sábado, 28 de dezembro de 2013

Presidentes de 5 Câmaras da região reivindicam execução dos Itinerários da Serra da Estrela



Os Presidentes das Câmaras Municipais de Seia, Gouveia, Nelas, Oliveira do Hospital e Fornos de Algodres acabam de enviar ao Secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações uma carta, assinada a cinco, reivindicando a necessidade urgente de execução e conclusão dos eixos rodoviários IC6, IC7 e IC37. Na missiva, os autarcas referem que este é um momento oportuno, uma vez que o governo “constituiu um grupo de trabalho no sentido de hierarquizar os investimentos públicos para o país, passíveis de integrarem o próximo Quadro Comunitário de Apoio”, daí reiterarem o pedido de execução destes Itinerários da Serra da Estrela.

Os autarcas recordam ao Secretário de Estado Sérgio Monteiro, as declarações públicas que este proferiu em Seia, de que iria ser “dada prioridade aos acessos principais à Serra da Estrela, ainda que de forma faseada”, pelo que este assunto não pode ser esquecido.

Por sua vez, o MAIS -  Movimento de Apoio à Construção dos Itinerários da Serra da estrela também enviou recentemente um pedido de reunião com carácter de urgência ao Presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro para tratar desta reivindicação.

Estas movimentações surgem num momento em que o Governo desenvolve um estudo sobre as infraestruturas prioritárias para o próximo quadro comunitário, e o Presidente da CCDR – C, ter-se-á comprometido em incluir a execução destes traçados, aquando da adesão de Seia à Comunidade das Beiras / serra da Estrela.



quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Filipe Camelo reeleito Presidente da Concelhia de Seia do PS



Comunicado de imprensa sobre a reeleição de Filipe Camelo para Presidente do PS de Seia, uma lista que continuo a integrar, para procurar dar o meu contributo às causas do desenvolvimento do concelho, através do Partido Socialista.

Filipe Camelo voltou a ganhar, no dia 6 de Dezembro, as eleições para a Comissão Política Concelhia de Seia do Partido Socialista, comandando os destinos do Partido até 2017, num mandato que, pela primeira vez, no âmbito dos novos estatutos, terá a duração de quatro anos, acompanhando os ciclos eleitorais para as autarquias. Apesar de haver uma só lista, o atual Presidente da Câmara Municipal, conquistou 81,3% dos votos dos militantes com capacidade eleitoral, registando-se, pela primeira vez, uma votação sem votos brancos ou nulos, o que revela o consenso da sua eleição. 

Assim, a nova equipa, constituída por 17 elementos, tem a seguinte composição: Filipe Camelo, Mário Jorge Branquinho, Maria Madalena Cunhal, Eduardo Brito, Rui Martins, Teresa Fernando, José Carlos Ribeiro, Manuel Abreu, Cristina Sousa, António Correia, Paulo Caetano, Sandra Galguinho, Rui Dias, Carlos João Tomás, Aurea Costa, Eduardo Gaspar e António Luciano Ribeiro.

A tomada de posse da nova Comissão Politica do Partido Socialista de Seia deverá ocorrer nos próximos dias, anunciou o líder socialista, após serem conhecidos os resultados da votação. Na ocasião, o líder socialista referiu que há objetivos muito importantes para concretizar neste mandato, com destaque para a vitória nas eleições que ocorrerão nos próximos quatro anos: Europeias, Legislativas, Presidenciais e Autárquicas. O dirigente referiu que é preciso obrigar o Governo a olhar para a região da Serra da Estrela de uma forma mais empenhada, que permita fazer face ao desemprego e à desertificação.

Filipe Camelo evidenciou que o PS vai continuar a ser um Partido forte, dinâmico e com grande capacidade mobilizadora.

A elevada participação dos militantes, mesmo havendo uma só lista, veio reforçar a estratégia até aqui seguida, assente na exigência e na determinação, fundamentais para quem deseja vencer, frisou.

O também Presidente da Câmara Municipal destaca que “o PS é hoje em Seia, um Partido credível e responsável, com ligações sólidas à Comunidade e conhecedor profundo dos problemas que a afetam e preocupam. Dispõe de militantes qualificados e por isso, como nenhum outro partido, está em condições de responder a esses problemas e continuar a levar por diante, com sucesso, um projeto de desenvolvimento, de modernidade e afirmação do Concelho de Seia, no contexto regional”.




terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Informação do Presidente da Câmara, sobre o que se faz e o que se propõe fazer para 2014

Realiza-se na próxima segunda-feira, dia 23 de dezembro, a partir das 14:30 horas no Auditório da Casa Municipal da Cultura, a sessão ordinária da Assembleia Municipal de Seia, onde entre outros pontos será discutido e votado o Plano e Orçamento do Município para 2014.

A este propósito e porque entendo que a comunicação é um fator importante na "coisa pública", publico aqui a informação escrita do Presidente da Câmara que nos foi remetida a membros eleitos e Presidentes de Junta. Uma comunicação que reflete, de forma sucinta o que se faz e o que se propõe fazer.
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É num enquadramento muito difícil, com o País mergulhado na maior crise económica e social da sua história democrática, que definimos as linhas fundamentais de orientação da Câmara Municipal de Seia para o próximo ano.

Com a apresentação das Opções do Plano e Orçamento para o ano de 2014 damos início a uma nova etapa de quatro anos na vida do nosso Concelho, em diversos planos: económico, social, cultural e político.

A clareza manifestada pelos munícipes, através da sua pronúncia no último ato eleitoral autárquico, é reveladora que o caminho que temos vindo a trilhar está certo.

Contudo, temos a perfeita consciência que os resultados eleitorais expressam, igualmente, um desejo de ver fazer mais e melhor, através do lançamento de ações e de políticas que respondam aos desafios e anseios da nossa comunidade.

Os presentes documentos continuam a expressar o esforço que a Câmara Municipal tem feito, ao longo dos últimos anos, para dotar o nosso concelho das infraestruturas necessárias a fim de garantir aos seus concidadãos um nível elevado de qualidade de vida.

Não tenhamos ilusões. As operações da divida autárquica continuam a consumir parte substancial dos nossos recursos, resultado de um ciclo de desenvolvimento sem paralelo, desde a construção de equipamentos culturais
e desportivos, às infraestruturas básicas (saneamento e abastecimento de água), requalificação do parque escolar e rede viária municipal, entre outros.

Ninguém nos perdoaria se esse caminho não tivesse sido feito.

Que não haja qualquer dúvida sobre a utilidade do endividamento municipal. Ele foi contraído em benefício das nossas gentes e é o resultado de opções políticas (obras) que extravasaram, muitas vezes, as maiorias que, em diferentes momentos, governaram a Câmara Municipal.

Vamos continuar a canalizar todos os nossos recursos para a promoção de mais e melhor emprego, apostando na capacidade empresarial e na inovação dos jovens, como fatores importantes de modernização e de consolidação do nosso tecido empresarial.

As Grandes Opções do Plano evidenciam uma forte aposta na prevenção e no combate a todas as formas de exclusão social, com mais apoio para os idosos, crianças e famílias em situação vulnerável.

A cultura, a educação, o desporto e o lazer continuam a ser encarados como fatores decisivos para o desenvolvimento e afirmação da nossa comunidade, pelo que continuaremos a apoiar as Associações Culturais e Recreativas, estabelecendo novas formas de cooperação, sobretudo na organização de eventos culturais e no domínio do ensino das várias expressões artísticas.

Continuar a apostar num ensino de qualidade desde o pré-escolar – adaptar os horários às necessidades das famílias, continuar a consolidar o ensino profissional e superior, são absolutamente fundamentais.

Com o nosso Concelho servido com redes de água e esgotos e respetivas Estações de Tratamento, continuamos a centrar a nossa ação na recuperação dos Centros Históricos e na valorização das Aldeias de Montanha, que começam a ter um impacto muito positivo no âmbito da atratividade turística do Concelho.

Equilíbrio financeiro, rigor e credibilidade, são as notas dominantes da gestão da autarquia, reconhecidas no mais recente relatório de acompanhamento da Direção Geral das Autarquias Locais, no âmbito do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) e Plano de Reequilíbrio Financeiro.

Continuamos a ser ambiciosos e a ter a capacidade de utilizar todos os recursos financeiros para executar as obras e aproveitar, até ao limite, os apoios nacionais e comunitários, assim que os mesmos sejam colocados à nossa disposição.

O presente mandato vai desenvolver-se em torno de uma nova realidade territorial: a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIBSE).

Apesar do Município de Seia possuir ligações primordiais com outros territórios, que não a Beira Interior, entendemos que, face à oportunidade e ao contexto que visa a possibilidade de execução dos Itinerários da Serra da Estrela, o município aceitou a proposta/desafio da CCDRC em integrar esta nova realidade, com base na premissa desta nova sub-região colocar no topo da sua agenda a necessidade da construção da concessão rodoviária da Serra da Estrela (IC 6, 7, 37).

Este tema fará parte, assim, das linhas gerais de negociação do próximo quadro comunitário de apoio, 2014-2020, no qual as áreas de montanha terão, no futuro enquadramento, um tratamento diferenciado.

Ressalvámos, no entanto, a necessidade de manutenção da identidade do território da Serra da Estrela, defendendo a criação de Intervenções Territoriais Integradas concordantes com as estratégias municipais já em curso.

Decorrido o período referente ao processo de eleição, o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, foi eleito para presidir à CIBSE, conduzindo os seus destinos nos próximos dois anos, cabendo os restantes dois anos do mandato à Câmara Municipal do Fundão.

A lógica de rotatividade foi igualmente aplicada à vice-presidência, que será repartida entre Seia e o Sabugal, no primeiro período, e Gouveia e Celorico da Beira, na segunda metade do mandato. A sede da nova comunidade intermunicipal vai ficar na Guarda.

O que Importa destacar, mais do que a liderança, é a estratégia da nova Comunidade Intermunicipal, composta por 15 municípios: Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso.

Seia assume, neste quadro, um papel preponderante. Trata-se do quarto concelho mais populoso da CIBSE, a seguir à Covilhã, Guarda e Fundão, indissociável da marca Serra da Estrela.

Os sinais são muito positivos. Após muito trabalho e determinação da Câmara Municipal, estão reunidas as condições para começar a Barragem de Girabolhos, que terá um impacto muito favorável na nossa economia, quer pelo número de postos de trabalho (diretos e indiretos) que irá criar durante a sua construção, quer no futuro, pelas perspetivas de desenvolvimento que o equipamento irá propiciar, sobretudo na área do Turismo e do Lazer.

Para além do Programa das Aldeias de Montanha, que continua a decorrer com assinalável êxito e uma adesão nunca antes vista dos operadores privados, estamos a trabalhar na adesão do Concelho à Rede de Judiarias, atendendo ao vasto património (vestígios) que possuímos, que podem constituir mais um fator de atração.

Santa Marinha reúne igualmente condições para a sua inclusão na Rede de Aldeias Históricas, na sequência da inventariação e documentação de todo o seu património histórico, de elevado valor.

Não podemos deixar de relevar a grande operação de promoção do nosso Concelho, realizada pelo projeto Cabeça Aldeia Natal, vencedor do Concurso de Ideias, promovido pelo Município no âmbito da Agenda 21 Local.

O Emprego continua a ser nossa principal prioridade, de modo a procurarmos criar riqueza, fixar e atrair populações. Muito temos feito, mas mais iremos fazer neste domínio, captando investimento e projetos diferenciadores e inovadores, capazes de criar riqueza e emprego.

Fruto da experiência e da proximidade com atuais e potenciais investidores, caminharemos no sentido de fortalecer o tecido económico da região, em setores diversificados.

Esta é uma administração municipal simples, eficaz e transparente, feita com e para as pessoas, com as quais vamos continuar a manter uma postura de lealdade e cooperação.

Uma palavra para as Juntas de Freguesia, com quem vamos aprofundar a nossa cooperação, através da revisão das suas competências, conferindo maior eficácia ao serviço público.

Vamos ter de estar muito atentos relativamente à reorganização dos serviços do Estado, com particular destaque para o nosso Hospital, Tribunal e para a Escola Superior de Turismo e Hotelaria, entre outros.

A existência de serviços públicos (saúde, educação, justiça, segurança, finanças, etc.) fazem parte de um conjunto de condições indispensáveis para garantir a fixação e atração de população e o desenvolvimento sustentável de todo o território nacional. Reorganizar e racionalizar não podem depender, apenas de “tempos de distância” ou de “custos per capita”. Devem ter em conta, entre outros, níveis de desemprego local e disponibilidade de emprego por setor de atividade, índices de desenvolvimento socioeconómico, de poder de compra ou indicadores de desenvolvimento da população.

Não é possível o Estado querer atrair mais investimento, empresas e fixar pessoas no interior, quando é o próprio Estado o primeiro a abandonar estes territórios.

A reorganização de serviços do Estado não pode ser apenas uma questão de escala, de número mínimo de utentes. Qualquer reorganização alicerçada em agregações e encerramentos tem efeitos muito negativos sobre a vida das pessoas e consequências nefastas sobre as economias locais que dependem, em muitos casos, por falta de alternativas, do emprego público.

Vamos, pois, todos juntos, dar o nosso melhor, pois essa união é absolutamente decisiva para enfrentarmos e resolvermos os problemas com que nos defrontamos e encarar o futuro com maior confiança.

É, também, este desafio que a todos, sem exceção, hoje aqui vos deixo.


O Presidente da Câmara de Seia, Carlos Filipe Camelo Miranda de Figueiredo


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

À espera

Espécie de criativa

Pode não parecer, mas tem a espera, essa longínqua palavra redonda, carácter de quietude, que se assume frequentemente, em inquietude permanente, no vai-não vai da esperança do que virá, se vier, pra depois logo se ver. Uma espécie estática de definição, que tanto tem de bom, como de desesperante e errante, porque quem espera, desespera! A menos que nada se espere, que daí “tudo o que vem é grato”, como do facto, diria Fernando Pessoa. A menos que nada mais se continue a esperar, nesse corredor de sensações, para evitar profundas desilusões.

Mas se temos de esperar, como nos versos de Cora Coralina, “ que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida.” (…) ou “então que seja para produzir milhões de sorrisos, de solidariedade e amizade.”

Nesse vai-não-vai de frágeis definições, deslizam intenções e brotam vibrações, embalando na indiferença da espera, à espera que o caso se entorne, e vire interrogação do acaso, dando azo a especulação. Dando brado a interpretações dúbias, in dubio pro reo, quando o réu sou eu! E se esperei, esperei, se não esperei, andei.

Na dúvida, invocamos Clarice Lispector, “que medo alegre, o de te esperar”. Invocamos, meditamos e contornamos, até encarar de frente uma espera que pode trazer na bagagem a doce sensação de infortúnio. Ou uma inscrição definida na arte de decifrar, para mais tarde contemplar, nesse futuro a chegar. Se chegar!

Na dúvida também, esperamos por Godot, invocando absurdos, nas malhas de um diálogo cinzento, até partirmos, sem sairmos do lugar, dessa espera que se faz luar, dessa luz que não acende, nem se entende, na encruzilhada do vagar. E vamos, sem saber se esperamos, enquanto não chegamos, enquanto Godot não chega.

As flores que colhemos, dão-nos cores que queremos, como presentes que não esperamos, nem abraços, nem beijos que afectuosamente retribuímos. E não precisa ser afeto, nem tão-pouco amor seleto, basta o gesto, que delicadamente esperamos, por entre demandos e desencontros, entre diferentes pontos de vista, que a cisma dita, nessa espera de desdita. E assim ficamos, no virar da esquina, numa espécie de triângulo, quase quadrado, pouco ou muito ousado, entre um lado e o outro, e talvez outro e outro, na vã tentativa de perceber aonde chegar. Ou numa quase quadratura de círculo, a andar à roda, em modo devagar, andando e em jeito de esperar, esperando.

No fim, se chegar, chegou, se não chegar, ou fico ou vou, consoante o tempo e o vento, o modo e o lugar, o querer e o não querer, para não ter que chorar, para não ter talvez de amar. E assim, na procura de um caminho, por aqui me fico, por aqui me vou, sentado, à espera!

MJB, 16/12/2013


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sessão Especial CineEco, este Sábado na Casa Municipal da Cultura de Seia

  

O CineEco é todo o ano, em Seia e um pouco por todo o país. Por isso, o público local interessado, vai poder assistir a mais uma sessão fora da semana do festival. Este sábado, dia 14 de dezembro, quem ainda não viu, vai poder ver 3 curtas-metragens, interessantes e divertidas. O filme vencedor do grande prémio CineEco, o vencedor do Panorama Regional e um filme de uma sessão especial.

A sessão começa às 21:30 horas com A GALINHA QUE BURLOU O SISTEMA, do jovem realizador brasileiro Quico Meirelles, filho do famoso realizador Fernando Meirelles. Uma curta de 15 minutos, de 2011, onde se retrata a visão duma galinha. Onde ela toma consciência da engrenagem que rege a sua vida. Mesmo enclausurada entre milhões de galinhas que não compartilham da sua angústia, ela acredita que a vida pode ser diferente. Divertido e para dar que pensar.

Segue-se o filme vencedor do CineEco 2013 - SE EU TIVESSE UMA VACA, da espanhola Norma Nebot, com a duração de 21 minutos. Nesta curta de 2013, os protagonistas são umas vacas muitos especiais do Burkina Faso. Podem parecer esqueléticas, mas com um arado fazem uma revolução. "Se eu tivesse uma vaca" é uma curta-metragem documental em que através do otimismo e humor, explica animadamente a mais real das realidades, pretendendo assim mostrar como ideias simples podem mover montanhas.

Depois de um pequeno intervalo, será a vez do filme vencedor do Prémio Lusofonia | Panorama Regional CineEco 2013 - TRANSPARÊNCIAS PERDIDAS. Da autoria de Mário Pereira, Vitor Brito e Carlos Amaro (entretanto falecido), o filme de 26 minutos começa por mostrar-nos as belezas da Serra da Estrela e todos os seus tesouros. Mais adiante, mostra-nos como estes equilíbrios de pureza e transparência são quebrados pelos fenómenos avassaladores dos incêndios florestais, que aproveitando a continuidade da vegetação, fazem chegar as labaredas aos sítios mais inacessíveis...


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Morreu Soares Branco, escultor da águia do Benfica e de várias estátuas em Seia


Segundo a imprensa, morreu na passada quarta-feira, o escultor Soares Branco com 87 anos de idade.

Soares Branco foi o autor da gigante águia do Benfica, que se encontra no atual estádio da Luz e que já se encontrava no antigo.

Com uma vasta obra feita pelo mundo, Soares Branco também é autor de várias estátuas de Seia, os bustos do Dr. Guilherme Correia de Carvalho (1989) e do Dr. António Melo Mota Veiga (1996), o monumento aos Bombeiros, em Seia (1997) e ao Pastor, em São Romão (1998). Esteve para fazer também a busto de Manuel Almeida Sousa, para o qual quinda fez algumas tentativas, mas a já adiantada idade não lho permitiu.

Em Lisboa são dele o busto de Francisco Sá Carneiro, no Areeiro; a escultura de Santo António, junto à igreja evocativa, na Sé; o Vento Garroa, junto ao pavilhão de Portugal, no Parque das Nações; o monumento à 1.ª Travessia Aérea do Atlântico sul, em Belém.

Em Fátima é de sua autoria a estátua do Papa Pio XII e, em Mafra, o monumento do Soldado Infante, o monumento comemorativo do 1.º centenário da Escola Prática de Infantaria e o monumento à atriz Beatriz Costa.


Mais informações no blogue de Sérgio Reis - Artes Vivas, AQUI

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Obviamente Amaro demitiu Rodrigues!


Crónica de Seia

É óbvio que quem ganha eleições manda. É óbvio que na Guarda como em qualquer cidade, o Presidente da Câmara tem legitimidade para por e dispor, contratar ou despedir, orientar ou desorientar. É óbvio que na cidade da Guarda, Amaro podia e pode afastar de Diretor do Teatro Municipal Américo Rodrigues. Porque pode não gostar da pessoa, da maneira de ser, porque não se revê na programação, porque se quer vingar de um qualquer passado, porque quer mostrar à cidade e ao distrito que é ele quem manda, que até manda embora uma referência no panorama cultural nacional. E pronto! Há políticos que gostam do cheiro a pólvora e a mim parece-me que este é o caso. Quem chega e ganha nos votos como AA ganhou, e no seu estilo de homem que tem tudo para gritar alto aos acólitos, julgo que este é o cenário ideal para dizer, - comigo não faz farinha: Rua!

Obviamente Amaro demitiu Rodrigues! Assim mesmo, sem apelo nem agravo, pelo telefone, porque um edil furioso, pode não ter pejo.

Obviamente que a gente faz estas leituras, mas muito naturalmente, mesmo a uma distância de uma hora, como eu estou de Seia à Guarda, percebemos desde logo que a forma não foi a melhor. E pronto! Falamos, esbracejamos, mas já está aplicada a decisão. Implacavelmente!

Obviamente que nesta altura já muita gente escreveu muito argumento, e quase sempre em defesa do despedido. Já muita personalidade mostrou indignação, e até os próprios, AA e AR ficaram a saber de mais amigos e mais inimigos e vice-versa, coisa e tal! Mas este é só o princípio do início de um conjunto de mudanças. Isto não vai lá sem sangue. Não sou eleitor da Guarda, quando muito frequentava esporadicamente o TMG, acompanhava a programação do Teatro e o percurso artístico de AR, cheguei a fazer com ele um trabalho para uma cadeira do Mestrado de Animação Artística. Mas estou no direito de fazer leituras, de uma cena destas no meu distrito, de uma área que me é cara, de personagens que conheço, do programador que estimo, do político que não admiro.

Agora fico sentado à espera, para ver as cenas dos próximos capítulos, lamentando que a cultura fique mais pobre, lamentando ver maltratado na praça pública um agente cultural que faz falta ao país, quanto mais à Guarda. Mas pronto, é a legitimidade dos votos que teremos de respeitar, até ao dia que certos políticos percebam que a eles compete mobilizar meios técnicos e sobretudo financeiros, traçar estratégias, metas e objectivos e aos técnicos, aos bons técnicos, onde se incluem directores e programadores, implementar as estratégias e levar aos objectivos das missões que lhe são confiadas.

E pronto! Também tenho dito sobre o que penso desta espécie de tumulto cultural que se abateu sobre as rochas da Guarda, às portas da minha terra.

Mário Jorge Branquinho
Jornal Terras da Beira, Guarda - 5 de Dezembro de 2013

Seia afirma-se pelo marketing territorial



Seia tem ultimamente apostado mais do que nunca no marketing territorial como estratégia de afirmação e de desenvolvimento. Tem procurado dar uma imagem de terra dinâmica que não se verga às dificuldades, procurando desenvolver um conjunto de atividades que a tornam mais forte. E isto é determinante quando queremos atrair investimento, atrair turistas e atrair atenções.

O Marketing territorial faz parte da sociedade da comunicação e da competitividade territorial. Um território é uma marca e tem outras marcas que importa valorizar. E segundo todos os estudos, no marketing territorial, 30% da sua importância é atribuído ao potencial dessa marca, onde se inclui nível de execução, produtos, disponibilidades, capacidades, e conhecimento. Depois e muito importante, 60% atribui-se à comunicação, daí a necessidade de termos de continuar a comunicar permanentemente. De difundir os bons exemplos, as chamadas boas práticas para valorizarmos o que é nosso. A nossa terra. E 10% atribuem-se à sorte, porque para tudo na vida, é preciso também um pouco de sorte.

Neste sentido, a identidade local, assente em ideias claras, tem sido fator primordial, quando ancorada naquilo a que vulgarmente chamamos de diferenciação. Daí a importância de ter projetos que sejam diferentes de outros territórios, que nos distingam e isso está a acontecer em várias frentes do nosso concelho. E nesse quadro de valorização da identidade local é igualmente determinante a nossa auto-estima enquanto habitantes deste concelho, enquanto agentes de desenvolvimento que devemos partilhar o sentimento de coesão e de orgulho pela terra e palas coisas positivas. Como na vida pessoal, valorizando e evidenciando mais as coisas positivas do que negativas, porque o negativo atrai negativo!

A existência de uma Coligação Poderosa, onde se congreguem vários agentes, com um denominador comum de interesses é decisiva para o nosso desenvolvimento, independentemente de diferença de ideias e de políticas. E nessa coligação saber quem é quem. Quem pode fazer o quê e como fazê-lo, mobilizando meios e vontades.
Assim seremos capazes, mobilizados nas diferenças, mas iguais na determinação e no querer, para continuarmos a colocar Seia no mapa, enquanto território da serra da Estrela, porque, também é bom não esquecer, o património natural, é igualmente elemento de desenvolvimento.

Nota: Entre muitos, há dois grandes exemplos de marketing territorial do concelho de Seia, quase sem custos para o organizador – A participação da Praia Fluvial de Loriga no Concurso Nacional e a Cabeça Aldeia Natal. É ou não é?


Histórias de Seia




Casal amigo que retorna ao Porto

Cruzei-me esta manhã com a D. Paula, proprietária do Cabeleireiro Jardim, em Seia, mesmo em frente à Casa da Cultura e com o seu marido, o “dragão” como simpaticamente o tratamos, pelo seu amor ferrenho ao Futebol Clube do Porto. Um homem do Norte um exímio condutor TIR.
Uma cabeleireira com muito movimento, com casa feita e que sempre se disponibilizava para colaborar nas iniciativas da comunidade para que era solicitada. Patrocinou várias passagens de modelos feitas na cidade, como contributo para a valorização das atividades desenvolvidas. Na hora de agradecer, estranhei a partida, que afinal se deve, como me disseram, a questões familiares. Uma filha a estudar no Porto, o marido também a trabalhar por lá e a D. Paula aqui, sozinha. Assim, sem mais, uma decisão de vida, como tantas outras que se tomam. Pessoas amigas e simpáticas que partem, porque a vida é assim. Retratos de pessoas que estimamos, de laços que se criam, entrelaçados nas voltas que a vida dá. Somos de onde estamos e das circunstâncias que nos impelem a mudar. Neste caso de retorno ao Porto e de um chefe de família dragão que soube cultivar amizades.
Lembro-me de um dia, de um debate no pequeno auditório da Casa da Cultura. O Futebol Clube do Porto acabava de ser campeão de qualquer coisa nessa hora, e a certa altura ouve-se música em alto volume, que perturbava o debate. Algumas pessoas saíram e pediram para baixar o volume. E Nada! Depois saí eu e pedi ao senhor da varanda em frente, por cima dos “Olhos de Água” se podia fazer o favor de baixar a música para prosseguirmos com o debate. “Claro que sim Branquinho, vou já baixar o volume”. Começava aí minha amizade pelo “Dragão de Seia”.



quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mercados de Natal em Seia, durante os fins de semana de dezembro


Seia não pára!

Nos fins de semana que antecipam o Natal, com início a 7 de dezembro, a zona envolvente ao mercado municipal envolve-se de magia e espírito natalício. Durante este período os mais pequenos terão a oportunidade de entrar na casa do Pai Natal e realizar diversas atividades.
Neste mesmo local, decorrerão mercados de rua, dando oportunidade aos adultos de realizarem as primeiras compras de Natal. Tanto os mercados como as atividades de animação apenas têm lugar durante a manhã (das 09:30h às 13:00h). Aos sábados (dias 7, 14 e 21) os mercados são dinamizados pelos eco-talentos do NOVO MERCADO DE SEIA e aos domingos (dias 8, 15 e 22) são promovidos pelas coletividades do concelho, sendo que o primeiro domingo do mês serão as associações e instituições de solidariedade social do concelho, no dia 15 a Associação de Artesãos da Serra da Estrela e no dia 22 as associações de música e folclore do concelho. Ainda durante o mês de dezembro, a Associação Empresarial da Serra da Estrela vai promover animação de rua nos dias 18 e 23.



PROGRAMA

Dia 7 de dezembro (sábado)
09:30h às 13:00h_Mercadinho de Natal | NMS
_Casinha do Pai Natal, Oficina dos Brinquedos
10:30h às 12:30h_Passeio de Charrete com o Pai Natal
Local: Envolvente ao mercado municipal

Dia 8 de dezembro (domingo)
09:30h às 13:00h_Mercadinho Solidário | Associações e Instituições de Solidariedade Social do concelho
_Casinha do Pai Natal e Oficina dos Brinquedos
10:30h às 12:30h_Passeio com o Pai Natal em carro de 1957 dos B.V. Seia
Local: Envolvente ao mercado municipal

Dia 14 de dezembro (sábado)
09:30h às 13:00h_Mercadinho de Natal | NMS _Casinha do Pai Natal e Oficina dos Brinquedos
10:30h às 12:30h_Passeio com o Pai Natal em carro de 1957 dos B.V. Seia
Local: Envolvente ao mercado municipal

Dia 15 de dezembro (domingo)
09:30h às 13:00h__Mercadinho dos produtos artesanais e dos artesãos | Associação de Artesãos da Serra da Estrela
_Casinha do Pai Natal, Oficina dos Brinquedos
10:30h às 12:30h_Passeio de Charrete com o Pai Natal
Local: Envolvente ao mercado municipal

Dia 18 de dezembro (sábado)
14:30h às 17:30h_Animação de Rua | Associação Empresarial da Serra da Estrela

Dia 21 de dezembro (domingo)
09:30h às 13:00h_Mercadinho de Natal | NMS
_Casinha do Pai Natal, Oficina dos Brinquedos
10:30h às 12:30h_Passeio de Charrete com o Pai Natal
Local: Envolvente ao mercado municipal

Dia 22 de dezembro (sábado)
09:30h às 13:00h_Música no Mercadinho | Associações de Música do concelho
_Casinha do Pai Natal e Oficina dos Brinquedos
10:30h às 12:30h_Passeio com o Pai Natal em carro de 1957 dos B.V. Seia
Local: Envolvente ao mercado municipal

Aos fins de semana também decorrem na zona envolvente ao mercado municipal as seguintes atividades: Carta ao Pai Natal | Histórias com Música | Oficinas Criativas | A Árvore Mensageira | Histórias de Natal e Outras Que Tal | Gravar um Sorriso

Dia 23 de dezembro (segunda-feira)
14:30h às 17:30h_Animação de Rua | Associação Empresarial da Serra da Estrela

10:00h às 17:00h_"Férias Felizes a Partilhar" | Colégio de Línguas
_Venda de Produtos que revertem para Causa Social
Local: Envolvente ao mercado municipal

Dia 29 de dezembro (domingo)
14:30h_Cantares do Ciclo Natalício | Rancho Folclórico de Seia, Rancho Folclórico "Os Pastores" de São Romão, Rancho Folclórico de Paranhos da Beira e Rancho Folclórico de Penacova
Local: Cineteatro da Casa Municipal da Cultura

Dia 31 de dezembro (terça-feira)
Passagem de Ano
Local: São Romão



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Romaria a Santa Luzia, em Pinhanços


Pinhanços, no concelho de Seia, vai acolher no próximo dia 8 de Dezembro a tradicional Feira de Santa Luzia.


A romaria anual, também conhecida pela “Festa das Febras”, decorre num local aprazível de Pinhanços, onde não faltam feirantes, artesanato, com trabalhos manuais ao vivo, muita animação e também uma prova de vinhos.

Segundo a Junta de freguesia, presidida por Sónia Oliveira Martins, “a feira será também uma oportunidade para se efectuarem compras de Natal nas barraquinhas de artesanato do mercado de Seia.


A Junta de Freguesia, que retoma esta tradição, convida toas as pessoas para a “festa da Santa Luzia”.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Atividades da comunidade enriquecem panorama cultural de Seia


Depois de na semana passada o Cineteatro da Casa da Cultura ter esgotado a lotação, com a realização do Festival de Orquestras de Música Ligeira, este Sábado foi a vez do 17º Festival Ibérico da Canção Jovem, organizado pela Casa da Juventude D. Ana Nogueira de São Romão, também com casa cheia.

Hoje à tarde, o Cineteatro voltou a encher-se para a recreação de um presépio vivo, numa interpretação soberba dos técnicos da Divisão Cultural do Município, em especial da Ludoteca, dos alunos do 2º ano A e D do Centro Escolar de Seia e do Orfeão Estrela da Serra, de São Romão. Tratou-se de uma iniciativa integrada na inauguração da exposição de 400 presépios, que está patente nas Galerias da Casa da Cultura até ao próximo dia 5 de Janeiro. A referida exposição é do coleccionador Miranda Garcia, que hoje procedeu à sua doação ao Município de Seia, através de assinatura simbólica do ato.



Intitulada “O Presépio pelo País e pelo Mundo – Evoluções”, esta mostra representa a diversidade  de abordagens, materiais utilizados e proveniências no culto ao Natal  e ao nascimento de Jesus. A referida colecção é composta por obras de artesãos de diversas regiões de Portugal e de vários países do mundo, que foram sendo  adquiridas por Miranda Garcia ao longo dos anos, fruto do gosto particular  por este tema.

Estas e muitas outras atividades da comunidade local, também marcam encontro nos vários espaços da Casa Municipal da Cultura de Seia, um complexo que o município disponibiliza às entidades do concelho.


Notas: Também neste domingo a Sociedade Musical Loriguense esteve em destaque, ao ter sido convidada para participar nas comemorações do 1º de Dezembro, em Lisboa. Está por isso, também de parabéns a Banda de Loriga, por ter participado nesta efeméride, com cobertura televisiva!

Já agora, no próximo Sábado, o programa de entretenimento da RTP, AQUI PORTUGAL, vai estar em direto toda a tarde, a partir das 13:30 horas de Cabeça, Aldeia Natal. 



Fundação Aurora Borges abre Lar residencial e cria mais 15 postos de trabalho


A Fundação Aurora Borges possui actualmente 78 funcionários e vai criar mais 15 postos de trabalho com a abertura de um Lar para pessoas portadoras de deficiência.




Esta é uma notícia que nos satisfaz duplamente, por um lado pelos postos de trabalho criados e por outro, por proporcionar serviços nestas valências que têm uma grande procura a nível nacional.

Hoje fui um dos que visitou as modernas instalações que proporcionam duas novas respostas sociais e que representam um investimento de 1,2 milhões de euros no concelho de Seia, onde o setor social tem grande peso na economia local.

O Lar Residencial para pessoas portadoras de deficiência tem capacidade para 24 utentes e o Centro de Actividades Ocupacionais para 30. O Presidente da Fundação, Eduardo Cabral fez hoje as honras da casa aos convidados onde pontuavam Jacinto Dias, director da Segurança Social, Filipe Camelo, Presidente da Câmara de Seia e várias dezenas de convidados. 

Na ocasião, Eduardo Cabral esclareceu que a instituição decidiu avançar com o projeto, que foi apoiado por fundos comunitários através do POPH - Programa Operacional Potencial Humano, para corresponder "às necessidades que foram aparecendo" na região.


A instituição que tem sede na freguesia de Santa Marinha, Seia, foi criada a 23 de dezembro de 1991 por Aurora da Ressurreição Coelho Borges e reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) a 03 de março de 1992, tendo iniciado a sua atividade nesse ano.

sábado, 30 de novembro de 2013

Melancolia breve



Uma espécie de criativa


Nada bulia, nem a ventania, era mesmo melancolia. Assim, sem mais, ocorreu discorrer sobre o que não mexia, impulsionados na circunstância de querer descrever esta doce significação do estado da alma em certa parte desvalorizada. Tão só, melancolia!
Se for por falta de entusiasmo, vá que não vá, sempre pode curar-se com impulsos, gotas de acção ou doses moderadas de estímulos, a ver no que dá. Mas se for já em adiantado estado de depressão, é sinal de que afinal tudo se desequilibrou, precipitou e por ventura deixou de ser a circunstância do termo, para ser algo mais grave.
Na ténue esperança de abordar definições o mais perto do cerne, sobra a predisposição ao largo do termo, esse fatídico termo que a tanto português se agarra, como marca, como estigma de um modo de ser que não anda, nem age. E assim se atola na indiferença e na indefinição de acção, meio cá, meio lá, como por entre os pingos da chuva, à espera que algo floresça, que algo aconteça. Uma espécie de fado, esse tom magoado, a embalar para a negritude da alma, na fundura dos dias que se elevam em eloquências por vezes criativas, por vezes aflitivas, mas quase sempre a andar sem sair do lugar.
 Saindo daqui, gemendo e cantando na melancolia dos dias, como se os dias tivessem culpa, enrolamo-nos no fácil, naquilo que não nos esforça, não nos consome, e vamos, à espera! Na melancolia das tardes, na melancolia das noites, esperamos sentados, na vã esperança de nos desembrulharem a alma. É como ir e não ir, querer e não querer e na hesitação, enrolar a inspiração de um fúnebre cigarro, chupado até ao fim, a ver o que acontece.
Vai e não vai, o pensamento é assim, corta não corta, sem querer ou propositadamente e sobra sempre essa história de não fazer por falta de assunto, quando afinal é melancolia, tédio e tudo.  É falta de empenho, é degradação da alma lusa, esse estado de espirito que se apodera, se aloja e se despoja, sem margem para impulso que rasgue esse bulício de corda atado no pensamento.
Ainda se enriquecesse a alma! Mas não há volta a dar e acabamos na mais sublime das preguicites agudas, inebriados pela cor da doce adrenalina que corre em nossas veias. E por estarmos tão próximos, por descendermos ao largo, acabamos por espraiar-nos nesse humor de negro em que se veste a nossa dor. O nosso luto, esse estado próximo de um narcisismo ferrenho que não nos larga e nos impele a elucubrações impiedosamente sentidas.
Mas vamos e não vamos, na rotina melancólica que assola os nossos dias e com estação própria do ano. Começa no outono e vai até ao fim do inverno, neste inferno de quietude, com muitos apeadeiros, muitos lamentos e frenesins escassos. Embrulhamos no frio a doce magia a que chamamos melancolia, aconchegando à luz ténue dos dias, a inusitada inspiração que leva mais à preguiça do que à criatividade esperada. É duro, mas consequentemente não saímos do lugar, deste posteiro donde tantos navegadores partiram, outrora avessos a melancolias.
Pode não parecer, mas dá sempre ar de inútil e incapaz de amar, o que não se solta desta frente, que não faz mais do que deixar para trás a motivação de quem não consente marasmo e se afoita sempre “às do cabo”.
Invariavelmente suportamos o fardo, e dizemos que é fado, inato estado de alma, este espirito que nos anima no desânimo de querer ser o permanente inspirado no lado da criação. Criar, criamos e até cremos e queremos, mas a curtas distâncias, nas impiedosas voltas de quem não vai além de um inovador bocejo. De onde se avista o mar de ideias, falha a presunção de pragmatismo e acabamos por ficar, porque afinal é o destino. E assim fazemos e assim andamos neste comboio de corda curta, outrora caravela em mares atlânticos. Mas acreditamos, temos fé e deste sítio de onde nos espraiamos, havemos de chegar lá, a um qualquer destino, neste destino de fado que a melancolia nos transformou.


Seia, Portugal, 30 novembro 2013





SEIA NÃO PARA, NÃO PODE PARAR e com pouco se faz muito!


Artigo de opinião publicada na edição de hoje do Jornal Porta da Estrela


Seia sempre apostou na Cultura como um fator de desenvolvimento local, dentro das suas limitações de território do interior do país. Essa aposta tem-se acentuado ao longo dos tempos, e mesmo agora, em tempos difíceis, essa mesma aposta continua a dar alento às nossas comunidades.

Este é um caminho difícil, de resultados nem sempre muito visíveis e às vezes esperados, mas a persistência deve prevalecer.

É pois, por isso verdade que Seia não para, não pode parar e com pouco se faz muito. Basta ver o conjunto de iniciativas que vão decorrendo, semana após semana, nas várias estruturas da cidade ou pelas nossas aldeias. Ora valorizando o nosso património cultural, ora proporcionando o encontro do público com vários bens culturais que se inscrevem na agenda do município.

Seia não para, nem pode parar! Dentro de todas as suas limitações, sobretudo financeiras, o município deve continuar a ser a mola impulsionadora do desenvolvimento, continuando a chamar os agentes locais para esta onda de dinamismo que se instala. E todos devemos entrar, independentemente das instituições que representamos, dos partidos a que pertencemos ou das diferenças de pontos de vista que porfiamos. O orgulho de ser senense deve sobrepor-se a eventuais divergências e procurarmos dar o nosso contributo. Como se tem visto e se tem feito e por isso a nossa comunidade está de parabéns.

Senão veja-se o conjunto de iniciativas que começam a consolidar-se no quadro de animação das aldeias de montanha! Veja-se o sucesso que tem sido tantas destas iniciativas, envolvendo as comunidades, gerando coesão, promovendo o concelho e valorizando o nosso património. E sem custos para os organizadores – instituições e município.

Veja-se a brilhante ideia vencedora do concurso promovido pela Câmara e que agora é posta em prática – a Cabeça, Aldeia Natal, que está a atrair as atenções ao nosso concelho e a dinamizar fortemente este território.

O conjunto de programação cultural que ano após ano é proporcionado na Casa Municipal da Cultura, por onde passam por ano mais de 30 mil pessoas, apesar das limitações. Programação financiada em 85% de fundos comunitários que ainda recentemente permitiu a realização de master classes e concertos com a Orquestra de Câmara Portuguesa, envolvendo músicos das nossas bandas filarmónicas, numa experiência inesquecível.
As Jornadas Históricas que ainda recentemente terminaram, e que trouxeram à cidade cerca de 200 pessoas de todo o país, ficando por aqui 3 dias, numa iniciativa de grande prestígio científico, que tanto quanto sei, se paga a si próprio.

Antes, tinha decorrido o CineEco, que pouco custou ao município e que se afirmou uma vez mais como um dos festivais de cinema de ambiente mais prestigiados no mundo, mobilizando mais de 6 mil espetadores. Um festival que decorre todo o ano, por todo o país, divulgando Seia.

Atente-se no trabalho notável dos técnicos do município junto de crianças, idosos e deficientes, do qual resulta uma grande valorização das suas prestações, sobretudo no teatro amador e na musicoterapia.

No trabalho do grupo Senna em Palco, que ainda agora foi selecionado para um festival Arte e Comunidade, no Porto, onde deixou uma marca da excelência do trabalho feito por atores amadores de Seia.

No Festival ARTIS que ano após ano proporciona aos artistas locais a oportunidade de mostrar os seus trabalhos e mais uma vez sem custos para os organizadores.
O Festival Jazz & Blues, que apesar de tudo se tem mantido no calendário, com financiamento da Cultrede a 85% e que tem mobilizado muito público à sala e crianças nas escolas.
O vasto conjunto de eventos promovidos pelas coletividades, onde se destacam os festivais de Orquestras, da Canção, de música coral, de folclore, de bandas filarmónicas e tantas outras manifestações artísticas multidisciplinares.

A Casa da Cultura, com cinema ou com outras atividades culturais, todos os fins de semana tem atividades, envolvendo agentes locais e públicos diversos.

As escolas são também grandes molas impulsionadoras no quadro cultural do concelho. O Conservatório, pela excelência de ensino artístico e pela intervenção comunitária. A escola Profissional da Serra da Estrela pelas iniciativas que organiza e pelas formações musicais que faz descer à cidade – concertos de ano novo, participação de orquestra no CineEco, no Seia Jazz & Blues, no dia da cidade, etc. A Escola Superior de Turismo, que é uma escola com um nível de empregabilidade superior a 80%, tem sido igualmente um parceiro importante na dinamização do nosso território, assim como os dois agrupamentos escolares através de ações pontuais. Assim como as coletividades de cultura e recreio e as IPSS, que dão também um forte contributo ao desenvolvimento local.

Ou seja, todos colaboram, e quando assim é, não custa tanto e tudo tem mais valor. E Seia precisa disso, Seia necessita continuar a apostar neste e noutros setores para se afirmar no quadro de desenvolvimento. Seia pela positiva, longe de aves agoirentas que ao invés de colaborarem, pretendem fazer definhar.

Precisamos mobilizar cada vez mais publico para as iniciativas, mais agentes para processos de criação artística e de organização, porque Seia não pode parar.

Mário Jorge Branquinho





segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Balanço do CineEco que este ano mobilizou mais de 6 mil espetadores


  
Fechou o pano da 19ª edição do CineEco e mais uma vez Seia foi o foco das atenções, numa demonstração de vitalidade, através deste festival de cinema ambiental, que é uma imagem de marca do concelho de Seia.

Da minha parte, como disse na cerimónia de encerramento, agradeço a confiança depositada em mim pelo Presidente da Câmara, Carlos Filipe Camelo, para assumir a direção do festival, um trabalho partilhado com Carlos Teófilo, José Vieira Mendes e uma vasta equipa de profissionais e voluntários.


Também como disse na sessão de entrega de prémios, o balanço é bastante positivo, sobretudo porque se deu grande expressão aos três eixos principais que tinham sido definidos – qualidade, público e notoriedade.

Como se viu, ouviu e constatou, a qualidade dos filmes a concurso, foi das melhores de sempre, do conjunto de quase 100 filmes exibidos, do leque de mais de 400 enviados para concurso e oriundos de 40 países.

Relativamente ao público, o festival registou mais de 6 mil entradas nas duas salas da Casa Municipal da Cultura, o que representa mais de 1.700 espetadores que no ano passado e mais de 2.500 que em 2011. Este fato deveu-se sobretudo ao trabalho de maior proximidade com as escolas, que também prepararam e mobilizaram alunos para sessões a concurso, mas também o chamado “público espontâneo” aderiu em maior número, quer às sessões do Panorama, quer às sessões em competição.


A notoriedade do festival ganhou igualmente maior dimensão, fruto da grande divulgação feita nos meios de comunicação e redes sociais, reforçando a imagem de marca do CineEco. Uma afirmação mais projetada a nível nacional e internacional, ancorada na plataforma Green Film Network constituída por 21 festivais internacionais de cinema ambiental e de que o CineEco é um dos membros fundadores.

Este ano também marcaram presença entre nós, os responsáveis das várias extensões do CineEco no nosso país:
- Joaquim Ramos Pinto, Presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, que promove o CineEco em Monção, Bragança, Porto, Aveiro, Leiria, Lisboa e Horta;
- Carla Dâmaso do Observatório do Mar dos Açores e Jorge Bruno, Presidente do Cineclube da Ilha Terceira, nos Açores;
- Cristina Ferreira do Departamento de Ambiente da Câmara de Lisboa;
- Fátima Batista, organizadora da Feira Alternativa de Lisboa;
- António Tavares, Vereador da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz;
- Manuela Penafria e Luís Nogueira da Universidade da Beira Interior (UBI);

Para além destas, registou-se a presença de atores e atrizes, conhecidos do grande público pela sua participação em trabalhos de cinema, teatro e televisão e que ajudam a promover o festival e locais de interesse turístico do concelho, sobretudo através de reportagens fotográficas que vão sendo publicadas em revistas nacionais.


É igualmente oportuno dizer-se que o CineEco enquanto pequeno festival de grande dimensão internacional, se realizou com um orçamento reduzido e com vários contributos de patrocinadores locais e nacionais, bem como de uma pequena parcela de fundos comunitários, aliviando os cofres do município. As parcerias com várias entidades foram alargadas, destacando-se o contributo da Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia, uma das grandes alavancas para o desenvolvimento cultural do concelho de Seia e da região. Assim como o contributo da Escola Profissional da Serra da Estrela, que mobilizou alunos, promoveu debates e disponibilizou a sua orquestra de sopros para um grande concerto de encerramento do festival. Um momento que assinalou o arranque da comemoração dos 20 anos deste estabelecimento de ensino, que tem cada vez mais intervenção cultural na cidade.

Foi igualmente reforçada a característica de festival de afetos, onde se juntam realizadores, membros do júri, diretores de festivais, jovens atores, cineastas, pessoas de cá e gente de fora, numa troca saudável de pontos de vista e novos conhecimentos. No Júri da competição internacional destacou-se a presença do novo diretor da Cinemateca Brasileira, Lisandro Nogueira, a diretora do Filmambiente do Rio de Janeiro, Suzana Amado e do músico Luís Portugal (ex-Jafumega).

Todavia, merece particular relevo a participação de vários jovens locais no Júri da Juventude assim como a exibição de 7 curtas-metragens no Panorama Regional, que este ano reforçou a aposta de aproximação do festival à comunidade. Uma proximidade verificada igualmente na realização de várias atividades paralelas, como sejam a exposição de pintura de um dos mais conceituados artistas locais – Luiz Morgadinho; uma exposição de fotografia de Sérgio Viana; um concerto de olhos vendados de Luís Antero, entre outros.

Muito mais há para dizer, mas no rescaldo desta edição é o que sobressai, desta aposta do município de Seia, que faz deste festival uma “bolsa de resistência”, nos dias que correm, e não esmorece, antes rejuvenesce!


Mário Jorge Branquinho