Lá fora: o segredo” (1986) “A estreia de outro gesto” (1989), “Património de afectos” (1995), “Vir ao nascedoiro e outras histórias (1996), “Instante exacto” (1997), “Despertar do funâmbulo” (2002), “O mundo dos outros” (2000), “Até o anjo é da Guarda” (2000), “Panfleto contra a Guarda” (2002), “Uma pedra na mão” (2002), “Obra completa- revista e aumentada” (2002), “Língua de trapo (com Leonardo Rodrigues, 2002), “O mal - a incrível estória do homem-macaco-português” (2003), “A tremenda importância do kazoo na evolução da consciência humana” (2003), “O capador do Toito” (2003), “Escatologia” (2003), “Os nomes da terra” (2003) e “A fábrica de sais de rádio do Barracão” (2004), “Pedra escritas” (2004), “Aorta tocante” (2005).

Tudo isto, num processo criativo constante e em vários registos, lhe alimenta o gosto para continuar e não desistir.

Permanente insatisfação
Questionado sobre o seu grau de felicidade em termos artísticos e se se sente realizado, responde que não! Gostava que as peças que fazem na Guarda, interior de Portugal, circulassem mais. Esse é um problema nacional, mas já houve espectáculos que mereciam que fossem apresentados noutros pontos do país. Por outro lado, Américo Rodrigues sente a falta da crítica. Critica não só dos jornais, mas sobretudo dos espectadores, da existência de uma massa crítica do meio, porque senão não há retorno. Os espectáculos são apresentados, há umas pessoas que lhe dão umas palmadinhas nas costas, porque são amigos, mas a discussão fica por aí. Não se desenvolve a crítica, para se perceber melhor o que é que falhou, se se podia fazer algo melhor, etc. Essa é uma ausência terrível no processo criativo na cidade da Guarda, onde Américo desenvolve a sua actividade.

No seu ponto de vista é muito difícil obter-se felicidade através da actividade artística. Não se pode desligar o teatro e a actividade artística em geral da vida. E viver na Guarda e criar condições de felicidade é realmente muito difícil, conclui. Mas, Américo Rodrigues reconhece que se trata de uma procura constante.

Todavia, Américo Rodrigues considera-se muito irreverente e desassossegado, o que o leva a querer fazer sempre mais espectáculos, intervalando com a sua acção de programador do Teatro Municipal da Guarda. Está permanentemente insatisfeito, mesmo quando apresenta os seus trabalhos, porque há sempre coisas que podem ser melhoradas. Acompanha-o sempre um certo nervosismo, mesmo depois da estreia das peças. Por isso, felicidade é muito difícil de alcançar.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Convite à população para a sessão do 25 de Abril



Desta vez o 25 de Abril calhou na segunda-feira da Páscoa.

Contingências do calendário, como as contingências da vida portuguesa do Estado Novo que levaram os capitães a fazer uma revolução precisamente no dia 25 de Abril de 1974. Poderia ter sido no dia 23 ou noutro dia, mês ou ano!

Desde a implantação do Poder Local que é hábito comemorar o Dia da Liberdade. Pelo país fora, as autarquias têm evocado a efeméride, pela importância de que a mesma se revestiu para o progresso e desenvolvimento do nosso país.

Agora, poderemos pensar, que face à actual situação política e económica, poderia não fazer sentido realizar esta assembleia.


Por mim, julgo que é nas alturas difíceis que se deve repensar o efeito das revoluções e procurar reflectir nelas o desejo de mudança. Por isso, acho que devemos aceder ao convite público do Presidente da Assembleia Municipal de Seia para participar na sessão de segunda-feira, que decorre no auditório da Casa Municipal da Cultura, pelas 10 horas.



A comemoração de Abril é dos políticos, mas é sobretudo do povo, daí o redobrado convite às pessoas para que se juntem à efeméride.

Porque é preciso animar a malta.
Porque é preciso abrir as portas de Abril.
Porque é preciso acreditar.
Porque é preciso por um cravo na lapela.
Porque, o que é preciso, é a gente estar unida, como as uvas estão no cacho.





Segunda-feira encontramo-nos, na Casa Municipal da Cultura, para comemorar Abril!


Sérgio Reis expõe em Cinfães

O artista plástico senense, Sérgio Reis, continua a levar a sua arte de pintar a vários pontos do país. Desta vez, "Esta Gente" dá nome à exposição que está patente no Museu Serpa Pinto, em Cinfães, de 15 de Abril a 15 de Maio de 2011.





Mais informações da Exposição, AQUI no blogue do autor - Artes Vivas.


terça-feira, 19 de abril de 2011

ARTIS – Reveladas obras seleccionadas do Festival de Artes Plásticas de Seia




A organização do Festival de Artes Plásticas de Seia – ARTIS X acaba de revelar no blogue http://www.artisdeseia.blogspot.com/ a lista das obras seleccionadas para o Salão de Artes Plásticas na categoria de pintura e escultura.

Na categoria de pintura, concorreram 75 artistas de todo o país, (e um do Brasil) num total aproximado de 150 obras, tendo sido seleccionados 23 artistas e 34 obras. Na escultura, concorreram 17 artistas, com perto de 30 obras, das quais foram seleccionadas 18 obras.

O Júri de selecção foi constituído pelo artista plástico Sérgio Reis (Prémio de Mérito Cultural do Concelho de Seia; por Luís Calheiros, artista e docente do Ensino Superior Politécnico desde 1991, nas disciplinas teóricas de Estética e Movimentos Artísticos do Século XX (História de Arte), e nas disciplinas práticas de Atelier de Pintura e Desenho e Mário Jorge Branquinho, programador da Casa Municipal da Cultura de Seia.

Na cerimónia oficial de abertura do Festival, a 7 de Maio à noite, na Casa Municipal da Cultura, será anunciado o vencedor do Prémio de Pintura, no valor de 1.500 euros, com aquisição da obra pelo município e o 1º Prémio de Escultura, no valor de 500 euros, que constitui apenas uma distinção com valor monetário.

O Festival ARTIS, que decorre de 7 de Maio a 5 de Junho é uma organização do Município de Seia e da Associação de Arte e Imagem de Seia, que além deste Salão de artes plásticas, conta uma exposição de pintura de Balbina Mendes - em que as máscaras são tema central - bem como Mostras de pintura, escultura e fotografia de artistas locais e um vasto programa de actividades paralelas, com concertos, espectáculos de teatro, workshop’s, etc.


domingo, 17 de abril de 2011

Sandra Galguinho poderá integrar lista de Deputados


A Deputada da Assembleia Municipal Sandra Galguinho deverá ser a nº 3 da lista a candidatos a Deputados do PS pelo Distrito da Guarda nas próximas eleições legislativas. O cabeça de lista deverá ser o actual Secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, enquanto que o segundo da lista ainda estará em aberto, entre o Presidente da Federação, José Albano Marques ou António Carlos Santos, da Delegação do INATEL da Guarda.

A decisão final será tomada na próxima quarta-feira, na Comissão Politica Nacional, mas como a política é uma ciência complexa, até lá ainda poderá haver novidades.

Mas se se confirmar este cenário, o concelho de Seia ficará bem representado, já que Sandra Galguinho, (filha de um dos melhores Vereadores que Seia já teve – Marciano Gaguinho) é um bom quadro do PS, professora com 25 anos de militância, vários anos de Assembleia Municipal, onde actualmente integra a Mesa como Secretária e uma das impulsionadoras e fundadoras do Departamento de Mulheres do PS do Distrito da Guarda.

Quanto a Paulo Campos, pese embora o Secretariado de Seia tenha defendido que o cabeça de lista deveria ser um quadro do Distrito, poderá ser um bom aliado na luta pela construção dos IC’s da Serra da Estrela. A ver vamos!


1º Festival de Guitarra de Seia



Por estes dias, 13, 14 e 15 de abril decorreu por estes lados, o Festival de Guitarra de Seia, organizado pelo Conservatório de Música Seia. Trata-se de uma iniciativa louvável, já que permite a realização de um conjunto de actividades e concertos em vários espaços de Seia e arredores, dando por um lado oportunidade aos alunos de mostrarem e melhorarem as suas performances e por outro, para se convidarem grupos de outras localidades, além, claro, do factor de afirmação da cidade, através das suas instituições culturais. E o Conservatório é um bom exmplo para o país, de como se deve apostar no ensino artístico, neste caso, centralizado na música.



No dia 15 o Festival passou pelo auditório da Casa Municipal da Cultura de Seia. Na primeira parte com o Ensemble de Gitarras do Conservatório de Musica de Seia; seguindo-se o Guitag Ensemble, do Conservatório de Música de Águeda e na terceira parte o Ensemble de Guitarras Gulbenkian, do Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian.


Mais uma boa jornada para Seia e o inicío de mais uma caminhada, com o lançamento deste Festival, que certamente se consolidará no calendário de uma cidade que aposta na cultura como factor de desenvolvimento.

Museu Natural da Electricidade







A Câmara de Seia inaugurou no passado dia 11 de Abril o Museu Natural da Electricidade, a funcionar na antiga Central da Senhora do Desterro, construída em 1907 e que já há vários anos que está desactivada.




À cerimónia compareceram diversas personalidades, marcando assim um dia histórico para o concelho de Seia e em particular para a freguesia de São Romão, com a abertura deste importante complexo cultural. Uma espécie de "Casa da Luz", nome do livro de João Orlindo, com que assinalou os 100 anos da chegada da electricidade a esta região.








Juntando este Museu, ao Museu do Brinquedo e ao CISE, a autarquia tem agora a possibilidade de criar um pacote atractivo para os turistas nacionais, que assim, num só dia poderão visitar os 3 complexos. Um protocolo com o Ministério da Educação para atrair milhares de crianças de todo o país e com a Fundação INATEL, para trazer turismo sénior, é uma das necessidades que se impõe, para dar vida e dinamismo a este roteiro cultural de que a cidade dispõe.




Na história de Seia ficará assinalado o facto do Presidente da Câmara Eduardo Brito ter lançado estas obras e o facto do Presidente da Câmara Carlos Filipe Camelo fazer implementar uma estratégia suficientemente capaz de atrair a Seia milhares de pessoas ao longo dos anos.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

ERS alerta para serviço de medicina física e de reabilitação em Seia


Saiu hoje uma notícia que não é muito abonatória para Seia. É que a Entidade Reguladora da Saúde recomendou uma vigilância mais apertada sobre os serviços de medicina física e de reabilitação na região de Seia. No relatório elaborado, a ERS, considera Seia, Covilhã e Coruche como as de maior risco para os utentes.

No documento, esta entidade alerta para “um maior risco de ocorrência de problemas para os utentes, decorrentes da situação concorrencial, tais como oferta insuficiente, discriminação e qualidade inferior a padrões minimamente aceitáveis”.

A notícia, que não nos agrada, pode ler-se no Jornal O Mirante, aqui:


Autorizado contrato de reequilibrio financeiro da Câmara de Seia


Saiu hoje publicado em Diário da República a autorização oficial do governo para que a Câmara de Seia possa contrair um empréstimo de 45 milhões de euros, na sequência do contrato de reequilíbrio financeiro aprovado pela Assembleia Municipal em 30 de Junho do ano passado. Esta era a parte que faltava no complexo processo de autorização, já que o município conseguiu junto de vários bancos a disponibilidade de empréstimo até este montante. O Município reúne agora todas as condições legalmente exigidas para a contracção de contracto mútuo com as instituições financeiras e assim poder dar resposta a uma quase asfixia financeira a que tem estado sujeita, honrando assim vários e complexos compromissos pendentes.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Medidas para reduzir impacto dos fogos no Sabugueiro


Arrancou no passado dia 29 de Março, uma operação de medidas pós fogo, nas encostas da aldeia do Sabugueiro, com vista a minorar os impactos negativos da paisagem flagelada pelos incêndios do Verão passado.

A Junta de Freguesia presidida por Ricardo Cabral fez uma candidatura ao PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos, que foi aprovada num montante total de 157 mil euros e que prevê um conjunto de medidas a efectuar até 31 de Agosto deste ano.


A primeira medida foi uma sementeira de azevém, por via aérea, com a utilização de um helicóptero, com vista a fazer rebentar uma erva, de modo a criar alguma consistência na terra, evitando mais erosão do solo.

Para além desta acção, está também prevista a execução de barreiras para linhas de água, para evitar deslizamento de terras, bem como a beneficiação da rede viária, numa extensão de 7,4 km.

Ao que apurámos, a URZE está também a intervir noutra medida, sobretudo na execução de faixas de rede primária nos limites de freguesias, contando com uma dotação de 43 mil euros para 2011 e 43 mil euros para 2014.

JSM.






O mundo do coleccionismo na casa da cultura de Seia


Está patente até ao fim do mês, nas Galerias da Casa Municipal da Cultura de Seia uma exposição designada “o Mundo do Coleccionismo”, que mostra colecções diversificadas que vão desde relógios de bolso, candeeiros de petróleo, cachimbos, peões, louça, autógrafos, até material como isqueiros, porta-chaves, canetas, lápis, pins, baralho de cartas, entre outros. Organizada pelo Arquivo Municipal, esta exposição pretende demonstrar que o coleccionismo, além da ideia básica de entretenimento, é uma arte e uma ciência que desenvolve a aprendizagem, sendo esta uma actividade cultural por excelência. Duma maneira geral, o homem colecciona, porque sente essa necessidade. Na realidade, essa necessidade surge muito naturalmente aos espíritos mais sensíveis, aos mais predispostos às manifestações do espírito, aos que equacionam com mais firmeza e mais profundamente aquilatam a estética, quer no aspecto dimensional, quer na sua forma mais intrínseca. Há colorido, movimento no Espaço e no Tempo, calor, luz, em suma, há vida nessas maravilhosas peças, estudo, interpretação, humanização, por encerrarem tantas e quantas vezes histórias reais ou lendárias, enternecedoras, complexas histórias humanas que, em diversos casos, o mundo nunca compreendeu, nunca quis ou nunca o soube fazer. Assim surgem os coleccionadores, rebuscando, seleccionando, estudando, em busca de conhecimentos das gentes e das coisas, cultivando-se através das peças em estudo, uma vez que eles conhecerão certamente a vida dos povos, com todo o seu cortejo de grandezas e misérias, seus usos e costumes, tendências, geografia, figuras ilustres, em suma, todo um manancial de conhecimentos, que só dignificarão e ilustrarão quem colecciona. Para ver, até ao fim de Abril, na Casa da Cultura,… onde está sempre a acontecer!