sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O CineEco de Seia na Amazónia



O CineEco como imagem de marca de Seia, na qual o município tem vindo a apostar, contínua o seu percurso de afirmação no mundo, consolidando-se como festival de cinema ambiental de referência. Por ser assim, continua a ser convidado para realizar mostras de filmes das suas secções competitivas em vários pontos do globo, porque como temos vindo a dizer, juntamos em Seia “o melhor da produção mundial”. Isto deve orgulhar-nos, enquanto senenses, enquanto pessoas que vibram com as vitórias. E por tão pouco, poupando o erário publico. Mesmo assim, o CineEco de Seia continua a disputar a “champions”. Ainda recentemente foi convidado para assumir a liderança da rede de festivais que fundamos - GFN e aceitámos apenas continuar a dar contributos no núcleo duro dessa rede networking de 26 festivais de todo o mundo.



Desta vez chegou-nos o convite do FestCineamazonia e dos seus diretores Fernanda Kopanakis e Jurandir Costa para integrar o Júri da competição e para realizarmos uma pequena mostra de filmes CineEco. E o resultado foi muito positivo. Por aqui tivemos oportunidade de ver um festival “impactante”, pelos filmes exibidos na competição e nas Mostras, assim como pelas atividades paralelas desenvolvidas – Debate sobre poesia, concertos, animações, homenagem ao ator Osmar Prado, etc. Várias atividades culturais com enfoque no cinema, com sessões para as quais também é mobilizado público escolar e público em geral. 




Enquanto em Seia o símbolo do festival é a campânula hermínii – planta endémica da Serra da Estrela, aqui o símbolo é o Mipinguari, uma criatura que faz parte de uma lenda da amazónia. Mipinguari cujo grito foi várias vezes entoado pelo apresentador Cácá Carvalho nas sessões de abertura.
Foi bonito ver a reação do público ao filme de Jorge Pelicano Ainda há Pastores?, e de ter o grato privilégio de ter sido portador de um filme que passados 8 anos continua a ser muito solicitado e debatido.



Foi igualmente gratificante estabelecer contatos com responsável do Instituto de Cinema Cubano, na perspetiva de realizarmos uma Mostra em Seia. Ou de estabelecer contatos com diretores e realizadores peruanos, diretores e jornalistas brasileiros, actores e diversas personagens do mundo das artes. Porque, como dizia há dias o Xavier, “vale mais um bolso de contatos que um bolso de dinheiro”! E no FestCineamazónia, valeu muito também pelos contatos, além de termos constatado que o CineEco é conhecido, reconhecido, estimado e admirado.




Com trabalho e saindo do nosso pequeno universo, conseguimos valorizar e alargar horizontes. Como se impõem em qualquer projeto, para valer a pena, porque a alma não é pequena. Nem pode! Para crescer, quase sem limites, como se faz nos grandes eventos, como fazem os festivais, como fazem os responsáveis do FestCineamazónia.



O festival decorre em Porto Velho, capital da Rondónia, que faz fronteira com a Bolívia, uma cidade com cerca de 500 mil habitantes e um clima muito quente e muito húmido, quase sempre acima de 80%. Durante 5 dias, e depois de uma longa e atribulada viagem de quase dois dias, tive oportunidade de estabelecer contatos, ver filmes, ver como se faz, falar do que fazemos, e sobretudo falar do CineEco e de Seia. Da tarefa bonita de explicar onde fica Seia, na Serra da Estrela, no Centro de Portugal. Um festival que não se realize em Lisboa!


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